Como o Discurso Direto anunciou ontem, Henrique Gouveia e Melo, um dos nomes mais apontados às eleições presidenciais, esteve em Arouca na manhã deste sábado, mais propriamente na Espiunca, no bar junto à Praia Fluvial.
Por volta das 10h30, pouco após a sua chegada, Gouveia e Melo falou aos jornalistas. O mesmo foi inicialmente questionado acerca do verdadeiro intuito da iniciativa na Espiunca. “Hoje é o Dia Mundial da Água, a ideia era vir conviver com as pessoas deste movimento de cidadãos independentes, e, além desse convívio, dar um sinal da importância do nosso interior, as atividades que aqui se desenvolvem”, começou por dizer, que inicialmente chamou o Rio Paiva de Rio Arouca, mas corrigiu no imediato esse equívoco.
Relativamente à lista de apoiantes da associação, na qual se inclui um nome de um acusado na Operação Tuttifrutti, Gouveia e Melo agradeceu aos portugueses pelo “carinho que têm demonstrado, muitas vezes na rua interrompem-me e tentam falar comigo. Eu não controlo as pessoas que me podem apoiar ou não, as pessoas apoiam-me de forma independente. Eu aceito todos os apoios, não faço discriminação, não quero é que organizações me apoiem.”
Sendo questionado continuadamente acerca da oficialização da sua candidatura, Gouveia e Melo considerou que os assuntos importantes atualmente são outros, dando o exemplo das eleições legislativas de maio. “Eu tenho dito que é importante focarmo-nos nas eleições legislativas, não quero tirar esse foco (…) Depois das eleições assumirei a posição que acho que acho que devo assumir, na altura, e serei mais claro do que sou agora, porque o meu papel, neste momento, é esperar pelas eleições legislativas”.
O almirante olhou com receio para as três eleições (legislativas em maio, autárquicas em setembro/outubro e presidenciais em janeiro de 2026) num curto período de tempo, principalmente pelo facto destas poderem contribuir para um aumento da abstenção: “De facto, eleições muito repetidas acabam por também saturar a própria população (…) A abstenção significa que há um conjunto elevado de portugueses que não acha útil ir demonstrar a sua opinião no processo democrático. Isso, de alguma forma, mostra alheamento e desinteresse desse processo democrático. Esse desinteresse é muito preocupante para todos nós”.
Questionado pelo Discurso Direto se se sente preparado para enfrentar o ambiente de crispação política nacional e internacional, Gouveia e Melo apontou para a sua própria vida. “A minha vida é um espelho dessas dificuldades ou não”, referiu.
As condições climatéricas não permitiram que, como estava planeado inicialmente, Gouveia e Melo fizesse rafting. Sem farda militar, mas com uma gabardine, o almirante seguiu com a comitiva de jipe até à Ponte 516, a qual atravessaram apesar da chuva e do vento. O evento terminou com um almoço, na mesma zona da Espiunca onde começaram a manhã.
O evento, organizado pela associação “Honrar Portugal”, contou a presença de vários membros do movimento cívico e ainda apoiantes de uma possível candidatura, como, por exemplo, Mário Ferreira, empresário português que, entre outros negócios, é o maior acionista e ainda presidente do Conselho de administração da Media Capital, grupo detentor da TVI. Aos jornalistas, o empresário classificou Gouveia e Melo como “um homem idóneo, determinado e com o perfil certo para o cargo”.
Para além de Mário Ferreira, outros dos rostos que apoiam a possível candidatura são Alberto João Jardim, antigo presidente do Governo Regional da Madeira; Ângelo Correia, antigo ministro da Administração Interna, Adão Silva, ex-líder parlamentar social-democrata, Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais; Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras e António Martins da Cruz, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.
Texto: Simão Duarte
Fotos: Carlos Pinho
O envio da nossa newsletter é semanal.
Garantimos que nunca enviaremos publicidade ou spam para o seu e-mail.
Pode desinscrever-se a qualquer momento através do link de desinscrição na parte inferior de cada e-mail.
