De uma forma muito consciente e responsável, os jovens estão a mostrar a fibra de que são feitos lutando pela preservação do nosso planeta, contrariando todos os preconceitos e estereótipos que os classificam como desligados ou pouco ativos. Nos últimos dias assistimos a um conjunto de ações, em algumas escolas e universidades, onde os alunos procuram chamar a atenção de todos, especialmente dos governantes e decisores políticos, para a necessidade de se promoverem um conjunto de atitudes e comportamentos ambientalmente positivos, capazes de garantir a preservação de recursos naturais e manter o equilíbrio planetário.

As temperaturas globais estão a subir a cada ano que passa e fenómenos como secas extremas, cheias ou inundações súbitas, incêndios devastadores ou tempestades destrutivas começam a ser cada vez mais comuns e frequentes provocando milhares de mortos e de refugiados ou migrantes climáticos que são forçados a deixar as suas terras por questões de segurança. E se há alguns anos olhávamos para estes fenómenos como algo muito distante e quase ficcional, neste momento todos sentimos o impacto e os efeitos provocados pela destruição ambiental.

As emissões de gases libertados para a atmosfera estão a aumentar e os países mais poluidores continuam sem nada fazer para reduzir o impacto da poluição que provocam, afastando-se, inclusive, de muitos espaços e fóruns de discussão como é o caso da COP27 (Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas) que se realiza por estes dias no Egito. Perdemos biodiversidade a um ritmo alucinante, o degelo ou os fenómenos extremos, como secas, ondas de calor, furacões ou outras intempéries agravam-se a cada dia. As consequências desta terrível crise climática que atravessamos são nefastas para as florestas, para os oceanos e para a para a própria vida humana no planeta. Mas será que estamos a fazer alguma coisa para contrariar esses factos cientificamente provados? É certo que todos queremos viver num mundo melhor e mais sustentável, mas será que estamos a fazer a nossa parte?

Sim, felizmente há quem esteja a tentar fazer alguma coisa e a ser um exemplo de força e determinação.

Os jovens têm demonstrado a capacidade de ter uma voz forte e uma ação robusta e progressista concretizada através de abordagens realistas e objetivas, criativas e inovadoras, que nos fazem compreender que devemos, definitivamente, reduzir drasticamente os nossos padrões de consumos, fazendo escolhas mais conscientes e responsáveis, adotando comportamentos mais sustentáveis e usando os recursos de forma mais eficiente.

O “efeito Greta” criou um movimento global de jovens que defendem uma causa comum e que lutam por mudanças efetivas e urgentes na preservação do planeta. Neste contexto, os órgãos de comunicação social e as redes sociais têm tido um papel essencial, dando visibilidade e fortalecendo estes movimentos, colocando pressão nos decisores políticos e obrigando-os a olhar para o problema e a falar sobre ele. Sabemos que é inquestionável a capacidade criativa e empreendedora dos jovens na procura por soluções capazes de promover a sustentabilidade ambiental, mas também sabemos que é inadmissível que estes não sejam ouvidos nem encarados como parte da solução na construção de medidas que vão afetar diretamente o seu presente e o seu futuro.

De forma irreverente e obstinada a juventude quer construir um futuro mais verde, apresentando, para isso, propostas de ações que visam o fim dos combustíveis fósseis, a promoção da economia circular, a criação de modelos alimentares sustentáveis, o combate à obsolescência programada e a criação de respostas para os problemas do e-waste, a proteção da biodiversidade, a criação de espaços verdes públicos de qualidade, o desenvolvimento de uma mobilidade mais sustentável ou a criação de mecanismos para uma transição energética que potencie e privilegie o uso de energias renováveis.

Por todo o país são já muitos jovens que estão a fazer a diferença procurando promover e incentivar boas práticas de sustentabilidade ambiental, trabalhando, por exemplo, para informar e esclarecer a população para as reais causas e consequências dos problemas ambientais, promovendo uma produção e consumo sustentáveis.

Esta é uma luta de todos e para a qual cada um de nós tem, no hoje e no agora, uma oportunidade única para mostrar que se importa com o presente e o futuro de todos, especialmente dos jovens que estão já a ser parte da mudança.

Os jovens querem ser construtores do seu próprio destino, vamos dar-lhes o espaço que precisam e merecem!