No seguimento da vista (quinta-feira, 8 de maio) da Iniciativa Liberal (IL) a Arouca, o DD conversou também com Valter Cruz, 12º candidato da IL pelo Círculo Eleitoral de Aveiro nestas Eleições Legislativas e Coordenador do Núcleo de Arouca do respetivo partido. Em destaque estiveram as preocupações com a freguesia de Tropeço e o posicionamento político da IL relativamente às Eleições Autárquicas deste ano.
DD: Sendo o Valter o coordenador da IL em Arouca e também natural de Tropeço, perguntava-lhe o seguinte: tem sido recorrente, nas Assembleias Municipais, reclamações por parte da população de Tropeço. Como é que tem visto estas reclamações e protestos que a população de Tropeço tem feito nas AMs?
VC: Em primeiro lugar, dizer que, esta questão das Assembleias Municipais, tem dois pontos. O primeiro deles é um ponto não partidário. O que aconteceu foi que cerca de 400 pessoas, onde eu estou incluído, resolveram fazer um abaixo-assinado contra aquilo que consideravam ser uma má opção do Município, apoiado pela Junta de Freguesia, que seria transformar uma escola centenária em habitação a custos reduzidos.
Essa, para nós, não é uma opção por dois motivos. Em primeiro lugar, porque não resolve o problema da habitação em Tropeço, muito menos em Arouca. Em segundo lugar, porque há opções muito mais simples, até mesmo dentro do enquadramento da própria escola. E terceiro, porque o investimento versus o retorno que vai trazer, não vai resolver nada, porque estamos a falar creio que de cinco habitações, três t2, penso eu, e dois t1. Essas habitações não seriam obrigatoriamente atribuídas às pessoas de Tropeço, ou seja, era no âmbito de Arouca.
Olhando aqui para a parte de associar esta luta das pessoas de Tropeço com a parte da coordenação da Iniciativa Liberal em Arouca: efetivamente, de há uns anos a esta parte, Tropeço, sendo uma das freguesias centrais do concelho de Arouca é, provavelmente, a mais esquecida. É fácil enumerar os motivos, eles têm sido sobejamente falados na Assembleia Municipal, mas eu destacaria o principal que, do meu ponto de vista, é a questão de sermos a freguesia ou uma das freguesias com maior rácio de crianças e não termos absolutamente nada para elas. Ou seja, nós não temos um baloiço, não temos um escorrega. Tornámo-nos uma freguesia em que, basicamente, somos exportadores de crianças para as escolas das outras freguesias.
É conhecido, já há muito tempo, porque já foi em 2013 – a questão da escola de Tropeço. Daí a essa parte foi feita alguma coisa para minimizar esse impacto, mas a freguesia continua completamente esquecida e, nos últimos anos, não tem ido além da manutenção normal de uma Junta de Freguesia (a limpeza dos caminhos e pouco mais). Portanto, é uma reivindicação justa das pessoas de Tropeço. E nós, no nosso caso numa ótica mais política, achamos que a freguesia não só merece mais como tem capacidade para ir muito mais além do que está neste momento.
DD: Há uma outra questão que não posso deixar de lhe fazer, que tem a ver com as Autárquicas. Ainda é muito cedo, porém pergunto-lhe se o núcleo arouquense da IL já tem alguma decisão tomada acerca de uma eventual candidatura própria ou então se irá novamente integrar uma coligação de direita?
VC: Esse cenário (apresentarmo-nos a eleições sozinhos) não está nem de parte nem 100% confirmado. Há 2/3 anos as expectativas eram completamente diferentes das que são agora, ninguém estava a contar que neste período acontecessem duas eleições legislativas e muita coisa pode mudar. O que eu posso dizer, neste momento, é que estão em cima da mesa as duas possibilidades: a de nos apresentarmos a eleições sozinhos ou de integrarmos uma eventual coligação de direita. Em termos temporais, eu diria que, pós-legislativas, será tornada pública a decisão.
Texto e Foto: Sofia Brandão
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