Ministério Público abriu investigação a Pedro Nuno Santos: líder do PS divulgou publicamente documentação do caso

Na passada quarta-feira à tarde, o Ministério Público (MP) anunciou a abertura de uma “investigação preventiva” a dois imóveis que Pedro Nuno Santos possui. De acordo com as informações veiculadas pela imprensa nacional, o MP tem suspeitas para com a aquisição de um imóvel em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo.

Como a PGR (Procuradoria-Geral da República) indicou, em resposta citada pelo Observador, “na sequência de receção de denúncias e tendo em vista a recolha de elementos, o Ministério Público determinou a abertura de averiguação preventiva, a qual corre termos no DCIAP. Estas ações de prevenção encontram-se previstas na Lei 36/94, de 29 de setembro”.

No dia seguinte, através do site da campanha do PS para estas Legislativas, o secretário-geral socialista disponibilizou para consulta pública os documentos referentes às duas compras, entre os quais as escrituras, os contratos de compra e venda, contratos de promessa de compra e venda, notificação da Autoridade Tributário sobre o novo IMI do imóvel de Montemor-o-Novo, cadernetas prediais e um contrato de doação de ações da Tecmacal, a empresa do pai de Pedro Nuno Santos. Nessa mesma aba do site, estavam igualmente disponíveis as respostas que PNS deu à imprensa em 2023 (época em que já se falara deste caso), quando este foi contactado pelos jornais para dar respostas/quando este contactou os jornais em questão para poder efetuar o seu direito de resposta.

Tudo isto foi revelado numa aba do site, que se fazia acompanhar por frases como “Quem não deve não teme”, “As denúncias são anónimas, mas a verdade é pública” e ainda “Não se deixe enganar!”.

Poucos dias depois, foi também tornado público de que esta investigação só foi aberta devido a uma falha de comunicação entre o DIAP Regional do Porto e o Departamento Central de Investigação e Ação Penal. O Expresso confirmou a informação avançada pelo Canal NOW de que o MP do Porto já havia arquivado este caso em 2024. À data, foi recebida outra denúncia anónima, a um mês das Legislativas do ano transato.

Amnistia papal iliba militares do Exército que não denunciaram um caso de violação

No passado sábado, dia 12 de abril, vários meios da comunicação social deram conta de que um militar do Exército português filmou-se a violar uma jovem e que partilhou esses vídeos num grupo privado do Whats-App com seis colegas da tropa. Um superior recebeu também o vídeo, mas testemunhou que nunca denunciou o crime, apenas eliminou o vídeo. Nenhum dos seis militares que estavam nesse grupo denunciou o autor, que se mantém ligado ao Exército.

Três juízas do Tribunal da Relação de Coimbra condenaram Jorge.L, o autor dos crimes, a uma pena de sete anos e seis meses de prisão, pena essa que foi reduzida após recurso, e a uma indemnização de 15 mil euros. Contudo, na passada quinta-feira (17 de abril), o JN noticiou que colocou questões ao Exército e, numa delas, é referido que a Amnistia Papal, em vigor aquando da vinda do Papa a Portugal na altura das Jornadas Mundiais da Juventude, o que iliba os militares do Exército que não denunciaram o caso, ainda que o Exército reconheça a infração cometida.

Para além do autor do crime se manter ligado ao Exército, o superior mantém-se também em atividade, mas ligado à GNR.

Prosseguiram os debates televisivos, com destaque para o frente-a-frente entre PS e CHEGA

Durante a última semana, os debates televisivos para as eleições Legislativas prosseguiram. Na segunda-feira, dia 14, Luís Montenegro e Rui Rocha marcaram o primeiro frente-a-frente da noite, onde divergiram sobre a condução da política fiscal e da saúde, mas com ambos a garantirem que querem dar estabilidade ao país. Seguiu-se o debate entre Bloco de Esquerda e Livre, com Mariana Mortágua a afirmar que os dois partidos não têm muitas divergências, porém, os respetivos líderes separaram-se em relação ao investimento no armamento.

Na terça-feira, a noite iniciou-se com o debate entre Pedro Nuno Santos e André Ventura. Os dois líderes mostraram-se separados em todos os temas abordados. O secretário-geral do PS apontou para a irresponsabilidade das medidas do Chega, enquanto André Ventura referiu que Pedro Nuno Santos é herdeiro da má governação dos socialistas. Às 22h00, Rui Rocha (IL) e Inês Sousa Real (PAN) discordaram em temas como a saúde, habitação e segurança. Nesse primeiro assunto, a porta-voz do PAN defendeu mais investimento no SNS. Por outro lado, o líder da IL revelou querer que seja utilizada toda a capacidade, independentemente de esta ser pública ou privada.

No dia seguinte, Nuno Melo e Joana Mortágua evidenciaram as diferenças ideológicas que os afastam principalmente sobre saúde, imigração e habitação. O presidente do CDS-PP afirmou que a AD só irá governar se sair vencedora das eleições. Já a bloquista abordou a “venturização” do PSD. Pouco depois, Chega e CDU também mostraram as suas divergências. André Ventura entendeu serem necessárias mais explicações do líder do PS sobre a compra de casas em Lisboa. Paulo Raimundo declarou que o PCP vota contra as propostas do Chega para “não alimentar a demagogia”.

Na quinta-feira, Pedro Nuno Santos e Rui Tavares abriram a noite de debates. O secretário-geral do PS apelou ao voto útil no seu partido. Já o líder do Livre colocou em cima da mesa a hipótese de o Presidente da República não chamar o partido mais votado para formar Governo. André Ventura e Rui Rocha finalizaram o dia, com o presidente do Chega a afirmar que conta vencer as eleições, contando, nesse cenário, com Rui Rocha. O líder da IL afastou essa questão respondendo que “não há entendimento possível com um partido como o Chega”.

Na sexta-feira, no sábado e no domingo, não existiram debates televisivos devido à pausa da Páscoa.

XVI Governo Regional da Madeira tomou posse com maioria absoluta

No início da semana passada, a 15 de abril, o XVI Governo Regional da Madeira tomou posse. Miguel Albuquerque vai novamente liderar o executivo, desta vez com maioria absoluta por força da coligação PSD/CDS-PP. O novo Governo mantém inalterados alguns titulares das pastas do anterior executivo. O Governo Regional conta com Duarte Freitas como secretário regional das Finanças, Micaela Freitas na Saúde e Proteção Civil, Nuno Maciel na Agricultura e Pescas, Paula Margarido na Inclusão, Trabalho e Juventude, e Pedro Rodrigues na Secretaria de Equipamentos e Infraestruturas.

Recorde-se que o PSD foi o grande vencedor das Legislativas Regionais do passado dia 23 de março, elegendo 23 deputados e ficando, por isso, a apenas um da maioria absoluta. Contudo, o partido assinou um acordo de incidência parlamentar e governativa com o parceiro CDS-PP, assegurando e confirmado a maioria absoluta. Este é o quinto Governo presidido por Miguel Albuquerque, que se encontra no cargo desde 2015.

Texto: Simão Duarte e Sofia Brandão

Fontes: Expresso, Observador, RTP, JN, Renascença

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Simão Duarte
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