No passado dia 29 de março, a equipa feminina do Centro Juvenil Salesiano de Arouca deu tudo o que tinha para tentar vencer o Lusitânia de Lourosa, porém o resultado final marcou um 1-2 favorável à equipa adversária.
Como o Discurso Direto referiu na notícia do jogo anterior, existiam vários cenários ainda em aberto relativamente à qualificação dos cinco melhores segundos classificados. Apesar da frustração final, foi alcançada a qualificação: no próximo domingo, dia 13 de abril, pelas 16h00, o CJSA vai visitar e enfrentar o Penafiel. O emblema duriense, na 1ª Fase da III Divisão Nacional, terminou em 4º lugar do seu grupo, tendo somado 11 pontos – menos do que o CJSA, que, nessa mesma fase, somou 19 pontos. Contudo, na 1ª Fase da Taça Nacional de Promoção, terminou em primeiro.
Note-se que esta 2ª Fase da Taça Nacional de Promoção não é em grupos, mas sim eliminatórias. Quer isto dizer que, em caso de vitória, o CJSA avança na prova, porém, caso termine como derrotada, acaba a sua participação na prova.
Mais do que falar sobre o jogo em específico, após o apito final do CJSA 1-2 Lusitânia de Lourosa, o Discurso Direto falou com Hugo Xavier, treinador principal, sobre a temporada até então.
“O jogo resume-se à eficácia. O Lourosa teve algumas oportunidades e conseguiu fazer golos, ainda que com demérito nosso, porque foram duas falhas defensivas em que permitimos um espaço que não era devido e eles fizeram. E nós não conseguimos aproveitar, em superior número ao Lourosa, as inúmeras oportunidades que tivemos. Efetivamente, nós fomos superiores nesse domínio, tivemos muitas oportunidades para fazer golo. Não o conseguimos e isso penalizou-nos em demasia.
Sabíamos o que estava em jogo, o jogo foi muito bom, muito intenso. Duas grandes equipas, a nossa e a do Lourosa. Infelizmente, porque tem influência, acho que acabamos por ser demasiado penalizados pela falta de concentração da terceira equipa. Sonegar uma grande penalidade como a que existiu, conseguirem atribuir um cartão amarelo numa situação em que a nossa atleta está isolada, vai de frente para a baliza, e no lugar do correto vermelho, ser um amarelo… há coisas ainda a melhorar muito no futebol.”
“A esta hora, ainda é muito cedo. Isto é uma Taça Nacional de Promoção que, quem passa, a partir de agora é a fase a eliminar. Nós gostávamos de ter esta experiência do jogar para sabermos que ou ganhas ou saltas fora. Vamos aguardar, se nos sorrir essa sorte, com todo o gosto estaremos. Se não sorrir, seguramente que haverá outra situação, que está em estudo pela AF Aveiro, para manter as equipas em atividade até fim de maio.”
“Estas eram claramente as duas melhores equipas desta série. Onde posso dar um ligeiro mais ao Lourosa é na experiência, na gestão, na capacidade de definir melhor um ou outro momento de jogo. Porque, em termos de qualidade, os jogos, quer lá em casa dele, quer aqui, foram bastante nivelados. Ainda que hoje, eu arrisco-me a dizer que fomos superiores ao Lourosa.
Tivemos uma força de acreditar muito grande, as miúdas foram espetaculares, deram tudo e não deixaram nada. Foram ao limite, procuraram que a sorte sorrisse para o nosso lado. Infelizmente, eu acho que só nos faltou a capacidade de sermos mais agressivos no momento da finalização.”
“Isto é fundamental. No concelho de Arouca, somos a única equipa que tem futebol sénior, mas temos o Unidos de Rossas, onde eles também estão a trabalhar e bem o futebol feminino. Esperemos, a curto prazo, também começarmos a receber as meninas que são trabalhadas no Unidos de Rossas.
É fundamental que isto se mantenha, porque tem de haver espaço para as meninas também jogarem. Hoje acaba até por ser um dia histórico, porque, pela primeira vez, temos uma senhora árbitra a apitar um jogo da Primeira Liga (Catarina Campos, no Casa Pia 2-1 Rio Ave). São barreiras que se vão quebrando, porque este desporto não tem de ser exclusivo nem de homens nem de mulheres. Tem de ser um desporto para todos.
A nível do concelho, acabamos por ser a instituição referência, porque estamos a trabalhar a parte do futebol sénior e acabamos por ser uma resposta para as miúdas que, a nível local, gostam de jogar futebol e têm aqui a oportunidade para o fazer.”
Tendo-se confirmado a passagem, voltamos a encontrar-nos com o técnico, para obter uma declaração acerca dessa conquista bastante ambicionada. “É uma conquista toda ela merecida, fruto do trabalho que fundamentalmente as atletas fizeram. Já o jogo com o Lourosa, e não me repetindo muito, foi muito ingrato, porque perdemos um jogo que merecíamos ter vencido”, começou por referir.
De seguida, Hugo Xavier perspetivou já o encontro com o Penafiel. “A perspetiva para este mata-mata a partir de agora é irmos com tudo. O Penafiel seguramente, e porque venceu a série D, também terá uma boa equipa, os números que eles têm não são muito diferentes dos nossos. Eles tiveram um melhor ataque por um ou dois golos e nós tivemos uma melhor defesa por dois ou três golos. A perspetiva é que será um jogo bastante equilibrado, no qual poderá tirar mais proveito a equipa que menos errar ou, pelo menos, que não erre tanto nas zonas críticas do campo. Prevejo que seja um jogo onde o nosso nível tem de estar altíssimo, pelo menos em termos de entrega, de atitude, de compromisso e de vontade de ganhar, que esteja ao mesmo nível deste último jogo com o Lourosa, mas que a gente seja mais feliz na finalização.”
Hugo Xavier, em conversa com o Discurso Direto, após o CJSA 1-2 Lusitânia de Lourosa
Texto: Simão Duarte
Fotos: Sofia Brandão
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