Na passada quarta-feira, 2 de abril, o Governo assinalou o seu primeiro ano do executivo com um Conselho de Ministros descentralizado, no Mercado do Bolhão, no Porto. Numa espécie de ambiente de pré-campanha eleitoral, Luís Montenegro aproveitou para distribuir abraços e sorrisos e apontou para os feitos do governo da AD: “Foi um ano em que muitas iniciativas que estavam e estão no programa do Governo foram realizadas e executadas. Onde a pedra de toque foi ação, foi decisão, foi execução e foi responsabilidade. Foi estabilidade e responsabilidade. Foi um ano em que superámos todas as expectativas do ponto de vista económico e do ponto de vista financeiro”.
No decorrer dessa manhã, soube-se que circulou uma mensagem entre os militantes do PSD para estes marcarem presença no evento. “Caro(a) militante, informa-se que amanhã, dia 2 de abril, o Primeiro-Ministro Luís Montenegro estará na cidade do Porto, numa reunião do Conselho de Ministros que assinalará um ano de governação. O Primeiro-Ministro chegará ao Mercado do Bolhão pelas 10h20 e sairá pelas 12h30. Todos estão convidados a ir cumprimentar o nosso Presidente”, podia ler-se na mensagem enviada. Questionado sobre o assunto, o presidente do PSD, garantiu que “podia haver trabalho político das estruturas”, mas não existiu “nenhuma violação dos deveres de neutralidade nem de isenção”.
As reações não se fizeram esperar, nomeadamente por parte da oposição. Em conferência de imprensa, o Partido Socialista referiu que “estamos a assistir ao vivo, em direto e a cores à instrumentalização do Estado ao serviço dos interesses partidários”, declarou o deputado Marcos Perestrello. Posto isto, os socialistas apresentaram uma queixa na Comissão Nacional de Eleições contra a concelhia do PSD/Porto pela mensagem enviada. A CNE arquivou, entretanto, duas outras queixas feitas pelo PS também contra a publicidade institucional do Governo (uma sobre o Ministério da Agricultura e a sessão de apresentação do Plano de Intervenção para a Floresta, em Vila Real; e outra relativamente à cerimónia de assinatura da empreitado do IP3, em Tondela).
Os ânimos continuaram à flor da pele durante o resto da semana. Na tarde de sábado, dia 5 de abril, o Partido Socialista apresentou o seu Programa Eleitoral para as eleições legislativas do próximo dia 18 de maio. Durante o mesmo período, na Póvoa de Lanhoso, decorria a apresentação de Fátima Alves como candidata à Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso pela Coligação PSD/CDS-PP – Juntos Pela Nossa Terra. O evento contou com a presença de Luís Montenegro que, na sua intervenção, teceu críticas a Pedro Nuno Santos, colando-o a um ex-primeiro-ministro e ex-secretário-geral do Partido Socialista: “Hoje, a nossa candidata disse (na sua intervenção) que não estava aqui para fazer falsas promessas, que não estava aqui para prometer aquilo que não podia fazer. É curioso porque ao mesmo tempo que a Fátima Alves estava a falar, alguém mais longe, estava a apresentar o programa eleitoral para as eleições legislativas de 18 de maio, e estava precisamente, à boa maneira de um ex-primeiro ministro, chamado José Sócrates, a prometer tudo a toda a gente”, acusou o líder do PSD.
A resposta não se fez esperar. No dia seguinte (6 de abril), perante a apresentação da candidatura de João Azevedo à Câmara Municipal de Viseu, Pedro Nuno Santos afirmou que “metade do que ele (Montenegro) diz sobre o que nós fizemos é verdade. Metade é falso, nós não prometemos tudo, mas a outra metade é verdadeira, a todos. Porque verdadeiramente o que nos distingue é que as nossas medidas de políticas são para todos, ao contrário das medidas de política de Luís Montenegro”, rematou o secretário-geral socialista.
A minissérie britânica Adolescência, lançada no passado dia 13 de março, rapidamente tornou-se um fenómeno à escala global, tendo alcançado o top 10 na Netflix em 93 países, incluindo Portugal. Os quatro episódios que a compõem facilmente captaram a atenção por alertarem para diversos temas como, por exemplo, os perigos das redes sociais e a influência desta na violência entre os jovens. O impacto foi tal que a mesma chegou ao Parlamento do Reino Unido.
Durante a sessão do dia 19 de março, Anneliese Midgley, deputada do Partido Trabalhista levantou o assunto na Câmara dos Comuns, destacando a “radicalização masculina online e a violência contra as meninas” e que “os criadores (da minissérie) estão a pedir exibições no Parlamento e nas escolas para provocar mudanças”, expôs a deputada, citada pela BBC. Na sua intervenção, o primeiro-ministro Keir Starmer, referiu que “Tenho um rapaz de 16 anos e uma rapariga de 14. É um drama muito bom para assistir”, acrescentando que a violência praticada pelos jovens que são influenciados por aquilo que veem online é “abominável e temos de o combater”. No dia 31 de março, o primeiro-ministro britânico anunciou que a série será exibida nas escolas do país: “Apoiei o plano da Netflix de exibir a série gratuitamente nas escolas do país para que o maior número de jovens a possa assistir”, revelou Keir Starmer numa publicação na sua conta no “X”.
Na passada quarta-feira, dia 2 de abril, Donald Trump anunciou a aplicação de vigorosas tarifas comerciais sobre outros países, onde Portugal e a União Europeia como um todo se incluem. Apelidando o dia do anúncio como “Dia da Libertação”, o Presidente dos EUA recorreu a um quadro para apresentar as tarifas aplicadas aos EUA e também as que passaram a ser aplicadas pelos norte-americanos aos outros países. Os produtos da UE, por exemplo, têm agora uma tarifa de 20%, com os automóveis a serem uma exceção, possuindo uma taxa maior de 25%.
À China, país com o qual Trump tem uma rivalidade especial, foram aplicadas taxas de 34%, contudo, não são as maiores das 185 anunciadas: essas foram aplicadas ao Vietname (46%). Nota ainda para as ilhas Heard e McDonald, pertencentes ao território australiano, e a ilha Jan Mayen, território norueguês, que foram taxadas em 10%. Contudo, as duas primeiras ilhas não só não possuem economia própria como são apenas e só habitadas por pinguins e focas, tendo apenas visitas de seres humanos pontualmente e com um mero intuito de trabalhos de preservação ecológica. A ilha Jan Mayen é apenas habitada por 18 pessoas que trabalham para o exército norueguês e para o Instituto Meteorológico da Noruega, durante o inverno, e outras 35 que chegam durante os meses de verão.
“Estamos a ser muito generosos”, declarou Trump, que considerou o dia 2 de abril como “o dia em que a indústria americana renasceu” e o qual irá “finalmente tornar a América grande de novo”. Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, prometeu retaliar. Segundo a agência Reuters, a UE vai preparar uma listagem de artigos norte-americanos que irão ter tarifas mais elevadas. A lista em questão deverá incluir artigos como carne, cereais, vinho, madeira, vestuário, pastilhas elásticas, fio dental, aspiradores e papel higiénico. Certo é que, neste preciso momento, as bolsas estão a cair a pique, vivenciado a sua pior fase desde a pandemia. Várias bolsas, entre as quais a de Lisboa, vão fechar hoje no vermelho.
A turbulência democrática em território francês tem sido constante nos últimos tempos, com várias polémicas a assolarem as principais figuras políticas de França. Na semana passada, Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita “União Nacional (UN)”, foi condenada a quatro anos de prisão e não poderá candidatar-se às Eleições Presidenciais de 2027.
A justiça francesa considerou-a culpada do desvio de fundos europeus, usados para o pagamento de assessores do seu partido, algo que ocorreu de 2004 a 2016. Por isso, foi condenada a quatro anos de prisão (dois deles de prisão efetiva, que podem ser cumpridos com pulseira eletrónica), ao pagamento de uma multa de 100 mil euros e a cinco anos de inelegibilidade para cargos públicos.
No passado domingo, dia 6 de abril, os apoiantes da União Nacional compareceram em Paris para demonstrar à líder do partido o seu apoio e esta, em discurso, afirmou que não vai desistir de se candidatar às Presidenciais de 2027 e mostrou-se confiante de que as irá vencer.
Texto: Sofia Brandão e Simão Duarte
Fontes: BBC, RTP, SIC Notícias, Euronews, Expresso, Público
O envio da nossa newsletter é semanal.
Garantimos que nunca enviaremos publicidade ou spam para o seu e-mail.
Pode desinscrever-se a qualquer momento através do link de desinscrição na parte inferior de cada e-mail.