Feira das Colheitas: reflexões


A Feira das Colheitas é a maior festa do nosso concelho. Com o término do nosso certame, não queria deixar de mostrar o meu apreço a todos os arouquenses envolvidos na organização da edição deste ano. Sabemos bem o significado desta Festa para os nossos munícipes, mas também para quem nos visita. Sabemos o esforço, o empenho e o brio das nossas gentes, de todos os envolvidos, que vai muito para além dos atores que normalmente mais associamos a uma organização que precisa, de facto, de todos. Agradeço, simbolicamente, aos muitos trabalhadores e voluntários que passam despercebidos, mas que, sabemos, estão lá a fazer com que tudo corra pelo melhor e a contribuir decisivamente para o sucesso da Festa.

Depois de dois anos de interregno, foi com muita alegria que vivenciamos o regresso da festa. Talvez por isso, acabamos por estar mais observadores e com um olhar mais detalhado sobre o certame. Assim, pudemos refletir sobre alguns aspetos a melhorar, enquanto outros, parecem ser uma aposta segura. A título de exemplo, a nova zona de petiscos criada junto ao museu municipal acabou por ser uma aposta acertada, dinamizando aquele espaço. Por outro lado, podemos e devemos questionar até que ponto o esforço dos nossos agricultores e produtores poderiam ser presenteados com prémios mais condignos com o seu esforço numa época em que tanto queremos incentivar o setor primário pelas dificuldades que passam. Fiz referência a esta questão na última sessão da Assembleia Municipal, bem como, enfatizando um pormenor relativamente aos cheques entregues aos vencedores, em que o nome da Presidente da Câmara Municipal de Arouca figura em letras enormes, relegando a entidade Câmara Municipal de Arouca, que é quem efetivamente paga, isto é, todos nós, para letras mais pequenas no espaço correspondente. Acredito que até mesmo a inversão das duas referências que estão no cheque em termos de tamanho das letras conferiria uma maior dignidade e sobriedade naquele momento institucional e não seria alvo deste tipo de observações de muitos munícipes.

No seguimento das sugestões enunciadas, acredito que seria interessante rever o local e a forma como foi promovida a exposição do nosso tecido empresarial, bem como, de replicar a para a nossa floresta a aposta que tem sido feita com o programa Arouca Agrícola. Iremos viver tempos difíceis, sendo vital para o município conseguir continuar a estimular o nosso tecido empresarial, criar uma visão de futuro para Arouca de forma a podermos impedir a sangria com que nos deparamos relativamente à perda de população. E, no que toca à floresta, é por demais evidente que cada vez mais precisamos de realizar uma aposta concreta, sólida, relembrando que representa 80% do nosso território.

A descentralização e as novas competências que o município acarreta em áreas tão importantes como a saúde, a educação e a ação social colocam no executivo do Partido Socialista uma responsabilidade acrescida na gestão dos destinos de Arouca e dos arouquenses. Ficamos, assim, expectantes relativamente ao Orçamento e Grandes Opções do Plano que serão propostos pelo executivo do Partido Socialista. Mas o repto que também pode e deve ser deixado a Margarida Belém é que se junte a muitos autarcas que reclamam relativamente aos parcos recursos económicos disponibilizados pelo estado central que não acompanharam as competências remetidas para os municípios. E que momentos importantes e solenes que possamos ter sejam também uma oportunidade para dar esse alerta e realizar essa justa reivindicação.

sobre o autor
Artur Miler
Discurso Direto
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