Grandes mestres marcaram a vida dos nossos antepassados. Terras como Arouca, sobretudo as principais freguesias, eram auto-suficientes, fazia-se de tudo, desde as coisas mais simples a autênticas obras de arte.
Era preciso trabalhar a terra, com igual mestria, mas depois artesãos e engenhosos artífices, dedicavam-se ao fabrico de quanto era necessário à vida diária. Roupa, calçado, alfaias agrícolas, cestaria, trabalhos em ferro e madeira, incluindo carros de bois, charruas, polimento de pedra arrancada às entranhas da terra para fazer maravilhas.
Além de construções, do seu recheio, autênticas preciosidades chegaram aos nossos dias. E foi isto, tudo isto, que na sua origem, a Feira das Colheitas quis preservar e dar a conhecer, legando às novas gerações um passado, que um futuro diferente precisava como salvaguarda da sua identidade.
Precisava e precisa, mas para ser assim é preciso, sobretudo, ter a noção que a vida das pessoas, das terras, das comunidades, não se resume ao presente, às novas realidades e a passar uma esponja sobre o passado. Por ser assim, chegaram até nós os testemunhos das grandes civilizações de que existem exemplos em todo o mundo civilizado.
Em Arouca, além dum monumento que nos deixaram, da sua história e grandiosidade, perdeu-se muito do apego a tudo quanto existia e foi obra dos tais grandes mestres que marcaram as nossas comunidades. E – dizem-nos – um amontoado de «trastes velhos» lá para os lados de Parada é o exemplo mais flagrante, que nos deve envergonhar.
Coisas, enfim, que nem o chamado turismo de massas, pontes e passadiços, conseguem ofuscar.
Antes pelo contrário…
(A.B.)
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