OPINIÃO | ENCONTRO COM A LEITURA

A leitura é algo imprescindível na comunicação humana e indispensável a uma cidadania responsável, à cultura e à participação cívica.

A globalização do mundo em que vivemos traz consigo mudanças rápidas constantes, caracterizadas pela imprevisibilidade e versatilidade permanentes, pelo uso intensivo de novas tecnologias e pela necessidade urgente de conhecimentos que leve às pessoas a necessária adaptabilidade, criatividade, capacidade de crítica, capacidade de inovação e reacção positiva face ao inesperado e ao desconhecido. A leitura na nossa sociedade tornou-se basilar para o desenvolvimento e investimento pessoal, profissional, económico, e cívico das pessoas, com aplicações directas na vida das comunidades. A sociedade muito exigente relativamente à informação rápida, aos avanços científicos e tecnológicos, os desafios profissionais cada vez mais competitivos, assim como factores culturais e sociais, daí a necessidade da obtenção de competências básicas como a leitura que requer o seu uso constante. A leitura passa, então, a ser considerada um instrumento precioso e indispensável a quem quer ser útil e participativo na sociedade, tornando-se um mundo de acesso ao saber, ao conhecimento, à autonomia, à criatividade e à valorização pessoal e social, sendo o pilar da literacia, da análise crítica e de síntese.

Ler é descobrir novas aventuras, novos conhecimentos, viajar sem sair do lugar e uma nova forma de ver o mundo. O acto de ler não é apenas decifrar signos, letras e palavras, vai muito além, é descobrir novos horizontes, é caminhar nas estradas do desconhecido, é conhecer o mundo, conhecer novas culturas e novas histórias. Ler, etimologicamente deriva do latim “legere” que significa ler, conhecer, descobrir as palavras que são lidas. Neste contexto, exercitar a leitura, eleva o conhecimento, desenvolve e afirma o gosto estético, o vocabulário e a expressão. O hábito da leitura é um processo que se deve iniciar na família, aperfeiçoar na escola e consolidar a partir da prática quotidiana, até se tornar uma necessidade.

O acto de ler é um processo de observação e identificação. Quando o leitor lê, percorre o texto e relaciona uma complexa interação vivencial, estabelecendo uma ponte de ligação com a sua vivência cultural. A leitura não é somente um processo de descodificação de sinais, mas também uma prática social. Ela situa-se histórica e socialmente em determinadas épocas e é nessa trajectória que a leitura interfere e persuade o leitor a vivenciar o seu processo de construção de sentidos. O ser humano não se desenvolve plenamente numa sociedade que não lê.

Pode-se, pois, concluir que um défice de competências de leitura implica um défice de cidadania, já que a capacidade de leitura transformou-se numa competência técnica base, num discurso cívico e fonte de desenvolvimento social. Estudos realizados em Portugal mostram-nos que o panorama dos hábitos de leitura tem vindo a sofrer alterações, verificando-se uma evolução, com predominância feminina, embora com tendência para um declínio contínuo, à medida que se progride na escolaridade, sendo a leitura substituída por outras actividades.

A consciencialização para a leitura é um valor indispensável para toda a sociedade, sendo uma ferramenta capaz de proporcionar mudanças intelectuais e emocionais aos leitores, sendo benéfico para o nosso cérebro. O livro e a leitura devem fazer parte da vida de todos nós. Apesar dos avanços tecnológicos, o livro não perdeu nem perderá o seu lugar.

Texto de Rosa Morais 

sobre o autor
Ana Isabel Castro
Discurso Direto
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