OPINIÃO | Mais um ano lectivo findou

Este ano lectivo 2017/18 chegou ao fim. Os resultados escolares aí estão ou estarão. Muitos pais satisfeitos e até com vontade de presentear os seus filhos com muitos mimos, mas outros, bastante tristes e com dificuldades em lidar com o insucesso e a frustração. Para a maioria dos estudantes acabaram as aulas, as horas de estudo (para quem não tem exames), os trabalhos de casa, os testes, o acordar cedo e o vaivém para a escola. Este momento traz habitualmente grande ansiedade à maioria das famílias, pela dificuldade em ocupar os seus filhos, de forma saudável, segura e produtiva, após um ano lectivo com todo o tempo preenchido, por vezes até à exaustão, e sem tempo livre para qualquer tipo de brincadeira.

Agora que as aulas acabaram, é essencial mudar as tarefas diárias e fazer coisas novas e diferentes, proporcionando-lhes momentos agradáveis e construtivos. As nossas crianças, na sociedade actual, brincam muito pouco, devido à elevada carga horária escolar, aos excessivos trabalhos escolares, à pressão sobre o sucesso e ao interesse exagerado pelos objectos tecnológicos, o que nada ajuda a desenvolver a sua criatividade, a sua imaginação e a sua interação com o outro. É com a brincadeira que a criança lida com o passado, enfrenta o presente e se prepara para o futuro. As brincadeiras em família faziam parte da lembrança de muitas pessoas, mas infelizmente, não constam do repertório infantil de hoje. À família cabe, pois, contribuir para a mudança deste quadro, uma vez que a brincadeira não é intrínseca nas crianças, ou seja, elas não nascem a saber brincar. O papel da família é fundamental na construção deste hábito tão saudável. As crianças que brincam, duma maneira geral, são mais seguras, mais confiantes, mais criativas e até mais felizes. Por isso, reservar um tempo para brincar em família é um investimento importante a fazer. Este hábito tende a fortalecer a formação dos vínculos afectivos e a melhorar as relações. Além disso estimula a socialização, a criatividade, a inteligência e a imaginação. Ao brincar a criança cria, inventa, simboliza uma situação imaginária, podendo assumir ao mesmo tempo diferentes papéis. Aproveitemos, pois, este período sem actividades escolares para brincar. Mas, há outras tarefas interessantes que se podem fazer: leituras de pais para filhos, de filhos para pais e leituras isoladas. É uma forma de se estimular o gosto pela leitura, uma forma de interação, de socialização, de descoberta, de aprendizagem, de se brincar com as palavras, de se viajar sem sair do sítio, de desenvolvimento e de aquisição de cultura. O homem só é verdadeiramente humano quando brinca, quando fantasia, e isso foi ontem, é hoje e será amanhã.

Texto de Rosa Morais

sobre o autor
Ana Isabel Castro
Discurso Direto
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