Estamos a menos de um mês das próximas eleições autárrquicas. Em Arouca, embora estejam anunciadas cinco candidaturas à Câmara Municipal, a disputa eleitoral vai centrar-se entre as candidaturas de Margarida Belém e de Fernando Mendes, a primeira encabeçando a lista apresentada pelo PS, a segunda a lista da coligação Somos Arouca, do PSD/CDS.
Realizam-se no final de um ciclo de 12 anos de gestão municipal do atual presidente, Artur Neves, impossibilitado, por lei, de se recandidatar, e que tão bons resultados trouxe para o concelho, e que sucedeu a um período de também de 12 anos, protagonizado pelo Dr. Armando Zola, que lançou os pilares da Arouca com as caraterísticas de modernidade, atração e desenvolvimento que conhecemos atualmente, demonstrando que era possível fazer mais e diferente do que vinha sendo feito antes.
Assim sendo, no próximo dia 1 de Outubro mais do que a governação do concelho para os próximos 4 anos vai estar em causa o modelo de desenvolvimento que se pretende para o futuro de Arouca na próxima década.
Margarida Belém assume, como resulta da sua mensagem de campanha, um novo compromisso com os arouquenses mas com a mesma ambição demonstrada por Armando Zola e Artur Neves, sendo que este a acompanha para a Assembleia Municipal, enquanto Fernando Mendes, com o slogan de campanha ‘Somos Arouca’, que em si nada mais revela do que a pretensão de confundir Arouca com o candidato, pretende a rutura com este legado de 24 anos. Pois só assim se explica que se candidate contra a atual vice-presidente da Câmara e que, desde há oito anos, como Vereadora, tem sido protagonista de algumas das mais significativas iniciativas que tem catapultado Arouca para o patamar de notoriedade e de prestígio em que se encontra.
Logo, a primeira decisão com que os eleitores irão ser confrontados é escolher entre alguém cuja linha de rumo conhecem bem, não só pelas ideias mas sobretudo pelas realizações dos últimos anos, e quem se propõe fazer diferente, embora não se saiba bem o quê e como, pois tanto tem afirmado que o prioritário é uma coisa como o seu contrário, nesta ânsia de agradar a todos, oferecendo-lhes tudo, como se isso fosse possível. Da Margarida Belém conhecem-se os projetos e as realizações. De Fernando Mendes, que anda na política há bem mais anos do que ela, presidente que ainda é da União de Freguesias de Arouca e Burgo, onde reside um quarto da população do concelho, nunca se ouviu nenhuma reflexão pública sobre o futuro de Arouca e quanto às obras (o trabalho de que tanto gosta de falar) em nada se distingue do presidente de Junta da mais pequena freguesia do Município, se bem que este com recursos financeiros bem mais escassos dos que os dele.
Depois serão chamados a escolher entre quem se propõe liderar uma equipa pluridisciplinar, com provas dadas, e quem, por falta de conhecimentos (nada tem com graus académicos, como o candidato confunde) se esconde atrás da equipa, mandando uma segunda figura, como está anunciado ir acontecer no debate sobre o património, organizado pelo Centro de Arqueologia de Arouca, património esse cuja valorização é reconhecidamente fundamental para o desenvolvimento do Concelho, matéria em relação à qual o candidato a presidente da Câmara tem de ter ideias bem claras e não dizer apenas o que lhe escrevem para dizer.
Finalmente, esta é também uma oportunidade histórica de eleger a primeira presidente da Câmara de Arouca, encabeçando uma lista de candidatos totalmente paritária no género (5 mulheres em 10, 4 em 7 dos efetivos, caso raro, senão único, no país), demonstrando que mais importante do que aliviar a consciência pesada, com discussões sobre o papel da mulher na política, de quem apenas fala da relevância da mulher como mãe, irmã ou esposa, é dar às mulheres iguais oportunidades de exercerem os cargos públicos. Como agora se fez.
Gomes Ferreira
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