Campanha eleitoral entra na reta final, mas mantém-se repleta de momentos de relevo

Entramos na última semana da campanha eleitoral para as Legislativas de 18 de maio (domingo) e os partidos continuam a percorrer o país de lés-a-lés para apelar ao voto. Para além de efetuarem promessas e de salientarem pontos dos programas eleitorais, os líderes partidários têm registado vários momentos de relevo.

Luís Montenegro, atual Primeiro-Ministro, continua a ser confrontado com a Spinumviva, isto depois do líder do PSD ter-se irritado com uma questão sobre esse tema. O seu filho, Hugo Montenegro, é o atual proprietário da empresa. Este esteve na campanha da AD (coligação AD-CDS) em Vila Real e mostrou-se disponível para ir ao Parlamento prestar os esclarecimentos necessários. Antes da Spinumviva voltar “à baila”, Montenegro fora confrontado em Setúbal por pensionistas, manifestamente desagradados com os cortes nas pensões efetuados no Governo de Passos Coelho, no qual Montenegro era líder de bancada do PSD.

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, vai aproveitando todos estes momentos para apontar o dedo a Luís Montenegro. Para além da Spinumviva e dos diálogos com pensionistas, um momento que suscitou críticas do líder dos socialistas foi a ida de Montenegro a Fátima, para se encontrar com a sua esposa na sua peregrinação, tendo convidado parte da comunicação social a estar presente. Algo que PNS considerou ser “triste, é instrumentalizar a fé para fins de campanha de eleitoral, mas diz muito sobre a pessoa que é Luís Montenegro”. Em resposta, Montenegro afirmou tratar-se de uma “questão completamente pessoal” e voltou a irritar-se com os jornalistas, perante a insistência destes relativamente aos convites feitos para estes estarem presentes.

Depois de vários anos a criticar ferozmente a comunidade cigana, André Ventura e a comitiva do Chega vai sendo alvo de protestos da mesma em vários momentos das ações de campanha. O líder do Chega acusa-os de estarem “organizados e sei que estão plantados”.

Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, interrompeu um dos seus discursos num comício para dialogar com dois ativistas pelo clima. A meio dessa conversa, ambos atingiram o líder da IL com tinta verde, algo que não o impediu de prosseguir o seu discurso, tendo apenas tirado o blazer. Para além de referir que irá ser apresentada uma queixa contra os ativistas, a IL fez saber que irá leiloar “o fato e o valor recebido será revertido para a Associação Acreditar”.

Note-se que, no passado dia 8 de maio, foram mais de 333 mil os eleitores que se inscreveram para votar em mobilidade e antecipadamente, o número mais alto de sempre.

Robert Prevost, Leão XIV, é o novo Papa

No passado dia 8 de maio, foi escolhido o novo Papa. Trata-se do norte-americano Robert Francis Prevost, que escolheu o nome Leão XIV. Tem 69 anos, e é o arcebispo-emérito de Chicago, tendo sido nomeado cardeal pelo Papa Francisco em Setembro de 2023. É o primeiro Papa norte-americano.

É conhecido como o “pastor de duas pátrias”, na medida em que esteve grande parte da sua vida missionária no Peru. Lá, foi arcebispo e superior geral da Ordem de Santo Agostinho. De acordo com a imprensa, trata-se de um seguidor da abertura de Francisco, visto como um reformista, mesmo sendo mais reservado e menos ousado.

Greve na CP provocou fortes constrangimentos

Entre os dias 7 e 14 de maio, os maquinistas e os revisores da CP – Comboios de Portugal estiveram em greve, situação que afetou consideravelmente a circulação ferroviária em todo o país. A paralisação foi convocada por 16 sindicatos, incluindo o Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) e o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), tendo como principais reivindicações aumentos salariais, reestruturação das tabelas remuneratórias e defesa da negociação coletiva.

Nos primeiros dias, especialmente a 7 e 8 de maio, a adesão foi quase total, resultando na supressão de praticamente todos os comboios nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Durante esse período, não foram definidos serviços mínimos, o que agravou ainda mais os transtornos para os passageiros. Desde esta segunda-feira e até quarta-feira são cumpridos os serviços mínimos que foram, entretanto, decretados pelo Tribunal Arbitral.

O primeiro-ministro classificou a paralisação como “absolutamente injusta” e sugeriu que esta tem influências políticas e eleitorais. Admitiu ainda a possibilidade de alterar a legislação sobre o direito à greve, afirmando que é necessário equilibrar esse direito com outros direitos. Luís Montenegro afirmou que o Governo “fez tudo para evitar” a paralisação, mas que não iria negociar sob pressão, especialmente em período de campanha eleitoral.

Neste seguimento, o secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, considerou as palavras do líder do executivo como uma “afronta à democracia” e uma tentativa de “autoritarismo”. O presidente do Chega, André Ventura, considerou que o Governo deveria ter começado a negociar mais cedo com os sindicatos para ter evitado a greve, admitindo a privatização da CP ou uma parceria público-privada.

Por outro lado, Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal, manifestou-se “disponível” para avaliar alterações à legislação laboral, embora tenha sublinhado que o direito à greve é intocável. Já Mariana Mortágua, coordenadora do BE, criticou Montenegro por apenas falar dos trabalhadores na campanha eleitoral e para “atacar o direito à greve”. Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, referiu que as declarações são “uma casca de banana”, pedindo soluções ao Executivo. O porta-voz do Livre, Rui Tavares, acusou o Governo de “incoerência” e ainda de recusar o diálogo. Por fim, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, pediu bom senso aos trabalhadores da CP e mostrou-se contra alterações à lei da greve.

União Europeia prepara resposta de 95 mil milhões de euros às tarifas de Trump

No passado dia 8 de maio (quinta-feira), a Comissão Europeia lançou uma consulta pública para impor tarifas aduaneiras sobre produtos importados dos Estados Unidos, num valor de 95 mil milhões de euros, caso as negociações em curso com Washington não resultem numa “solução mutuamente benéfica”. Esta medida surge como resposta às tarifas adicionais impostas pela administração de Donald Trump sobre produtos europeus.

A lista de produtos visados pela UE inclui bens industriais e agrícolas, abrangendo setores como o automóvel, aeronáutico, químico e agroalimentar. Bruxelas está também a considerar restrições a certas exportações da União Europeia para os EUA no valor de 4,4 mil milhões de euros, incluindo aço e produtos químicos.

“Como primeira etapa deste processo, todas as pessoas afetadas por eventuais medidas de reequilíbrio atualmente em estudo pela UE são convidadas a apresentar os seus pontos de vista durante quatro semanas, nomeadamente sobre o impacto dos direitos aduaneiros dos EUA. Consequentemente, a consulta permanecerá aberta até 10 de junho”, referiu o executivo comunitário, em comunicado (citado pelo Expresso).

Texto: Simão Duarte e Sofia Brandão

Fontes: Expresso, Sic Notícias, Diário de Notícias, TSF, CNN, Observador, Público

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