Na passada sexta-feira, dia da Rainha Santa Mafalda, padroeira do concelho de Arouca, celebrámos com orgulho e sentido de missão mais um aniversário do Discurso Directo. São dezassete anos de vida informativa construída com persistência, dedicação e um profundo compromisso com a comunidade. Ao longo deste percurso, afirmámo-nos como voz ativa da região, ligando os que aqui vivem e os que, por diversas razões, partiram, mas continuam a manter raízes firmes neste território. Chegamos a muitos leitores, dentro e fora de portas, cruzando fronteiras físicas e afetivas, através da palavra escrita e, mais recentemente, também pela presença digital.
Num mundo onde a informação é, tantas vezes, instantânea, volátil e sujeita à desinformação, manter um projeto de comunicação local sério, plural e independente é mais do que um ato de resistência: é um contributo essencial para a coesão social e para o fortalecimento da democracia. A imprensa regional, tantas vezes ignorada pelos grandes centros de decisão, desempenha um papel insubstituível na formação de uma cidadania ativa e crítica. Porque é aqui, no território onde as pessoas vivem, trabalham e constroem os seus projetos de vida, que a informação ganha verdadeiro sentido.
Vivemos num tempo em que a tecnologia transformou profundamente os modos de comunicar e de aceder à informação. A proliferação de conteúdos digitais, a velocidade das redes sociais e o surgimento da inteligência artificial colocam-nos novos desafios, mas também renovadas oportunidades. O Discurso Directo tem procurado adaptar-se a esta nova realidade, sem abdicar da qualidade editorial, da veracidade dos factos e da proximidade que sempre nos caracterizou. Continuamos a investir na credibilidade e no rigor, conscientes de que a confiança se conquista todos os dias, palavra a palavra, edição após edição.
Não é raro ver cidadãos bem informados sobre o que se passa em países distantes, mas alheios aos acontecimentos da sua própria terra. Este paradoxo da era digital exige uma reflexão profunda sobre o papel da imprensa local. Acreditamos que o jornalismo de proximidade é a resposta a este vazio. É ele que valoriza as pequenas histórias, dá visibilidade às questões concretas da comunidade, promove o diálogo entre instituições e cidadãos, e acompanha a evolução de um território que, mesmo discreto, tem muito a dizer.
O nosso foco continua a ser o que é local, mas nunca fechado ao mundo. A realidade do nosso concelho e da nossa região é o ponto de partida para discutir questões maiores: a sustentabilidade, a inovação, a educação, a saúde pública, o emprego, o património, a cultura. Sabemos que uma comunidade bem informada é uma comunidade mais preparada para tomar decisões, exigir melhores políticas e contribuir para o bem comum.
Celebrar dezassete anos é, para nós, mais do que assinalar uma data. É renovar um compromisso com os leitores. É reconhecer o trabalho generoso de todos quantos colaboram connosco – jornalistas, cronistas, fotógrafos, designers, voluntários, parceiros locais – e agradecer-lhes o empenho, a criatividade e a paixão que colocam em cada edição. É, sobretudo, reafirmar a nossa missão de serviço público: informar com isenção, estimular o pensamento crítico, defender a liberdade de expressão e promover o espírito democrático.
Hoje, mais do que nunca, acreditamos que vale a pena continuar. Porque informar é um ato de cidadania. Porque comunicar com responsabilidade é construir comunidade. E porque há histórias que merecem ser contadas — com tempo, com contexto, com profundidade.
O Discurso Directo continuará a ser essa ponte entre passado, presente e futuro. Uma voz que ouve, que questiona, que valoriza. E que está onde importa estar: junto das pessoas, das causas, das realidades locais. Com independência, com proximidade e com a convicção de que, mesmo num mundo em constante mutação, há princípios que não mudam.
Informar é a nossa missão. E é, também, uma nobre forma de servir.
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