Apesar da proximidade classificativa para o fundo da tabela, felizmente o FC Arouca garantiu, na jornada 31, a manutenção. Durante grande parte da época, muitos arouquenses estavam receosos de que não fosse possível alcança-la, mas, felizmente, o FC Arouca vai cumprir a nona participação no mais alto escalão do futebol nacional, contando também com duas idas às competições europeias. A obra desta epopeia dos Lobos de Arouca acaba de ganhar nova página dourada.

Quanto aos jogos disputados desde a última vez que vos escrevi (Famalicão, Benfica, Estrela da Amadora, Santa Clara e Casa Pia), e começando pelo primeiro, ficou o sabor amargo de ter-se feito de tudo para marcar (inclusive uma grande penalidade) e, ainda assim, o emblema famalicense, com o seu pragmatismo e o badalado “fato de macaco” de que os treinadores tanto falam, ter-nos vencido.

A resposta arouquense foi um surpreendente e glorioso empate no Estádio da Luz, frente ao Benfica. Para além do FCA ter conseguido lidar com o poderio adversário, soube também aproveitar, especialmente no segundo tempo, as fragilidades adversárias (não deixa de ser curioso que o Benfica jogue sempre melhor contra equipas teoricamente mais difíceis, que pretendem ter a bola durante todo o jogo, do que contra aquelas teoricamente mais acessíveis, em que quase todos dão uma vitória certa aos encarnados, e que procuram a transição para apanhar desprevenida a defensiva do Benfica). O golo de Weverson foi especial, pelo resultado, mas também pela época que o lateral-brasileiro tem feito – tem sido, sem sombra de dúvidas, dos atletas que mais evoluiu desde a época passada e também um dos que se apresentou em melhor forma esta temporada.

Contra o Estrela, os arouquenses deram tudo e sentia-se que era só uma questão de tempo até ao golo surgir. Este apareceu através de Nandín, que tem sido, apesar da rotação contínua na posição, o melhor ponta de lança do plantel. Nos Açores, em caso de triunfo, os Lobos de Arouca regressariam à sua “toca” em celebração, mas o génio de Ricardinho (jogador interessantíssimo!) aplicou dois golos que, aliados à muralha defensiva dos açorianos, sentenciaram os destinos da partida ainda antes do intervalo. Mantl não ficou bem na fotografia do primeiro golo, mas já falei sobre o seu jogo de pés aqui, neste espaço, noutras ocasiões.

Por último, e já com a manutenção garantida, o FCA recebeu o Casa Pia e disputou o encontro, ao passo que os casapianos apenas quiseram lutar pelo resultado e, assim, conquistarem um recorde pontual. Venha daí a nona participação!

Crónica escrita a 6 de março, referindo-se aos jogos contra Famalicão (1-2), Benfica (2-2), Estrela da Amadora (1-0), Santa Clara (2-0) e Casa Pia (0-0)