FC Arouca desloca-se aos Açores no sábado e poderá trazer a manutenção na bagagem

Se o FCA pontuar (vencendo ou empatando) ou o AFS perder contra o Benfica, os arouquenses garantem matematicamente a permanência

Pelas 15h30 de amanhã, sábado, o FC Arouca vai defrontar o Santa Clara, uma das sensações desta edição do campeonato. Espera-se uma bela partida de futebol, na medida em que ambas as equipas lutam pelos seus objetivos: os Lobos de Arouca, como referido acima, podem garantir a manutenção neste jogo, já os açorianos certamente pretendem vencer para se manterem na luta pelo 5º lugar e respetivo apuramento para as competições europeias.

O histórico de confrontos é nitidamente favorável à equipa de terras de Santa Mafalda, na medida em que venceram oito dos 15 jogos efetuados. Os açorianos venceram apenas dois, ambos a jogar no Estádio de São Miguel, com os restantes cinco jogos a terminarem empatados.

O empate é rei nos duelos disputados nos Açores (quatro nos oito jogos), porém há um dado recente que sorri aos Lobos de Arouca: o Santa Clara perdeu os últimos quatro confrontos diretos, inclusive o da primeira volta desta temporada.

Vasco Seabra: “Gosto muito de viver e gosto muito que os nossos jogadores vivam”

Na conferência de antevisão, o treinador Vasco Seabra analisou o adversário, confessou que poderão ser efetuadas mudanças no onze titular (até pelas ausências de Jason e Pedro Santos, suspensos) e foi um “livro aberto” ao falar da sua relação com o plantel. Estas foram algumas das questões colocadas ao técnico:

  • A deslocação ao terreno do Santa Clara é para consumar matematicamente a permanência?

“Sim, estávamos muito confiantes, desde a nossa chegada cá, que iríamos consegui-la, acreditamos muito que vamos consegui-la. Mais do que a permanência, tem a ver com aquilo que nós queremos e ambicionamos enquanto clube, enquanto grupo.

Ou seja, queremos valorizar aquilo que temos vindo a fazer, muito mais do que olharmos para a permanência, olharmos para aquilo que tem sido o nosso processo de jogo e a forma como nós queremos que isso também seja valorizado em termos de pontos. E para isso temos que fazer mais pontos, para isso temos que fazer melhores lugares, porque os jogadores merecem, o clube e a estrutura merecem, e obviamente também os nossos adeptos merecem.

Por isso temos que continuar numa luta muito grande, sabendo que vamos ter um adversário extraordinariamente difícil, que está a fazer um campeonato incrível. Um trabalho praticamente de dois anos muito bom do Vasco (Matos) e da sua equipa técnica, sabendo que é uma equipa muito consolidada também, uma equipa muito agressiva, muito difícil no seu próprio campo também de jogar.

Portanto, sabemos que vamos ter que estar mais uma vez, e como tem sido o nosso apanágio, no nosso melhor. Confiamos muito na nossa equipa, nos nossos jogadores, vamos com uma ambição muito grande de conquistarmos três pontos.”

  • Tendo em conta que o Santa Clara tem alterado recentemente algumas das peças e dinâmicas, como é que analisa o jogar dos comandados de Vasco Matos?

“É uma equipa que efetivamente durante o campeonato foi mexendo um bocadinho com as características dos jogadores e isso mexendo naturalmente com algumas dinâmicas em termos de jogo. Seja a construção, iniciando a 3+2 (três defesas e dois médios), com os dois médios mais por dentro, sendo que um dos médios pode sempre crescer, ficando a 3+1 (três defesas e um médio) Seja a largura dada pelo MT ou pelo central da esquerda, ficando praticamente com uma construção a 4 muitas das vezes, passando quase de um 3x4x3 para um 4x3x3.

Sabemos é que as dinâmicas alteram-se, mas aquilo que é o padrão de equipa mantém-se muito presente. É uma equipa que é muito rotinada, tem muito trabalho também dos treinadores, tem já uma rotina muito grande em termos de jogo e de treino. E sabemos é que é uma equipa que é muito agressiva, é uma equipa que em tudo que é primeira bola, segunda bola, é uma equipa que está sempre ligada à ficha, ganha muitos momentos de transição, é uma equipa que mesmo quando apela ao jogo de profundidade, porque tem jogadores para isso, é uma equipa que, mesmo perdendo a primeira bola, está sempre muito compacta porque desloca-se muito rápido tanto para a frente como para trás em bloco.

Portanto, sabemos que é uma equipa que é muito completa no seu todo. Acho que nós também somos uma equipa muito completa no nosso todo, naquilo que nós fazemos nos diferentes momentos do jogo. Acredito que vai ser um jogo muito competente de ambas as equipas, muito difícil para ambas também e onde todos os pormenores vão fazer a diferença. Nós temos que nos agarrar a tudo aquilo que são os pormenores para sermos nós os vencedores no fim.”

  • Um dos pontos mais difíceis de bater neste Santa Clara é a defesa, robusta, que sofre poucos golos. Ainda que o segredo de um jogo sejam todos os momentos, se o decisivo mesmo poderá ser o quão capaz o FCA for no momento ofensivo?

“É sempre difícil jogar contra uma equipa que, em muitos dos momentos, fica em 5x4x1, porque é um aglomerado de jogadores muito grande.  Quando o Santa Clara não conseguir pressionar à frente, naturalmente vai recolher porque é uma equipa compacta e que não tem problemas de tanto saltar alto, como ficar em bloco intermédio ou mais baixo.

Como é uma equipa que sabe defender nos diferentes momentos, é naturalmente uma equipa difícil de bater. A linha de 5 é uma linha que se desfaz com capacidade para o fazer, porque às vezes bate com o lateral mais à frente, com o ala mais à frente, mas a equipa mantém-se estável nesse momento. Nós sabemos que temos que ter muita mobilidade, capacidade para enfrentar o jogo e temos coragem para o fazer. Sabendo que vamos ter que trabalhar muito e correr muito para conseguirmos retirar as referências àquilo que é a pressão do Santa Clara, porque é sempre o jogo do gato e do rato.

E temos que ter presente que é uma equipa que sofre muito pouco, mesmo em termos de conceder oportunidades de golo é uma equipa que concede pouco, por isso nós temos que ser muito proativos, não ficarmos à espera do que o jogo nos pode vir a dar para conseguirmos fazer nós os golos, temos que ir nós à procura deles e para isso temos que envolver muita gente, estar muito preparados para o momento da perda da bola, porque se queremos meter mais gente na área temos que estar muito preparados para o momento em que a podemos perder para não sermos surpreendidos em transição, que é um momento muito forte do Santa Clara.”

  • Poderemos ver mudanças no onze?

“Sim, podemos. Nós estamos muito abertos a isso, até porque eles respondem-nos muito bem. Eu tive a oportunidade de dizê-lo na última conferência, o Popovic fez um jogo incrível na Luz, acabou por não jogar este jogo. Não tem jogado muitos jogos, mas para nós é um titular, pela forma como nós confiamos naquilo que ele é capaz de fazer. O Weverson teve um momento de quebra física e não pôde estar para o jogo e o Dante entrou e esteve muito bem. Estão os dois na luta, é uma luta muito saudável também entre eles.

O Dylan com o Henrique e o Yalcin tem sido sempre uma luta muito agradável para o treinador ter os três pontas de lança a lutarem constantemente por vagas, por jogarem início, por entrarem, por serem muito disponíveis. E temos também o regresso do Pablo, tem andado naquele crescimento de confiança e de perder medos. Está cada vez melhor, tem andado muito bem esta semana, é um jogador muito importante para nós, é um jogador que tem muito talento também, sentimos que é um jogador que estava num momento fantástico quando teve a infelicidade da lesão, por isso é mais um jogador que também nos acrescenta qualidade às decisões.

Sentimos que podem haver naturalmente mexidas, independentemente delas serem no 11 ou nas entradas que vamos ter a seguir, porque a forma como nós lidamos com eles, e que eles já perceberam que a gente lida com eles, é que todos são realmente importantes e o propósito da equipa que está sempre acima do propósito individual é algo que nós sentimos que os nossos jogadores representam na sua essência.

É a isso que nós nos agarramos e é esse momento que a gente quer dar continuidade e fechar nestes quatro jogos um de cada vez com essa máxima e com essa ambição de fazermos muitos pontos.”

  • A festa no último jogo foi pelo regresso às vitórias em casa, mas teve de colocar um pouco de fervura no fogo para acalmar um bocadinho os jogadores?

“Não, pelo contrário. Eu sou muito efusivo com eles também, gosto muito de viver e gosto muito que os nossos jogadores vivam. Não lhes retiro nada daquilo que são emoções, pelo contrário. Sinto que, quando nós não fazemos bem as coisas, temos que sofrer, temos que saber lamber as feridas. E quando fazemos muito bem as coisas temos que saber agarrar-nos, festejarmos e vivermos. Gosto muito que eles vivam e gosto muito que eles festejem, gosto muito de sentir a energia deles, de chegar ao balneário e saltar junto com eles.

Aquilo que eles sabem é que a seguir, 24 horas depois, nós estamos aqui e eu sou muito chato com eles, sou muito próximo deles, mas sou muito exigente com eles. Eles sabem disso, não há margem, quem pisa o risco está fora, eles sabem disso. Sou capaz de os abraçar aqui, mas se pisa o risco lá dentro está fora, não tem chances. Portanto, este é o nosso caminho diário e eu gosto de viver com estas emoções, porque são elas também que nos levam para o jogo.

Nós acabámos o jogo da Luz e eles festejaram dentro do balneário. Eu não estava lá, mas quando cheguei obriguei-os a festejar outra vez. E a seguir eles responderam da forma como todos vimos”.

Para além de Galovic, Matías Rocha, David Simão e Esgaio, por lesão, Pedro Santos e Jason também não vão a jogo, por terem visto no último jogo o quinto amarelo. Trezza, Fukui, Weverson e Loum estão à bica e, se virem amarelo, falham o duelo da próxima jornada contra o Casa Pia.

Onzes prováveis de CD Santa Clara e FC Arouca

Texto: Simão Duarte

Foto: Santa Clara

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Simão Duarte
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