No final do encontro entre o São Martinho e o Fajões, que terminou com a derrota por 1-3 do São Martinho, e no qual o Discurso Directo marcou presença, falamos com o treinador do São Martinho, Pedro Almeida.
Estás foram as palavras do treinador:
Sendo muito concreto, nós esperávamos este jogo. Eu conheço muito bem a equipa dos Fajões. Nós temos os vídeos de todos os jogos do Fajões, tal como eles tem sobre nós. Eu e o treinador do Fajões conversamos muito. Eu sabia bem da força que eles tinham, estamos a falar do primeiro classificado atualmente. Uma equipa, defensivamente muito forte, sofre poucos golos. Foi um jogo muito tático na primeira parte, acho que nós trabalhámos muito para tentar surpreender, apesar de, não haver surpresas, porque nós conhecemo-nos bem. Acho que estivemos bem na primeira parte, conseguimos anulá-los, eles não nos criaram perigo na primeira parte. Não concedemos uma oportunidade de golo. Fizemos golo. Chegámos ao intervalo, corrigimos algumas coisas que não estavam tão bem.
Na segunda parte, entrámos muito mal na partida. Eu acredito que o Fábio tenha ajudado a equipa dele e eles tenham criado mais perigo. Temos uma oportunidade flagrante, em que o meu jogador isola-se com a guarda-redes e tenta fazer um chapéu, mas saiu mal. E essa oportunidade, para mim, fica marcada, porque pode mudar o resultado. Depois é a força de Fajões que cresceu. Consegue dar a reviravolta. E aí fica difícil para nós.
Nós temos poucas soluções. O nosso plantel é muito curto comparado ao de Fajões. E mesmo assim nós estamos num lugar interessante. O objetivo, no início da época, era 20 pontos. Estamos a fazer uma excelente época na minha opinião. E é uma vitória justa para o Fajões.
Eu estou aqui, é o meu segundo ano. No ano passado, quando cheguei aqui, conversei com uma direção e fizemos o ano zero porque este clube todos os anos mudava de treinador, todos os anos faz um pontel novo, não tem orçamento, aqui só se paga prémios de jogo, que são muito curtos. Fiquei com 10 jogadores da época anterior, nesse ano, e trouxe alguns reforços. Este ano tivemos muita dificuldade de fazer plantel. Eu cheguei a começar a treinar na pré-época com 13 jogadores. Porque eu tenho uma ideia de jogo, de ter bola, bola no pé e em espaços reduzidos, de ter superioridade numérica na pressão e escolhi a dedo os meus jogadores.
Eu tenho um plantel de 18, tive algumas baixas, infelizmente. Tenho um jogador lesionado com uma rotura. Tinha um jogador que era o meu guarda-redes, que foi para a GNR e perdi-o, tive de ir buscar outro. Foi uma época difícil, mas acho que estamos a fazer excelentes resultados. Temos, neste momento, 37 pontos. A história do clube indica que estamos a fazer uma das melhores épocas de sempre. E isso deixa-nos orgulhosos. O que eu quero do nosso jogo é jogar o jogo olhos nos olhos de cada adversário, ter bola, pressionar sempre em cima do adversário, tal como fizemos hoje, seja o primeiro, seja o último classificado. Queremos sempre jogar para ganhar, ter bola sempre em nosso poder e quando não a temos, recuperá-la. Esta é a nossa ideia.
No início, eu tenho uma entrevista à AFA, à Associação de Futebol de Aveiro, e fui realista, com as condições que tinha, o meu objetivo era fazer 20 pontos. Já superámos esse objetivo que foi determinado. Nós, no anterior, tínhamos feito 18. Não ganhávamos os jogos, perdíamos com os últimos classificados, e ficávamos nos últimos lugares.
Nós, neste momento, chegámos ao ponto que até andámos em 5º ou 6º lugares. Isto para mim já é ótimo. Nós temos um objetivo interno e não tenho problemas nenhum em passá-lo para fora. O nosso objetivo interno é alcançar os 46 pontos, que é o maior número de pontos do clube que fez na sua história. Esse é o nosso objetivo. Nunca foi subida, nunca foi tentar chegar ao lugar de play-off, porque sabíamos que não tínhamos essas condições, porque há muitas baixas e há poucas soluções.
Mas acredito neste grupo, é um grupo muito jovem. Só tenho um jogador de 36 anos, o resto da malta é tudo à volta dos 25 anos, muitos jogadores do primeiro ano de sénior, muitos jogadores do segundo ano de sénior que não jogavam futebol. Outros jogadores que não foram aproveitados em outros clubes. É tudo miúdos. Estamos a fazer uma boa época e o nosso objetivo é chegar aos 46 pontos.
Texto e Foto: Pedro Gonçalves
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