A cerca de um mês das Legislativas, partidos começam a apresentar os seus programas eleitorais

Os debates já arrancaram e a luta partidária pelos votos dos portugueses vai estando intensa. Contudo, há um documento fundamental, que os partidos começaram a revelar por estes dias: o programa eleitoral.

O Discurso Direto, mais à frente, irá mostrar-lhe uma versão alargada das principais medidas de cada partido para as Eleições Legislativas do próximo dia 18 de maio. Nesta edição do Ecos, poderá consultar já uma versão breve das bandeiras dos partidos (as quais retiramos diretamente do documento) que, até à data de publicação desta edição da rubrica, já revelaram o seu programa eleitoral:

AD (Coligação PSD/CDS)

  1. Menos impostos sobre o trabalho, especialmente para a classe média
  2. Mais rendimentos
  3. Melhorar a vida dos mais velhos
  4. Um país para jovens
  5. Garantimos boas contas públicas
  6. Mais acesso à saúde, no SNS & com parcerias
  7. Construir mais casas
  8. Garantir creches e pré-escolar para todas as crianças
  9. Igualdade de oportunidades na Educação
  10. Limitar telemóveis nas escolas
  11. Portugal seguro e Justiça rápida
  12. Imigração regulada e humanista
  13. Ação anti-corrupção
  14. Investir na Defesa
  15. Apostar nas empresas para acelerar
  16. Corte da burocracia, modernização e simplificação: plano de ação prioritária para um Estado ao serviço das pessoas
  17. Valorizar os trabalhadores públicos
  18. Trabalhar compensa
  19. Combate às 4 chagas sociais
  20. Água que une

PS

  1. Uma economia em transformação assente em contas equilibradas
  2. Um Estado Social forte, moderno e inclusivo
  3. Um território inteiro e uma transição climática justa
  4. Uma Democracia de qualidade para todos
  5. Um Portugal central na Europa e no Mundo

IL

  1. Modernizar o Estado
  2. Recuperar a confiança nas instituições
  3. Romper com a estagnação económica

BE

  1. Resposta à crise na habitação, saúde, salários e emprego, transição climática.
  2. Justiça na economia, nos impostos, com a nacionalização de setores estratégicos, coesão territorial, combate à corrupção.
  3. Serviços públicos modernos e acessíveis, na educação, investigação

científica, transportes, justiça, cultura e desporto, segurança social.

  1. Democracia, no direito à informação sem intoxicação, na igualdade de

género e direitos sexuais, na inclusão da imigração, no combate ao racismo, no bem estar animal.

  1. Política externa de paz e de cooperação europeia e internacional

CDU (PCP/Verdes)

  • Um programa patriótico e de esquerda
  • Desenvolvimento económico
  • Valorizar os trabalhadores, promover o emprego com direitos, o aumento dos salários e a melhoria das condições de vida e de trabalho
  • Elevar a qualidade de vida, investir nos serviços públicos, cumprir as funções sociais do Estado
  • Investir na Educação, na Ciência e na Cultura, valorizar a Educação Física e o Desporto
  • Afirmar a Democracia, cumprir a Constituição
  • Por uma Europa e um mundo de paz, soberania, desenvolvimento, cooperação, progresso social

PAN

  • Por uma verdadeira estratégia política para fazer face à crise climática, assegurar a proteção da biodiversidade e atingir a neutralidade carbónica
  • Por uma efetiva proteção de todos os animais, reconhecimento dos seus direitos e garantia do seu bem-estar
  • Por uma economia do bem-estar que dê prioridade às pessoas e à sustentabilidade ambiental
  • Por uma só Saúde e um SNS fortalecido e eficiente
  • Por habitação para tod@s num país mais verde e justo
  • Colocar o estudante no centro da aprendizagem e valorizar os profissionais
  • Por um país mais transparente e uma justiça mais rápida
  • Por uma democracia renovada e que reconcilie as pessoas com as instituições
  • Por uma política externa promotora da paz, dos direitos humanos e dos valores democráticos e empenhada na ação climática
  • Por um reforço na Autonomia Regional

Já arrancaram os debates para as Legislativas

Foi na noite do passado dia sete de abril que se iniciaram os debates para as Eleições Legislativas (pode consultar o calendário completo no nosso site e redes sociais). O primeiro debate, entre Paulo Raimundo da CDU e Luís Montenegro da AD, iniciou-se com acusações do líder do PCP para com a situação relacionada com Luís Montenegro e que provocou as Eleições (algo que pode rever em edições anteriores desta rubrica). No que a ideias políticas concerne, a principal delas que gerou debate foi a descida do IRC.

Nesse mesmo dia, PAN e Chega também debateram, onde Inês Sousa Real esclareceu o posicionamento do PAN (“centro progressista”) e André Ventura voltou a defender a castração química. Entre outros temas, ambos os líder debateram ainda acerca da imigração, criminalidade, perceções e a causa animal.

Entre Mariana Mortágua e Pedro Nuno Santos, no debate BE – PS do segundo dia, o destaque principal foi para as diferenças entre ambos os partidos de esquerda, principalmente na temática da habitação.

No debate entre Rui Tavares (Livre) e André Ventura (Chega), pelo meio de trocas de acusações, foi ainda possível falar de saúde, economia e do panorama europeu.

Entre PS e IL, os impostos foram a principal temática em debate, com profundas divergências entre os dois partidos. No AD – Livre, não foram Rui Tavares e Luís Montenegro a marcar presença, mas sim Isabel Mendes Lopes e Nuno Melo, onde o líder do CDS foi considerado, pela generalidade das opiniões de vozes políticas, como estando aquém do esperado e cometendo vários erros.

No IL – CDU, o destaque do debate foram as provocações que Rui Rocha efetuou ao citar economias comunistas como  a Coreia do Norte, a Venezuela, Cuba e o Nicarágua.

Por último, referir ainda os debates entre PS e PAN, no qual Pedro Nuno Santos esteve ligado à distância (nos estúdios da TVI no Porto), a qual se verificou também entre as propostas/ideais de ambos os líderes partidários. No IL-Livre, foram evidentes as divergências na área da Economia e, por fim, no AD – PAN, sobressaíram as diferenças, por exemplo, na posição para com a tourada.

Nos debates entre CDU e Livre, Bloco e CDU e também BE  e PAN, foram mais as vezes que os/as líderes partidários/as concordaram entre si do que discordaram.

Entendimento entre CDU e SPD viabiliza governo na Alemanha

Foram necessárias mais de seis semanas de conversações entre a CDU (que venceu as eleições de fevereiro sem maioria) e o SPD (o 3ºpartido mais votado) para selar o acordo da nova coligação governamental alemã. Na passada quarta-feira, 9 de abril, Friedrich Merz, vencedor das eleições federais e líder da União Democrata-Cristã (CDU) apresentou as principais linhas do futuro governo.

Numa conferência de imprensa, em Berlim, Merz afirmou que o próximo executivo será “forte e capaz de agir” e que conseguirá “ajudar a moldar a mudança do mundo”.

O líder dos conservadores deu principal destaque às áreas da migração, segurança e investimentos. No que às migrações diz respeito, as medidas recaem no combate à “imigração irregular”. Para isso, pretende-se introduzir “controlos nas fronteiras nacionais e rejeições de candidaturas a asilo”, assim como “lançar uma ofensiva de repatriamento”, acabando com os “programas de admissão voluntária, suspendendo a reunificação da família e aumentando o número de países de origem seguros.”

No setor da segurança, Merz anunciou a intenção de criar um novo Conselho Federal de Segurança e garantiu aumentar o investimento nas despesas de defesa nos próximos anos. Por fim, na economia, o futuro chanceler alemão deseja alterar os impostos sobre empresas e energia de modo a promover o investimento.

A questão das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos da América não ficou esquecida. Friedrich Merz apelou a uma “resposta europeia comum”, acrescentando que a Alemanha “cumprirá as suas obrigações em matéria de defesa e está disposta a reforçar a sua própria competitividade. A Alemanha voltará a ser um parceiro muito forte na União Europeia e faremos avançar a União Europeia”.

O acordo final vai agora passar pelo crivo das forças que integram a coligação. Se o documento for aprovado internamente, o presidente Frank-Walter Steinmeier irá propor o nome de Friedrich Merz ao Bundestag (parlamento alemão) que votará para eleger o novo chanceler que, ao que tudo indica, acontecerá no início de maio.

Em Portugal, quase todas as queixas de partilha de conteúdos íntimos acabam arquivadas

Em 2023, o Código Penal passou a especificar a partilha de conteúdos íntimos sem consentimento como crime de “devassa através de meio de comunicação social, da Internet ou de outros meios de difusão pública generalizada” relativo à “intimidade da vida familiar ou sexual”. As penas foram também agravadas, sendo o infrator “punido com pena de prisão até 5 anos” como é referido no artigo 193º.

Contudo, os dados mais recentes divulgados pela Procuradoria-Geral da República mostram que, entre 1 de junho de 2023 e 6 de fevereiro de 2025, foram instaurados 205 inquéritos, dos quais 105 acabaram em arquivamento e apenas três resultaram em acusações pelo Ministério Público.

Em declarações à Antena 1, Carla Costa, inspetora-chefe da Polícia Judiciária, referiu que “tem havido algum crescimento (da partilha de conteúdo íntimo), porque, cada vez mais, as crianças têm acesso a equipamentos tecnológicos e digitais. O número de horas que passam online, muitas das vezes sem a supervisão parental, faz com que fiquem vulneráveis e são facilmente manipuláveis para a partilha desse tipo de conteúdo.”

Relativamente ao reconhecimento dos autores, Carla Costa considera que “pode, efetivamente, não ser fácil, mas tem de se conseguir chegar a algumas identificações positivas e tem de se conseguir levar os casos a julgamento.”

Texto: Simão Duarte e Sofia Brandão

Fontes: Programas dos partidos referidos acima, SIC Notícias, Antena 1, RTP, CNN Portugal

sobre o autor
Simão Duarte
Discurso Direto
Partilhe este artigo
Comentários
Relacionados
Newsletter

Fique Sempre Informado!

Subscreva a nossa newsletter e receba notificações de novas publicações.

O envio da nossa newsletter é semanal.
Garantimos que nunca enviaremos publicidade ou spam para o seu e-mail.
Pode desinscrever-se a qualquer momento através do link de desinscrição na parte inferior de cada e-mail.

Veja também