
Apesar da minha ligeiramente tenra idade, já acompanho futebol há anos suficientes para saber de cor e salteado algumas das frases mais usadas pelos treinadores. Uma delas é a que refere que um “jogo será resolvido nos detalhes”, frase essa que recordo agora, na medida em que se aplica na perfeição aos últimos quatro jogos do FC Arouca, para o bem e para o mal.
A jogar em casa, frente ao Rio Ave, o FC Arouca assumiu as rédeas do jogo, com o controlo espectável, contudo, apesar de se aproximarem várias vezes da área, faltou um melhor poder de fogo, algo que surgiu apenas ao minuto 71, mas com muita classe: numa bola parada cobrada de forma soberba, Fontán concluiu uma das melhores jogadas coletivas que se viu no Municipal de Arouca. Contudo, foi a partir desse jogo que começaram a sobressair-se os detalhes, neste caso, para o mal, pois, no último suspiro do encontro, Tiago Morais empatou a partida com um foguete.
Na ida a Alvalade, o FCA começou bem cedo a vencer o Sporting, fruto de um dos autogolos mais caricatos de sempre. Ainda que, pouco depois, o recém-entrado Harder tenha colocado habilmente a bola no fundo das redes, os arouquenses foram para o intervalo a vencer com um golo de penálti de Henrique Araújo. No segundo tempo, naturalmente, os leões procuraram e encontraram o segundo golo e, na reta final, ambas as equipas lutaram pelo terceiro. Mais uma vez, os detalhes surgiram, para o mal, já que ambas tiveram oportunidades flagrantes de golo, mas ninguém as concretizou.
No regresso a casa, para defrontar o aflito Farense, quem se viu aflito no primeiro tempo foi a equipa de terras de Santa Mafalda, que esteve irreconhecível e sem ter feito qualquer remate, ao contrário do Farense, que foi para o descanso a vencer à lei da bomba de Poloni. Era preciso mudar algo no segundo tempo e, felizmente, assim foi. A meio da segunda parte, os uruguaios Trezza e Nandín (este último em estreia) marcaram os golos da possível reviravolta, não fossem os detalhes terem reaparecido, para o mal, de novo. Após o golo do empate de Tomané, Valido deu uma grande bola a Nandín, que tentou bisar com um belo chapéu a Ricardo Velho, mas um corte ainda melhor de Bermejo negou o golo da reviravolta.
Por último, infelizmente, uma derrota contra o Porto, num jogo onde existiu pouco brilho, mas muito pragmatismo adversário, ciente das suas limitações. Ao FCA, como Vasco Seabra referiu e bem, faltou apenas conseguir combater eficazmente a postura adversária. Certo é que esta derrota e a tendência dos detalhes não nos sorrirem, em meu crer, não belisca nada do que se fez até então nem nada do que será feito de seguida.
Crónica escrita a 4 de fevereiro, referindo-se aos jogos contra Rio Ave (1-1), Sporting (2-2), Farense (2-2) e Porto (0-2)

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