Ideia do líder americano é “comprar e possuir” Gaza para que os Países do Médio Oriente possam ajudar a reconstruir
Na viagem que fez para assistir ao Super Bowl, ontem, a bordo do Air Force One afirmou aos jornalistas que está “empenhado em comprar e possuir Gaza”, e, no que diz respeito à reconstrução, abriu a possibilidade de “outros estados do médio Oriente” construírem “partes do enclave”.
A ideia é garantir que o Hamas “não volta para lá”, pois, segundo a sua apreciação, “não há nada para onde voltar”, caracterizando o sítio como “um local de demolição” e que o que resta será também demolido.
Para Trump a Faixa de Gaza é o “local mais perigoso do mundo para se viver” e tenciona transformá-lo “num local muito bom para o desenvolvimento futuro de alguém”.
“Deixaremos que outros países desenvolvam partes do enclave. Vai ser lindo. As pessoas podem vir de todo o mundo e viver lá”, enfatizou perante os jornalistas.
Acrescentou, todavia, que irão “tomar conta dos palestinianos”, e que se certificarão de que “vivem bem, em harmonia e em paz, e que não são assassinados”.
Este plano do Presidente dos EUA para a ocupação de Gaza foi anunciado à cerca de uma semana, na sequência de uma reunião com o Primeiro Ministro de Israel Benjamin Netanyahu. Nessa altura tinha avançado que os palestinianos que estavam deslocados não iriam “querer regressar a Gaza”, e que as “nações árabes” iam concordar em acolher os palestinianos.
Esta plano de Donald Trump para reinstalar os palestinianos e tornar o enclave na “Riviera do Médio Oriente” já suscitou uma condenação internacional generalizada por países como a Arábia Saudita, França, Espanha, Irlanda, Alemanha, Jordânia, Irão, Brasil, que manifestaram não concordância com “qualquer deslocação forçada”. Rússia, Turquia e Austrália já referiram oficialmente que a solução de dois estados é o único caminho possível, e António Guterres, secretário geral da ONU, afirmou que o essencial “é evitar qualquer forma de limpeza étnica”.
Mahmoud Abbas, presidente palestiniano, apelou às Nações Unidas para protegerem “o povo palestiniano e os seus direitos inalienáveis”, referindo que a ideia de Trump é “uma grave violação do direito internacional”.
Marques Mendes apresenta candidatura à Presidência em Fafe
Candidato realça “experiência” que adquiriu na sua carreira política
Fafe foi a terra escolhida por Marques Mendes para apresentar a sua candidatura às Presidenciais, lugar conde cresceu e começou a sua vida política, aos 19 anos, como autarca. Frisou que entregou o seu cartão de militante do PSD, pois quer que a sua candidatura seja independente e direcionada para “todos os portugueses”.
Dúvidas não restam para o facto de que Marques Mendes terá, na sua candidatura para a Presidência, em 2026, o apoio do PSD partido do qual já foi líder (Secretário de Estado e Ministro).
Na apresentação lançou algumas “farpas” para o suposto líder de sondagens, o Almirante Gouveia e Melo, exortando a experiência política que acumulou ao longo de uma carreira de mais de 40 anos, algo que o militar não possui. A candidatura que apresentou foi assente em “valores e orientada por desafios e compromissos”. “Política sem ética é uma vergonha”, foi a frase de Francisco Sá Carneiro que proferiu para reforçar os compromissos destacando a ética política em alusão aos vários escândalos atuais envolvendo políticos de vários partidos.
60 acusados na operação Tutti-Fruti
10 anos após se ter dado início ao processo Tutti-Frutti, foram acusados pelo Ministério Público seis dezenas de pessoas onde se incluem autarcas do PSD e do PS. Estes respondem por 463 crimes, e o MP tenciona reaver 580 mil euros para o Estado.
Nesta operação estão a ser investigados militantes do PS e PSD, devido a avenças e contratos públicos, sendo que o processo engloba autarcas de conhecidas juntas de freguesia de Lisboa, funcionários e empresários. Já se chegou a especular a possível existência de troca de favores, e em combinação de candidatos autárquicos entre o PS e o PSD.
De recordar que foi através de uma denúncia anónima inserida no portal informático das queixas da Procuradoria-Geral da República que a investigação se iniciou.
Os nomes visados vão responder por 463 crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, branqueamento, burla qualificada, abuso de poder, tráfico de influência, falsificação de documento, e recebimento indevido de vantagem.
O processo demorou muito tempo a “arrancar”, aparentemente por falta de meios, mas também por ser um grande e complexo processo e pela sensibilidade dos factos e função que estavam a ocupar os visados. A lista é enorme, sendo 60 no total, incluindo 13 autarcas como atuais e ex-presidentes de Junta de Freguesia e vereadores de Lisboa.
Novas polémicas com deputados do Chega
Nuno Pardal acusado de pedofilia, José Paulo Sousa apanhado com excesso de álcool no sangue
Depois de uma semana marcada ainda pelo caso que envolveu Miguel Arruda (o qual voltou ao Parlamento como deputado não inscrito e gerou de imediato polémica pela forma de sinalizar o seu sentido de voto, com o braço estendido de forma bem idêntica à saudação nazi), o Chega viu-se agora a mãos com dois casos de uma só vez.
Na passada quinta-feira, foi tornado público o caso de Nuno Pardal que, ao que tudo indica, encontra-se sob a alçada do Ministério Público por “dois crimes agravados de prostituição de menores”. Deputado na Assembleia Municipal de Lisboa e vice-presidente dessa distrital, este terá tido encontros sexuais com um rapaz de 15 anos. À RTP, Nuno Pardal “negou ter conhecimento de que o jovem era menor, e revelou a intenção de renunciar aos lugares que ocupa na Assembleia Municipal e no partido de André Ventura”, porém o Ministério Público aponta que tudo se iniciou em 2023, quando ambos trocaram mensagens na aplicação de encontros para homossexuais Grindr, posteriormente passando para o WhatsApp, onde combinaram um encontro, que acabou por acontecer, no dia 11 de julho de 2023.
Segundo a acusação, como noticiado pelo Expresso, “ambos seguiram no carro do deputado municipal do Chega em direção a um pinhal, e que Nuno Pardal Ribeiro perguntou ao rapaz que idade tinha, tendo este respondido que tinha 15 anos. Mesmo assim, tiveram relações sexuais e, posteriormente, o conselheiro nacional do partido de André Ventura enviou um código através de MB Way para que o adolescente pudesse levantar 20 euros.”
Nuno Pardal Ribeiro não negou o encontro com o adolescente, mas sublinhou que o conheceu “numa app de encontros para maiores de 18 anos” e que, “até ser confrontado com este processo, desconhecia por completo que era menor de idade”.
Já José Paulo Sousa, deputado do Chega/Açores, foi apanhado numa operação STOP com 2,25 g/l de álcool no sangue, algo que é considerado como crime. Após a revelação do caso por parte do jornal Açoriano Oriental, o deputado em questão recorreu ao Facebook para reconhecer o erro. “Após uma noite de convívio com amigos e conhecidos, tomei a decisão errada de conduzir de volta a casa. Reconheço agora que, naquele momento, não soube avaliar a gravidade da minha atitude e falhei ao não perceber o risco que coloquei a mim e aos outros utilizadores da via pública. Foi uma escolha irracional, da qual me envergonho.
Estou plenamente ciente de que não há desculpas para o que fiz, nem busco, através desta declaração, justificações para o meu erro. Aceitarei as consequências do meu ato com a convicção de que mereço pagar pelo que fiz.”
Foram apanhados todos os fugitivos de Vale de Judeus
Após a fuga de cinco prisioneiros da cadeia de Vale de Judeus, as autoridades procuraram de imediato recaptura-los. Até à passada quinta-feira, faltavam apenas dois deles: Rodolf Lohrmann, o mais perigoso dos cinco, e Mark Roscaleer. Ambos foram apanhados, nesse mesmo dia, em Alicante, Espanha, pois já se haviam estabelecido lá e retomado contactos com o mundo do crime.
Tudo indica que ambos contaram com a ajuda de velhos conhecidos para obterem documentação falsa e, assim, movimentarem-se de cidade em cidade, até se terem fixado na cidade acima referida, na qual voltaram juntos à atividade criminosa. De acordo com a notícia do JN, a “débil qualidade dos falsos documentos de identificação que usavam nunca lhes deu a confiança necessária para entrarem num aeroporto europeu e embarcar num avião com destino à América do Sul, onde o argentino se sentiria mais confortável”.
Segundo a PJ, através da monotorização das redes sociais e dos contactos telefónicos, descobriram Mark Roscaleer. A PJ transmitiu essa informação às autoridades espanholas, que montaram uma série de ações de vigilância. Numa delas, apanharam ambos os arguidos juntos.
Texto: Ana Isabel Castro e Simão Duarte
Fontes: RTP, SIC Notícias, Expresso, JN, Euronews. RR
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