Diretor do SNS demitiu-se após reportagem da SIC

António Gandra D’Almeida, diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pediu a demissão do seu cargo na noite da passada sexta-feira (dia 17 de janeiro). Tal ficou a dever-se a uma reportagem da SIC, a qual revelou que este “acumulou, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas Urgências de Faro e Portimão”, situação incompatível aos olhos da lei.

De acordo com a SIC, ainda que Gandra D’Almeida tenha conseguido “que o INEM lhe desse uma autorização com a garantia de que não ia receber vencimento”, contudo nos “documentos a que a SIC teve acesso, Gandra D’Almeida recebeu mais de 200 mil euros por esses turnos”.

No pedido de demissão, Ganda D’Almeida considerou que a reportagem contém “imprecisões e falsidades que lesam o meu bom nome” e, apesar deste entender que “não cometi qualquer ilegalidade ou irregularidade”, demitiu-se para “defesa do SNS e, com não menos importância, para proteção da minha Família e do futuro que queremos seja de dignidade”. O Ministério da Saúde aceitou a demissão.

Imigração continua a dar que falar

No passado fim de semana, sete pessoas ficaram feridas numa rixa na Rua do Benformoso, junto ao Martim Moniz, em Lisboa. Os distúrbios, nos quais duas pessoas recorreram a armas brancas, tratou-se de um presumível conflito entre gangues, de acordo com a RTP. Note-se que este evento ocorreu quase um mês depois da operação policial na mesma rua, onde a PSP encostou inúmeros imigrantes à parede.

Este foi um dos temas centrais do mais recente debate quinzenal, onde, na passada quarta (dia 15), Luís Montenegro voltou a afirmar não ter gostado de ver as pessoas encostadas à parede, mas referiu que “compreendo que tem que ser mesmo assim”. O tema veio à baila numa intervenção de André Ventura, que começou por repetiu uma das bandeiras do Chega no que toca à imigração: “Quem está ilegal tem que voltar para o país dele, porque não precisamos cá de ilegais”. Após a resposta já referida de Montenegro, Ventura insistiu. “A polícia fez bem ou fez mal?”, inquiriu o líder do Chega, ao que o Primeiro-Ministro respondeu perentoriamente: “Sr. Deputado André Ventura, a PSP fez bem”.

Mas não se ficou por aqui, já que Pedro Nuno Santos abordou a imigração num outro prisma, o do acesso limitado destes no acesso ao SNS. “Se uma mulher grávida, em situação irregular em Portugal, chegar à porta de um hospital em trabalho de parto, o que é que o hospital deve fazer?”, questionou. De forma bastante exaltada, Montenegro respondeu assim: “Atender alguém que, mesmo que esteja aqui de forma irregular, se encontra num estado de gravidez adiantado, portador de uma doença infetocontagiosa, é uma coisa. Promover, pactuar com redes de fraude, com redes criminosas, que retiram a capacidade do SNS, isso é intolerável.”. O líder do PS voltou à carga, apontando que “num país com sentido de humanismo que tem este, há situações que são inaceitáveis. Mas todos os casos que eu disse, não são possíveis com o diploma que o PSD apresentou no Parlamento”.

 

IL quer inserir nacionalidade nos dados estatísticos sobre crimes

A IL propôs que o governo passasse a divulgar a nacionalidade e o tipo de autorização de residência de quem comete crimes em Portugal. A força política pretende com isto que a discussão política se desenrole com base em dados e não em “emoções”.

A medida pressupõe que as estatísticas sobre a criminalidade passem a incluir dados relativos ao género, idade, nacionalidade e o tipo de autorização de residência dos criminosos e das vítimas.

A IL apresentou, na passada quarta-feira, em conferência de imprensa o projeto de resolução que vai apresentar à Assembleia da República com as recomendações do Governo.

Para a IL a informação que existe hoje é “insuficiente” e apenas com mais dados será possível “compreender em profundidade” os problemas criminais.

Acrescentam ainda que o combate ao aproveitamento político é feito com dados e não com “vazio estatístico” e destacam a importância de a discussão política ser realizada com base em “factos” e não em “emoções”.

Fontes: Renascença, SIC, RTP, Público

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Ana Isabel Castro
Discurso Direto
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