
Desde a última crónica, o FC Arouca conquistou uns preciosíssimos sete pontos em quatro jogos. Não tirando mérito algum a esta conquista (mérito esse bem grande), não posso deixar de sentir um sabor agridoce perante esta reta final da primeira volta.
Contra o Santa Clara, equipa-sensação da Liga, fomos capazes do que achávamos ser impossível desde o final da época passada: dominar um adversário durante todo o encontro e, no final, vencer. Um jogo a roçar a perfeição, com uma solidez defensiva, índices de concentração e uma boa capacidade ofensiva. Contudo, logo no encontro a seguir, tudo desmoronou-se. Na deslocação ao terreno do Casa Pia, apesar dos nossos dois golos anulados por fora de jogo, as falhas defensivas voltaram a custar-nos bem caro – sofremos os dois primeiros golos no espaço de um minuto! – e faltou melhor construção de jogo e criatividade ofensiva para desfazer a linha de cinco defesas e a desvantagem no marcador.
No regresso a casa para o último encontro de 2024, ao recebermos o Gil, voltamos a revelar dificuldades na construção de jogo e a pausa devido ao nevoeiro foi “a nossa melhor amiga”, já que permitiu que o Gil Vicente arrefecesse e os arouquenses reentrassem com nova cara e cara lavada para a reta final, onde, pela primeira vez desde há já algum tempo, não foi tarde demais para se recuperar alguns pontos (um, no caso). Por fim, fomos ao Bessa num jogo com dois momentos bastante distintos: no primeiro tempo, fomos justamente para o intervalo em vantagem, devido à nossa superioridade, porém, no segundo tempo, foi preciso asneirada da grossa do jogo de pés de Mantl (algo que já tinha alertado anteriormente neste espaço) para os Lobos de Arouca, adormecidos desde o descanso, reentrarem na partida. Mais uma vez, felizmente, não acordamos tarde demais para conquistar o triunfo perante um adversário fragilizado em todos os aspetos e contra o qual podíamos e devíamos ter vencido confortavelmente.
Com uma segunda volta pela frente, sou da opinião de que deveríamos alterar algumas peças. Na baliza, deveria jogar Valido, por ser bom dentro dos postes (como Mantl o é) e também fora destes (algo em que Mantl peca). No centro da defesa, a dupla Matías Rocha – Popovic, pela qualidade e agressividade, a qual poderá ajudar a combater os desaparecimentos anímicos do coletivo. No duplo pivô, o regresso de Fukui à titularidade poderá ser fulcral para uma melhor construção de jogo. Já no ataque, é de se aproveitar a boa forma de Yalçin, ainda que esteja curioso para ver o reforço Nandín.
Crónica de opinião publicada a 10 de janeiro

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