Tumultos perdem Força na Grande Lisboa

Apesar de tudo, um engenho foi arremessado para dentro de uma esquadra e um autocarro e dois carros da polícia foram apedrejados

Segundo a PSP, a penúltima noite foi mais calma que as anteriores, na Zona da Grande Lisboa, onde se registaram 18 situações de fogo em mobiliário urbano, (principalmente caixotes do lixo), todavia ainda se aponta o arremessar de um engenho explosivo para dentro de uma esquadra, e o apedrejamento de um autocarro e dois carros da polícia.

Tudo se despoletou após, na madrugada de segunda feira, Odair Moniz ter sido morto a tiro por um PSP, na Cova da Moura, Amadora. Pelas contas, e só neste concelho, arderam 200 caixotes do lixo e ecopontos, tal como declarou à RTP3 o presidente deste Município, Vítor Ferreira. Os prejuízos rondam a casa dos 90 mil euros, e a autarquia já está a lançar os procedimentos para os substituir.

Até à manhã de anteontem, a PSP registou uma centena de situações de incêndio em mobiliário urbano, 45 das mesmas de quarta para quinta feira (4 autocarros da Carris foram incendiados, e um dos motoristas acabou por ficar gravemente ferido no incendimento ocorrido em Santo António dos Cavaleiros, em Loures).  Segundo a Carris a vítima ainda está hospitalizada com queimaduras graves na face, tórax e braços, mas não corre perigo de vida.

Não obstante, dois autocarros da Carris deixaram de passar “pontualmente”, e por “prevenção, pelo Bairro do Zambujal (Amadora), onde residia Odair Moniz, de 43 anos, e onde se iniciaram os distúrbios, na noite de segunda-feira. Após esse dia os desacatos estenderam-se a outros concelhos da Grande Lisboa e da Margem Sul.

Na totalidade, os distúrbios causaram 7 feridos, seis dos quais ligeiros. Dois passageiros de um autocarro foram esfaqueados e dois polícias apedrejados, sendo que na última noite não há registo de feridos ou de viaturas ardidas.

“Drones a fazer vigilância nos Bairros”

Foram detidas 16 pessoas, desde segunda feira, as primeiras três na Amadora, e as restantes nos concelhos limítrofes. Vítor Ferreira acrescentou que “há drones nos bairros que estão a fazer a vigilância”, reforçando que o sistema de “videoproteção”, instalado em vários locais da Amadora, vai possibilitando fornecer “informação precisa à PSP e à Polícia Judiciária” para posteriores detenções.

Paralelamente, no comunicado emitido ontem, a PSP salienta que “continuará dedicada à segurança dos portugueses e de todos os cidadãos que escolhem o nosso país para viver e para visitar, apelando a todos que mantenham a “calma, a tranquilidade e a confiança na PSP”. Acrescentaram ainda que estão a monitorizar “partilhas nas redes sociais a incitar ao ódio e à violência”, que, por se traduzirem em “ilícitos criminais”, serão comunicadas ao Ministério Público.

A vítima mortal dos tumultos Odair Moniz, casado e pai de três filhos, foi morto a tiro por um agente da PSP, após fugir a uma patrulha da PSP que lhe fez paragem.

A PSP informa que após Odair se despistar dentro da Cova da Moura, tentou agredir com uma “arma branca” os polícias que o abordaram.

Manifestações marcadas para hoje

A PSP alerta para “algum risco” devido a duas manifestações que vão ocorrer hoje, em Lisboa, à mesma hora. Ambas estão convocadas para as 15h00, a do Vida Justa que pede justiça pela morte de Odair Moniz, a ter início do Marquês de Pombal, e a do Chega, com início na Praça do Município em “defesa da polícia”.

A PSP informou que o policiamento das manifestações será realizado pelas várias valências do Comando Metropolitano de Lisboa, com o apoio “permanente” de meios da Unidade Especial de Polícia da PSP.

 

 

70 mil utilizadores trocam fotografias íntimas de mulheres no telegrama

No canal Telegram, milhares de fotografias íntimas de mulheres são trocadas diariamente por cerca de 70 mil utilizadores, como adiantou o Jornal público do passado dia 20.

No canal onde a equipa deste jornal entrou são descarregadas dezenas de mensagens por hora pelos “diversos tópicos”, com mais de 66 mil participantes. Todos estão lá com a intenção de “trocar de forma não consentida, conteúdo íntimo de milhares de mulheres. Este canal, que a revista NIT identificou no passado mês de agosto, está organizado em dezenas de tópicos; “as nudes que elas mandam”; “Gordinhas”; “Mãe e Filha”; “Feia, mas até Comia”; “Tugas desconhecidas”; “Trans”; “Grávidas”, mas igualmente por região, ou colocando o nome próprio das vítimas, numa rede onde podem ser adicionadas informações e imagens.

Este é apenas um das dezenas, ou centenas de grupos idênticos. Normalmente basta um link de acesso, ou um convite de alguém que já pertence a estes canais, no entanto, neste grupo principal a equipa do público teve de pagar vinte euros ao administrador para aderir, o que dizem ter sido “dinheiro imediato e sem registo”.

Após o envio das fotos seguem-se comentários “degradantes e sexualizados”, assim como pedidos de “histórias” sobre as vítimas. O tópico mais popular do canal, com mais de 11 mil mensagens, chama-se voyeur que se destina à partilha de fotos tiradas a mulheres na rua, supermercados, transportes públicos, bombas de gasolina, sem que as mesmas se apercebam. Em 2023 foi reforçada a proteção das vítimas da disseminação não consensual de conteúdos íntimos. As penas para este tipo de crimes foram atualizadas, sendo que passa a ser possível a pena de prisão até cinco anos de prisão para quem “espalhar ou contribuir para a disseminação” não consentida de “imagens, fotografias ou gravações” que se refiram à vida privada das pessoas, mais precisamente à sua intimidade familiar ou sexual.

 

IPO recebe doação de 80 milhões em tecnologia de ponta

Aquele que será o primeiro centro de protonterapia do país vai servir centenas de doentes por ano. Esta técnica tem menos efeitos adversos do que a radioterapia usual

Júlio Oliveira, Presidente do Conselho de Administração do IPO, depois da celebração dos 50 anos do instituto, a 17 de abril de 2024, rumou à Corunha, mais precisamente à sede da Fundação Amancio Ortega com “um sonho”, como descreveu o JN. No passado dia 24, seis meses depois, o dirigente não escondeu a emoção, pois o seu “sonho” começou a materializar-se, com a celebração do protocolo para a criação do Centro Nacional de Protonterapia. Este é um projeto inovador no país, que vai crescer no IPO do Porto com o intuito de tratar centenas de doentes por ano, principalmente crianças e adultos com tumores em zonas críticas. Esta técnica provoca menos sequelas do que a redioterapia usual, e tem várias finalidades terapêuticas.

 

Disciplina de Cidadania deu bastante que falar

Entre os dias 19 e 20 de outubro, a cidade de Braga acolheu o 42.º Congresso do PSD, no qual Luís Montenegro foi reconduzido na presidência do partido. Contudo, o grande destaque de todo o congresso não foram as novas caras no núcleo político, mas sim as medidas que o Primeiro-Ministro apresentou no seu discurso de encerramento. Pelo meio do discurso de cerca de 25 minutos, este apontou as “sete novas decisões que espelham uma parte do caminho que vamos continuar a percorrer”. Estas sete medidas pertencem às seguintes áreas: Gestão da Água, Segurança, Violência Doméstica, Coesão territorial e vitalidade de centros urbanos, Educação, Saúde e Imigração.

De todas estas áreas, a que obteve maiores aplausos por parte dos militantes sociais-democratas foi a Educação, onde Luís Montenegro prometeu, entre outras coisas, “a libertação da disciplina de Cidadania das amarras a projetos ideológicos ou de fação”.

Tais declarações levaram a críticas de grande parte dos partidos com assento parlamentar, críticas essas que, de certa forma, se agudizaram depois das primeiras declarações sobre o tema de Fernando Alexandre, ministro da Educação, que em primeira instância referiu a existência de “exemplos de matérias que foram lecionadas e que suscitam dúvidas aos pais”, mas quando foi prontamente questionado, por um exemplo concreto, não o conseguiu dar.

Na passada sexta feira, decorreu o debate setorial com o ministro da Educação no Parlamento, onde CDS-PP e Chega saudaram a anunciada “libertação de amarras ideológicas” e PS, BE, IL, Livre e PAN teceram várias críticas. Ainda que o Primeiro-Ministro tenha referido a “libertação da disciplina de Cidadania das amarras a projetos ideológicos ou de fação”, algo que foi imediatamente apontado à educação sexual e à identidade de género, o Ministro da Educação reiterou a importância das mesmas. “A mensagem que gostava de deixar aqui é que os temas que são cobertos nesta disciplina, incluindo a educação sexual e a identidade de género, são muito importantes. Temos que ter uma formação dos alunos que acompanhe os tempos e forme uma sociedade plural”.

Foi ainda anunciado que a revisão curricular em curso de todas as disciplinas já estava prevista e deverá estar concluída até abril, com quaisquer alterações a entrarem em vigor no próximo ano letivo.

 

35ª Cimeira Ibérica gerou 11 instrumentos de cooperação

Os chefes de Governo de Portugal e Espanha voltaram a reunir-se, naquela que foi a 35ª Cimeira Ibérica. Tendo decorrido em Faro, na cerimónia em questão Luís Montenegro e Pedro Sanchez assinaram 11 acordos, que consistem em instrumentos de cooperação nas seguintes temáticas: Água e rios, Mobilidade, Energia, Europa, Valores.

Dentro destes 11 acordos, destacam-se a “manutenção de caudais nos Rios Tejo e Guadiana”, a redação de uma “carta ao Primeiro-Ministro de França para levar a cabo a interligação ferroviária necessária para o transporte de passageiros e mercadorias”, entre a Península Ibérica e restante Europa, e o reiterado apelo “de cessar-fogo imediato no Líbano e em Gaza”.

Nota ainda para a criação de “duas novas pontes entre os nossos países, uma sobre o Rio Sever, em Nisa-Cedillo, e outra sobre o Rio Guadiana em Alcoutim”.

 

AROUCA| Intervenção na Unidade de Saúde de Chave lançada novamente a concurso

As obras, lançadas a concurso público, na Unidade de Saúde de Chave foram novamente colocadas a concurso. De acordo com o anúncio público do Município de Arouca, “o primeiro concurso ficou deserto, não tendo havido apresentação de propostas”. Recorde-se que o programa de procedimento e caderno de encargos referentes a esta empreitada foram aprovados em reunião de Câmara, no passado dia 22 de outubro.

De acordo com o anúncio, a obra terá um “preço base de 134.087,50 € (+ IVA) e um prazo de execução de 6 meses”, incluindo a “requalificação de revestimentos exteriores, que pretende solucionar os problemas de infiltrações e humidades existentes no edifício, estando prevista a substituição integral da cobertura e a aplicação de isolamento térmico nas fachadas. Inclui ainda a requalificação dos revestimentos interiores, a renovação da tecnologia, a instalação de bomba de calor para aquecimento de águas e de painéis fotovoltaicos para produção e consumo de energia elétrica.”

Texto: Ana Isabel Castro e Simão Duarte

Fontes: RTP, Jornal de Negócios, JN, DN, Portugal.gov.pt, Município de Arouca, Público, Sic Notícias

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Ana Isabel Castro
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