Temos neste momento em tempo de antena e, de forma quase massiva o Português a ser substituído pelo Politiquês.
Considerando os tempos de incerteza que vivemos e as dificuldades que nos assolam a cada dia que passa: habitação, educação, saúde, aumento das taxas de juro, inflação, escândalos políticos, guerra da Ucrânia, etc, não devíamos nós substituir esta insistência de utilização de Politiquês pelo Português directo, objetivo, verdadeiro e focado que tanta falta numa altura destas?
Utilizando o mesmo paralelismo para Arouca, assistimos, apáticos ao reforço do Politiquês em tudo ou quase tudo associado ao executivo municipal.
Assistimos a meu ver, a um autêntico camuflar através de apontamentos, curiosidades, muitas noticias de relevância pouco ou nada objetivas (como a “politica de proximidade” com uma foto de “1 caneiro” que foi reparado e nada fazendo aos 3 caneiros mais abaixo…), dispersando assim as atenções dos reais problemas dos Arouquenses que, continuam ano após ano sem solução tendo quase sempre como respostas a perguntas objectivas uma resposta em Politiquês.
Uma vez instalado, o Politiquês justifica por exemplo:
– O número baixíssimo de presenças de munícipes e fregueses nas Assembleias Municipais (mesmo transmitida via digital) e de Freguesia.
– Justifica que se façam comunicações numa terça-feira de manhã com a frase motivadora a dizer “participe nas decisões do seu município” , para uma reunião camarária que vai ser no mesmo dia às 14:30H. Que munícipes, por muito interesse que tenham nas políticas municipais, estando maioritariamente a trabalhar, podem participar nessas reuniões e ainda esperar (não estando 100% certo )pelo final de reunião para intervir?
– Justifica que o executivo camarário se repita com: estamos atentos, vamos fazer um estudo, estamos a desenvolver um projecto, estamos a preparar para a apresentar candidatura, não podemos fazer nada para baixar o preço da água, vamos desenvolver diligências, etc…e acções concretas que mudam efectivamente o dia a dia dos Arouquenses? Não se vislumbra nada além do que o Politiquês nos faz crer!
O Politiquês está enraizado e afasta a cada dia as pessoas da política. E os principais culpados são os próprios políticos.
Quando aos fregueses e munícipes:
– uns consideram que “são todos iguais” e afastam-se totalmente;
– Outros até se interessam e querem saber, mas não sabem falar Politiquês porque não aprenderam na escola;
– Outros têm que dedicar muito tempo para aprender o Politiquês e mesmo assim, ou não têm espaço/tempo de intervenção que esclareçam as suas dúvidas (veja-se o exemplo de 1 munícipe que vai a reunião de Assembleia Municipal, intervém no tempo destinado à intervenção dos munícipes, obtém ou não um esclarecimento/resposta às suas dúvidas e, caso não esteja esclarecido ou a resposta não seja aos esclarecimentos que pediu, terá que esperar pela próxima reunião e, pode ser que tenha sorte;
– Ou a informação é partilhada de forma seletiva, para exemplos e informação iguais, comunicações diferentes;
– A informação que conseguem obter não é clara e na grande maioria demasiado “Politiquesada” para a grande maioria dos munícipes;
– Etc
Usamos o Politiquês para, ao contrário que tanto apregoamos, manter as pessoas desinformadas em vez de informadas, mesmo que à primeira vista pareça que estamos informados e temos toda a informação disponível para consulta e informação.
Não ficando apenas por ideias e/ou opiniões que alguns poderão considerar críticas, deixo e algumas notas que poderão servir como solução ou proposta para invertermos este ciclo vicioso de falar Politiquês para pessoas que apenas aprenderam Português:
– Acções de formação e sensibilização nas escolas sobre “linguagem e termos políticos”;
– Fazer uma Assembleia Municipal “teste” a uma sexta à noite ou sábado tarde num espaço que possa receber munícipes, apelando assim à sua participação activa na vida política municipal;
– Publicitar com o mesmo grau de compromisso e informação uma obra que o executivo tenha feito e a abertura de 1 concurso público de contratação;
– Dar possibilidade de resposta e intervenção aos munícipes, associações, partidos, etc no site do município, apresentação de 1 “orçamento municipal para iniciantes “;
– Etc.
Querendo, o município pode de forma simples deixar de falar Politiquês e passar a falar Português e, desta forma informar em vez de desinformar, trazer munícipes para a vida politica e participação activa na mesma em vez de afastar e, criar assim uma simbiose entre actores políticos e cidadãos.
Ou, por outro lado, perceber se a pretensão passa por manter o Politiquês como língua oficial e desta forma continuar com a desinformação massiva aos cidadão, submetendo-os assim a uma sensação de transparência que se assemelha a 1 vidro fosco!
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