Com entrada livre o próximo fim de semana de 18 e 19 de junho vai ser dedicado ao teatro, com a realização de duas peças inspiradas no património cultural local
No dia 18, sábado, pelas 16h00, na Aldeia da Castanheira, em Albergaria da Serra, vai ser apresentada a peça de teatro “A parideira do Filhos”, pelo Teatro Regional da Serra de Montemuro. Este evento cultural faz parte do projeto Lendas Mil- No Palco das Memórias, comandado pela ADRIMAG, em colaboração com o Município de Arouca, O Município de Vale de Cambra e a Academia de Música de Castelo de Paiva.
Já no domingo, dia 19, há a representação da “Lenda do Rego do Boi”, pelo GCRR-Grupo Cultural e Recreativo de Rossas, no lugar da Cimalha Alvarenga. Baseado nas Lendas e Narrativas de Arouca, esta ação é financiada pelo NORTE 2020 – Programa Operacional Regional do Norte, Portugal 2020 e União Europeia, através do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Fique com algumas informações relativamente às peças de Teatro:
Sobre a peça “A Parideira dos Filhos”
Na aldeia da Castanheira, no planalto da Serra da Freita, existe um fenómeno geológico único no mundo: uma rocha mãe que pare pedrinhas. Estas pedrinhas ficaram denominadas de “pedras parideiras”, e diz a lenda que eram colocadas debaixo da almofada ou na mesa de cabeceira pelas mulheres que pretendiam engravidar, por acreditarem que as pedras tinham poderes sobrenaturais e que aumentavam a fertilidade.
Sobre a “Lenda do Rego do Boi”
Conta-se que há vários séculos houve uma acérrima contenda entre as freguesias de Alvarenga e de Nespereira. Ambas as freguesias disputavam a água da nascente do rio Aderna, afluente da margem direita do Rio Paiva, uma vez que as suas populações precisavam dela para a rega dos campos. Para pôr fim a estas discórdias, decretou-se que a freguesia que primeiro construísse um rego e um moinho pronto a trabalhar, ficaria com essa água na sua posse.
Nespereira, confiada no bom declive da sua parte, concordou desde logo. Os seus homens começaram a trabalhar, enquanto que da parte de Alvarenga não se via qualquer trabalho. Assim, os de Nespereira, convictos da desistência dos alvarenguenses, continuaram os seus trabalhos com lentidão e sem grandes preocupações.
O que eles não notaram é que, pelo sopé da Senhora do Monte, uma mulher passava todo o dia a fiar, sem mais nada fazer. A verdade, contudo, é que não se tratava de uma mulher, mas sim de um homem disfarçado para melhor fazer o risco por onde deveria passar o rego sem que os nespereirenses se preocupassem com tal marcação. Marcado o percurso, o povo de Alvarenga juntou-se todo e, numa só noite, abriu todo o rego. Ainda antes de amanhecer a água já corria em enxurradas pelo Monte do Espírito Santo abaixo.
Em relação ao moinho que devia estar pronto a funcionar, como constava do contrato, também aí os alvarenguenses mostraram toda a sua astúcia: puseram um rodízio com uma mó assente numa grade de ferro, fazendo com que a água movesse a mó. Era um moinho que satisfazia perfeitamente as cláusulas do contrato, uma vez que este se referia a pôr um moinho a andar e não um moinho a moer.
De manhã, os de Nespereira ficaram muito admirados com o rego, mas nada preocupados, uma vez que, pensavam eles, já tinham o moinho quase pronto, enquanto o de Alvarenga nem sequer estava começado. Foi maior a sua admiração quando viram o moinho de Alvarenga. Ainda tentaram discutir, mas o que estava feito estava de acordo com o contrato. Nada mais havia a fazer. E foi assim que Alvarenga venceu a disputa.
Para comemorar a façanha, os homens que haviam trabalhado no empreendimento comeram, nessa mesma noite, um boi inteiro. Foi por isso que o rego foi batizado de Rego do Boi, nome que ainda hoje subsiste.
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