Bombeiros Voluntários de Arouca respondem a inquérito do Ministério da Administração Interna sobre incêndio de 2016

Depois das recentes notícias avançadas pelos vários meios de comunicação social acerca do grande incêndio de agosto de 2016 e respetivo inquérito enviado pelo Ministério da Administração Interna ao Ministério Público, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arouca responde ao referido inquérito, através de um comunicado que publicamos na íntegra.

COMANDANTES “ILEGAIS”

A comunicação social noticiou o envio, por parte do MAI, ao Ministério Público do inquérito ao grande incêndio de Agosto 2016 que atingiu os concelhos de Arouca e S. Pedro do Sul, no sentido de se apurar se existe matéria criminal, nas diversas actuações.

Para já, a principal “ilegalidade” retirada do relatório parece ser a participação dos dois Comandantes do Quadro de Honra dos Bombeiros Voluntários de Arouca no apoio à tentativa de contenção do fogo nas primeiras horas, enquanto se aguardava o reforço de meios vindos do exterior que, além de empenhados em outras frentes, enfrentavam as habituais dificuldades em chegar a Arouca, agravadas pela distância efectiva e pelo traçado centenário das vias de ligação que dão acesso ao concelho.

A ser verdade que a principal conclusão do relatório possa ser essa “ilegalidade”, tal só pode acontecer pelo desconhecimento da realidade objectiva nas situações em que estão em perigo pessoas e bens. Tal conclusão remete-nos para o absoluto repúdio e sentimento de revolta por se procurar, mais uma vez, encontrar bodes expiatórios para servir à opinião pública e encobrir os “deslizes” das estruturas ao mais alto nível que, infelizmente se repetiram nas tragédias de 2017. Pelo tempo gasto no inquérito esperamos que se tenha concluído também se as ignições foram levadas à prática por algum incendiário ilegal, ou seja, sem a respectiva licença para tal.

A onda poluente que pretende denegrir o trabalho qualificado, competente e abnegado, dos Bombeiros Voluntários deste País está em marcha e chegou a Arouca para colocar em causa a sua Corporação e os seus Comandantes do Quadro de Honra, cuja competência e entrega à causa humanitária durante décadas, sempre foram reconhecidas. O mesmo se reconhece à actual estrutura de Comando e todo o Corpo Activo, nos quais depositamos confiança total.

Se a Lei veda o exercício em actividades operacionais aos Comandantes do Quadro de Honra, não lhes pode subtrair o direito de cidadania para exercerem e apoiarem, com a sua experiência acumulada nas matérias em que são credenciados, principalmente quando a vida dos seus amigos e vizinhos, e o bem comum, estão em risco.

São por vezes caricatos os meandros das Leis: Qualquer dia, um qualquer iluminado proporá que seja “vedada” a participação dos antigos Presidentes da República no Conselho de Estado!

Resta-nos ser pacientes, e manter a serenidade possível, na defesa intransigente da nossa instituição e de todos que a servem ou serviram, perante os “insultos” a que são sujeitos. Deixem trabalhar quem trabalha e respeitem a dignidade das pessoas. Por estas terras do interior esse atributo ainda tem significado, mesmo causando alguns incómodos.

A Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arouca”

sobre o autor
Ana Isabel Castro
Discurso Direto
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