Vasco Seabra: “Concedemos muito pouco ao Santa Clara, o que também revela o nosso crescimento em termos defensivos”

No final do empate a zeros na deslocação aos Açores, tendo sido o último encontro antes do Natal e do aniversário do FC Arouca, o treinador dos arouquenses, Vasco Seabra, reconheceu a justiça do resultado, pelo pouco que foi criado no ataque, mas salientou a crescente solidez defensiva dos Lobos de Arouca.

Estas foram as palavras no técnico na flash-interview da Sporttv:

  • Ajusta-se o empate?

“Sim, sendo honesto, penso que o resultado se ajusta. Acho que houve ligeira superioridade nossa, pelas duas oportunidades que me parecem melhores, a do Trezza na 1ª parte e a do Lee na 2ª. De qualquer das formas, penso que é um jogo com pouca baliza das duas equipas.

Nós viemos de uma sequência difícil, temos muitos golos feridos e a equipa precisa de ganhar essa mesma consistência. Por vezes resguarda-se um pouco, isso é uma coisa que é normal e, naturalmente, vamos crescendo com essas mesmas sensações.

Vir aos Açores, defrontar um adversário difícil, competente, numa realidade que é sempre muito difícil de jogar, muito húmido. Nós sabemos que as equipas aqui passam sempre muito mal e nós concedemos muito pouco ao Santa Clara, o que também revela o nosso crescimento em termos defensivos. Em termos ofensivos, chegámos muitas vezes perto do último terço, mas fomos pouco clarividentes e claros na forma como conseguíamos criar mais situações, fazer mais dano no adversário. Esse é o ponto a acrescentar ao processo, àquilo que queremos fazer mais e melhor, mas satisfeito com o desempenho da equipa, com a entrega que a equipa teve.

Não totalmente satisfeito, porque estava agora a dizer ao grupo, no balneário, posso partilhar com vocês aqui. É muito bom sinal quando nós saímos de uma série dura, fazemos a 1ª vitória para quebrar essa série com baliza a zero e agora que levamos um ponto dos Açores, que é sempre um ponto difícil de conquistar, fica-nos uma sensação de que nós éramos capazes de conseguir ganhar cá. É ótimo porque leva-nos para degrau a degrau, um passo de cada vez, estarmos com os pés bem assentos no chão, com muito trabalho que temos para fazer, mas confiando muito no grupo que temos.”

  • Escolhas dos jogadores para o meio campo

“O Fukui é um talento gigante. Não jogou o último jogo por castigo, e, no último jogo, o Pedro Santos e o Espen van Ee tinham feito um jogo incrível. Temos o David Simão, que toda a gente conhece, não vale a pena falarmos dele em termos técnicos. A verdade é que sentimos que o Pedro Santos e o Espen van Ee fizeram um excelente jogo na semana passada. O Pedro, tecnicamente, também é um jogador muito capaz. Tem muita abrangência de espaço e é um jogador muito capaz.

O Espen van Ee é um jogador que tem processos simples, mas que também tem uma abrangência defensiva muito interessante. Acredito que, com o desenvolver do tempo, com a confiança com a equipa e com o crescimento natural da equipa, não vai ser um criativo como é, por exemplo, o Fukui, mas vai ser naturalmente um jogador que vai dar equilíbrio posicional à equipa e vai também permitir que a equipa tenha fluidez na bola. Portanto, às vezes tem a ver também com estas fases.

O Fukui vinha a jogar os jogos todos. É um jogador que, para mim, vai chegar a um nível de equipa grande, não tenho dúvidas nenhumas disso. São as fases da equipa, eles vão voltar a aparecer lá para dentro.

Tal como o Lee Hjunju, o Pablo, faz muita confusão e muita comichão de vez em quando vê-los tanto tempo sentados no banco, quando também acho que merecem muito estar dentro, porque têm um talento também incrível. Mas a equipa porta-se bem, dá tudo o que tem, tem uma atitude muito boa. Portanto, temos que valorizar essa atitude e as fases e os momentos de cada jogador.”

Na sala de imprensa, o treinador deixou críticas ao tratamento adversário na hospitalidade

Na sala de imprensa, na conferência pós-jogo, o treinador dos Lobos de Arouca não abafou a sua indignação perante o tratamento que o Santa Clara deu aos arouquenses, na hospitalidade e receção da comitiva, considerando que o FCA acabou por “levar por tabela” pelos acontecimentos recentes do clube açoriano (3 jogos num espaço de 5 dias, sendo que o último, frente ao Sporting, teve contornos polémicos em torno da arbitragem).

“Obviamente, não posso deixar de fugir a isso: viemos jogar um jogo contra um adversário, um jogo que estava marcado. Não temos culpa de nada que a Liga marca ou deixa de marcar. E chegamos aqui e temos as condições completamente diferentes de quando vimos ao Santa Clara (…) Protocolo que existe, normalmente, de termos as condições quando chegamos: balneários para os treinadores, que hoje não acontece. Não permitiram que os nossos jogadores não-utilizados pudessem fazer o trabalho pós-treino, para poderem ficar capazes de competir a seguir. As atitudes ficam com quem as toma. A nossa equipa não é de queixume, é de entrega total ao jogo. Sofremos, perdemos, estivemos seis jogos a perder, doeu-nos muito na alma, mas temos de seguir viagem”, começou por referir.

O técnico prosseguiu apontando que o FC Arouca não tem qualquer culpa e salientou o respeito que tem pelo adversário, pelo seu treinador, Vasco Matos, e pelas competições desportivas: “Parece-me que o Arouca não fez mal ao Santa Clara, somos todos profissionais, as equipas querem jogar na Taça de Portugal, nas competições europeias…Nós adorávamos estar nas competições europeias e ter de jogar de três em três dias, por isso, é muita queixa. Tenho muito respeito pelo Vasco Matos, gosto muito enquanto treinador, gosto muito da equipa dele, por isso só tenho de dar os parabéns pelo trabalho que está a fazer, excelentes jogos que fez até agora, excelente participação nas competições europeias, que fiquei triste por não terem passado. Mas se tivessem passado, se calhar teriam mais vezes este tipo de cenários. O Arouca é que não tem culpa disso”.

Simão Duarte

Foto Arquivo: Pedro Fontes – FC Arouca

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Simão Duarte
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