Vasco Seabra: “A expulsão deixou-nos mais intranquilos a nós do que propriamente ao Porto”

Após a derrota por 0-4 na receção ao FC Porto, Vasco Seabra, o treinador dos arouquenses, apontou questões que têm que melhorar na equipa e que esses pequenos erros não o deixam feliz, contudo, salientou também as dificuldades que o FCA provocou ao adversário. Estas foram algumas das questões colocadas ao técnico na conferência de imprensa pós-jogo:

  • Análise ao jogo e que desafios procurou colocar à equipa do Porto para registar uma melhor performance

“O resultado é justo, o Porto ganha bem, mas acho que nós, até à expulsão, colocamos muitos desafios à equipa do Porto. Acho que fomos uma equipa, daquilo que vejo, até aos 50 minutos, portanto que foi o segundo golo do Porto, o Porto tinha criado uma oportunidade de golo de um erro individual e uma segunda oportunidade quando o João Valido choca com o Tiago Esgaio. Ou seja, o Porto não estava a conseguir ligar por dentro e procurar o 6 (Alan Varela) da forma como gosta e tenta.

Mesmo o jogo de corredores que tem, com chegada fora, quando conseguimos bloquear o 6, com as duplas roturas em espaço lateral-central, não estava a conseguir fazê-las também e começou a querer jogar constantemente mais longo e para a profundidade. Ou seja, eu acho que nós estávamos defensivamente a conseguir criar muitas dificuldades ao Porto.

E a verdade é que a única pecha da primeira parte fica no momento de transição ofensiva em que nós, habitualmente, temos mais critério a sair, mas também por mérito do Porto, porque nos obrigava a correr muito para conseguirmos fechar esses espaços, não tínhamos depois fôlego suficiente para conseguirmos sair da pressão num primeiro momento.

As poucas vezes que conseguimos, conseguimos empurrar o Porto para trás, mas aquilo que pedimos ao intervalo foi precisamente isso, foi para que nós conseguíssemos sair com um bocadinho mais de critério, para sairmos mais da zona de pressão.”

  • O momento da expulsão de Martim Fernandes, em que o Arouca passa a jogar em superioridade numérica

“A expulsão penso que acabou por nos fazer mal a nós, ou seja, deixou-nos mais intranquilos a nós do que propriamente ao Porto. Nós conseguimos com uma excelente pressão, mais uma vez, roubar a bola ao Martim, que acabou por fazer falta e fazer a expulsão. E nesse momento, era um momento em que nós tínhamos todas as capacidades e condições para conseguirmos estabilizar no jogo, empurrar o Porto mais para trás e acabamos por sofrer golos em que o resultado se avoluma e penso que é esse o crescimento que tem que ser da nossa equipa.

Nós, por exemplo, sofremos o segundo golo, onde é um bom golo do Porto, obviamente, mas é um golo onde nós estamos todos encaixados em termos de pressão, ou seja, não podemos permitir que um jogador saia no meio de dois jogadores nossos.

Este quarto golo penso que também é um golo que é perfeitamente evitável por nós. Por isso, esse tipo de erroszinhos são as coisas que não me deixam feliz no jogo. Tirando isso, as sensações foram boas, sabendo que podíamos ter competido de melhor forma após a expulsão.”

  • O que faltou ao Arouca para beneficiar dessa expulsão? Mais mérito do Porto ou demérito do Arouca?

“Há um bocadinho dos dois. Acho que o Porto empolgou-se ainda mais e penso que nós, naquele momento, quando estamos ainda a procurar estabilizar-nos do ponto de vista ofensivo, o Porto acaba por fazer logo o 0-2 e isso mexe um pouco connosco.

O terceiro e o quarto golo avolumam-se em momentos já muito tardios do jogo. Eu acho que entre o 0-2 e o 0-3 nós estávamos a forçar muito já a situação de entrada na área, com muitos cruzamentos, com muita gente em último terço. Ou seja, penso que entre o 0-2 e o 0-3 nós mostramos aquilo que poderíamos ter feito antes do 0-2 e, portanto, entre a expulsão e esse momento. A verdade é que não conseguimos fazer. Isso perturbou-nos. Levou-nos muito para duelos individuais, para tudo o que foi contactos.

E a esse nível do Porto é muito forte e nós, eventualmente, também devido ao cansaço, acabamos por perder um pouco mais os duelos daquilo que estávamos a fazer na primeira parte e penso que isso depois acabou por ser a maior diferença do avolumar do resultado.”

  • Intranquilidade da equipa é natural, porque o plantel é jovem, ou é uma questão de imaturidade?

“Eu acho que tem a ver com quase nem ter dado tempo, porque o Porto fez golo imediatamente a seguir. Ou seja, a expulsão foi aos 48’, demorou um bocadinho até o jogador sair, até aquelas coisas acontecerem e praticamente na jogada a seguir o Porto acaba por fazer o golo. Ou seja, nem acaba por ser quase uma superioridade numérica, porque ela não aconteceu. Nós estávamos muito vivos porque o Porto marca tudo muito rápido, lançamentos, cantos, livres e nós nunca fomos surpreendidos a esse nível.

Ou seja, demonstramos essa maturidade e essa preparação. Por isso, não associo isso à imaturidade, associo antes ao momento específico do jogo onde a equipa, obviamente, estamos no início da época, mas já temos capacidade e qualidade para conseguirmos encarar isso com naturalidade, seguir. Infelizmente foi um momento que não nos ficou bem porque não o demonstramos da melhor forma que podemos e sabemos e, obviamente, temos que estar já muito mais preparados no domingo contra o Famalicão.”

Recorde-se que, na próxima jornada, pelas 15h30 do próximo domingo, dia 5 de outubro, o FC Arouca vai receber o Famalicão, 6º classificado.

Texto: Simão Duarte

Foto: Liga Portugal

sobre o autor
Simão Duarte
Discurso Direto
Partilhe este artigo
Comentários
Relacionados
Newsletter

Fique Sempre Informado!

Subscreva a nossa newsletter e receba notificações de novas publicações.

O envio da nossa newsletter é semanal.
Garantimos que nunca enviaremos publicidade ou spam para o seu e-mail.
Pode desinscrever-se a qualquer momento através do link de desinscrição na parte inferior de cada e-mail.

Veja também