Durante a manhã desta terça-feira, a presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém, e o Comandante das Operações de Socorro, Hélder Silva, prestaram declarações aos meios de comunicação social sobre o incêndio que continua a lavrar no concelho. A autarca fez o ponto de situação, evidenciando a gravidade do cenário, que neste momento conta com três frentes ativas.

“Tivemos uma noite difícil. A situação continua a ser difícil e preocupante. Temos três frentes ativas em Vila Viçosa em direção a Castelo de Paiva e à freguesia de Santa Eulália. Durante a noite foram retiradas algumas pessoas de idade e crianças, mas já regressaram aos seus espaços habitacionais”, referiu Margarida Belém.

O plano municipal de emergência foi ativado às 4h40 da madrugada, devido ao agravamento da situação. “É importantíssimo haver um reforço de meios. Os meios estão todos ativos, mesmo os meios aéreos. Também é importante as pessoas entenderem que a preocupação primeira é com a salvaguarda das pessoas e dos bens. É importantíssimo a cooperação por parte da comunidade”, revelou.

Vila Viçosa continua confinada

Margarida Belém expôs ainda a preocupação com Vila Viçosa, acrescentando que “esta projeção poderá ter proporções não desejáveis, mas temos de estar preparados para elas de uma forma serena, com todas as precauções, porque podemos ter um cenário menos favorável no final da tarde”. 

O Comandante das Operações de Socorro, Hélder Silva, confirmou que a “aldeia (Vila Viçosa) está confinada”, como medida de precaução e salvaguarda das habitações.

Até ao momento, não há registo de habitações afetadas, nem primárias nem secundárias, apenas possíveis danos em alguns barracões abandonados.

Hélder Silva reforçou, por fim, o pedido à população para permanecer em casa e evitar deslocações: “A questão é de civismo. As pessoas devem-se recatar nas suas habitações, devem acautelar os seus bens, evitar saírem para as vias e para os locais de grande pressão. O município pôs ao dispor dos bombeiros todas as condições de alimentação.”

Pelas 12h30, a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicava 601 operacionais no combate a este incêndio, apoiados por 195 viaturas terrestres e 6 meios aéreos.

Também esta manhã, Mário Silvestre, comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, identificou o incêndio em Arouca como o mais preocupante em curso: “O incêndio de Arouca é, neste momento, o que nos preocupa mais. Teve três ocorrências consecutivas. Nas primeiras duas ocorrências, o dispositivo teve uma eficácia muito boa, mas a terceira ocorrência, na zona de Espiunca, acabou por ser uma ocorrência com uma velocidade de propagação elevada e com taxa de expansão também elevada. É um incêndio que se desenvolve numa zona eucaliptal adulto e com uma orografia muito complicada. Este incêndio está a libertar uma energia de aproximadamente 20 mil kw/m”, declarou.

Foto: Sofia Brandão