A cada dia que passa vemos aumentar a quantidade de discursos populistas e extremistas que se alimentam da intolerância e do medo. Estas ideias, muitas vezes assentes em notícias falsas ou na manipulação de dados, assentam na estratégia de “dividir para reinar”, sendo que a nossa resposta precisa de ir para além da simples condenação. É essencial que nos empenhemos em saber comunicar de forma clara, esclarecendo e promovendo um diálogo objetivo, desconstruindo conceitos que, muitas vezes, são propagados precisamente com o objetivo de criar divisões na sociedade, colocando-nos uns contra os outros.
Não quero com isto dizer que discordar de alguém ou ter opiniões diferentes seja algo errado, pelo contrário, a diversidade de pensamentos é fundamental para o nosso progresso enquanto sociedade, mas quando alguém condiciona ou viola os direitos humanos mais básicos, numa postura claramente anti-sistema, todos nós temos a responsabilidade moral de reagir, combatendo as ideias preconcebidas e os discursos de ódio que representam uma ameaça à convivência democrática e ao respeito mútuo.
As explicações simplistas, à moda do TikTok, ou as generalizações que se aproveitam da fragilidade e da frustração dos outros, estão carregadas de tendências discriminatórias e servem apenas para provocar agressividade e violência, seguindo a direção oposta aos valores abril, assentes na liberdade, na pluralidade no respeito e na justiça social.
No contexto atual, as ameaças à democracia aumentam à medida que os populismos e os extremismos se apoiam em notícias falsas e estratégias de comunicação deliberadamente manipuladas e manipuladoras, reforçando a rejeição do pluralismo e atacando aquelas que são as minorias e os mais vulneráveis. A quantidade de informação que temos ao nosso dispor, embora pareça fornecer mais conhecimento, muitas vezes confunde-nos e deixa-nos inseguros perante o que é verdadeiro ou falso. É, por isso, necessário estimular o pensamento crítico, ver para além do óbvio e do imediato, cultivando valores como a tolerância, o respeito, a solidariedade e a honestidade — tanto no que toca à nossa postura intelectual como moral.
Ser democrata significa, também, ser tolerante, saber ouvir opiniões diferentes, valorizar a diversidade e fortalecer o respeito mútuo.
Precisamos de dialogar mais, apostando na chamada escuta ativa, procurando compreender os motivos que levam as pessoas a sentirem-se frustradas ou indignadas, ouvindo-as e encontrando soluções conjuntas que beneficiem todos e não excluam ninguém.
A intolerância, qualquer que seja a sua forma, não deve encontrar espaço na nossa sociedade.
Hoje, mais do que nunca, precisamos de proteger a nossa democracia e isso significa cuidar de todos, todos, todos!
Cátia Camisão
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