Pedro Nuno Santos: “Continuamos a olhar com atenção para os concelhos do interior do distrito de Aveiro”

Secretário-geral do PS em resposta a questões do Discurso Direto

Na reta final da campanha para as Eleições Legislativas do próximo domingo (18 de maio), o Discurso Direto teve a oportunidade de colocar questões a Pedro Nuno Santos, secretário-geral do Partido Socialista e cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Aveiro. O líder socialista respondeu sobre temas relevantes como a mobilidade, a coesão territorial, a educação e a saúde mental, onde traçou as prioridades e propostas do PS.

  • No debate com Inês Sousa Real, do PAN, um dos temas abordados foi a mobilidade. Nessa ocasião, argumentou que as pessoas das regiões de São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da feira, etc., não têm transportes públicos para terem acesso ao passe gratuito. Sendo que nestas zonas, a maioria da população depende do automóvel para se deslocar, de que forma o PS pretende continuar a apostar e a investir no transporte coletivo nestas regiões e, particularmente, no restante interior do país?

“Os desafios de mobilidade são diferentes de região para região e importa reconhecer a dependência do transporte individual em várias zonas do país. É por isso que precisamos de respostas estruturantes, mas também de resposta diretas para apoiar as pessoas. Por um lado, comprometemo-nos a reforçar o investimento em transportes públicos através de um programa de alargamento da gratuitidade e simplificação tarifária e a continuar a expandir as redes de transporte coletivo e os serviços de transporte flexível a pedido, bem como garantir a interoperabilidade e articulação entre operadores.

Por outro, vamos reduzir em pelo menos 20% o IUC de alguns veículos até média cilindrada e avançar com a eliminação de algumas portagens nas ex-SCUT, como é o caso da A25 em toda a sua extensão”.

  • O interior do distrito de Aveiro, nomeadamente os concelhos de Arouca, Castelo de Paiva e Vale de Cambra, continuam a sofrer com a desertificação. Como pretende o Partido Socialista promover a coesão territorial nestes concelhos que, apesar da sua proximidade ao litoral, continuam a ser considerados periféricos em termos de acessos e oportunidades e, assim, tornar estas regiões mais atrativas para as novas gerações? Ainda sobre estas três localidades, no caso de uma vitória do PS, o que é que estas podem esperar?

“O programa do PS propõe políticas específicas para combater as assimetrias territoriais, tanto regionais como locais, e promover a coesão. Está prevista a valorização dos territórios de baixa densidade com acesso a serviços públicos de qualidade, melhoria da mobilidade e digitalização, apoio à habitação jovem e incentivos à fixação de empresas e jovens qualificados. Instrumentos como a Agenda para a Inovação no Interior e o programa Trabalhar no Interior vão ser dinamizados e aplicados.

Estas medidas vão beneficiar todo o país e também os concelhos do interior do distrito de Aveiro, para os quais continuamos a olhar com atenção em termos de mobilidade, infraestruturas e acesso a serviços públicos de qualidade”.

  • Algumas medidas do Governo relativamente à educação não tiveram o sucesso esperado, nomeadamente a contratação de professores reformados. Que medidas pretende adotar para reforçar a escola pública e combater este flagelo de alunos sem professores? Ainda na educação, o atual Governo já abordou a possibilidade de descongelar as propinas, algo que foi duramente criticado principalmente pelos estudantes. No programa eleitoral, o PS afirma que quer “reduzir de forma gradual a propina de licenciatura, até à sua extinção no prazo de uma década”. Como pretende garantir que essa promessa será cumprida e que outras medidas concretas estão previstas para melhorar o acesso e assegurar a permanência dos estudantes no ensino superior?

“Nós entendemos que é necessário um plano para combater a falta de professores. É um problema estrutural, que não se resolve de um dia para o outro. A resposta passa pela expansão e melhoria da formação inicial e contínua, pela valorização da carreira e criação de condições atrativas, visando sobretudo a fixação de docentes nas zonas mais carenciadas.

No ensino superior, vamos retomar a redução progressiva da propina de licenciatura até à sua eliminação num prazo de dez anos. Esta medida será acompanhada pelo reforço das bolsas de ação social, novas residências universitárias e apoio aos estudantes deslocados, garantindo que nenhum jovem abandona os estudos por dificuldades económicas.”

  • Já referiu que o PS só governará se vencer as eleições e tem, por isso, apelado ao voto útil. Se for necessário formalizar acordos para garantir estabilidade, admite a possibilidade de dialogar com os partidos da esquerda?

“O PS quer vencer as próximas eleições legislativas. Mas está disponível para o diálogo com as forças democráticas, especialmente com aquelas que partilham os valores da social-democracia, desde que esse diálogo respeite os compromissos assumidos com os eleitores e a coerência programática do partido. O objetivo é garantir soluções que reforcem a governação e não comprometam a estabilidade nem a confiança”.

  • Portugal tem o pior resultado da OCDE na saúde mental (fev 2025). No programa eleitoral, o PS propõe “integrar a saúde mental no pacote de cuidados básicos do SNS”. Quais são as suas propostas para melhorar o acesso a serviços de saúde mental? E como pretende lidar com a desigualdade nesse mesmo acesso, especialmente nas áreas rurais e nas periferias urbanas?

“A saúde mental é uma das prioridades do programa do PS. Vamos promover a sua integração nos cuidados de saúde primários, com reforço de psicólogos e psiquiatras no SNS, incluindo em zonas carenciadas e rurais. Propomos ainda a criação de unidades móveis de saúde mental, rastreios na infância, programas de literacia em saúde mental e uma abordagem intersectorial com escolas, emprego e justiça. Este é um dos grandes desafios do país, a que o PS quer dar resposta”.

Texto: Sofia Brandão

Foto: PS

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