Após o empate a uma bola no terreno do Gil Vicente, o treinador do FC Arouca, Vasco Seabra, reconheceu que a primeira parte dos arouquenses foi aquém do esperado, mas salientou o espírito da equipa no arranque do segundo tempo, o qual deverá manter-se para a última jornada do campeonato.
Estas foram algumas das questões colocadas ao técnico:
“Eu espero sempre mais dos meus jogadores, mas estou satisfeito com o compromisso deles. Eram muitas condicionantes, tivemos de fazer algumas adaptações e, naturalmente, isso retira rotinas à equipa. Na primeira parte, não estávamos tão agressivos e pressionantes quanto gostamos e isso permitiu que o Gil estivesse mais à vontade com bola. É uma boa equipa, sabe o que faz, e nós estávamos com alguma dificuldade em ligar (jogo) para depois descobrir os espaços à frente.
Na segunda parte, penso que entrámos muito bem. Entrámos muito agressivos, pressionantes, a roubar bolas à frente, com mais capacidade para descobrir espaços que queríamos, atraímos a pressão e conseguimos descobrir entrelinhas e depois concluir na baliza. Até aos 70 minutos, estivemos melhores, mais fortes que o Gil, mas nos últimos 15/20 minutos caímos um pouco em termos físicos. Depois, com as diversas alterações, tivemos de readaptar jogadores em posições e acabámos por nem sempre ter os timings indicados e isso voltou-nos a puxar um bocadinho para trás.
Muito orgulhoso dos jogadores, da atitude e da predisposição para o jogo. Mais um ponto somado, nos últimos cinco só perdemos um jogo. Queríamos ter somado os três para conseguirmos ir aos 40 pontos e agora temos de dar tudo para chegar aos 38”.
“A equipa melhorou e, às vezes, olhámos para o jogador que sai, mas não foi isso, foi uma questão física porque ele (Mansilla) esteve doente. Na primeira parte, estávamos organizados, com bola a ir ao sítio que queríamos, mas não estávamos a colocar a energia nas coisas. O que procurámos fazer na segunda parte foi sermos mais agressivos e chegar mais à frente sem medo. Fomos mais corajosos e mais bravos”.
“O João conquistou a titularidade pela forma como treina. O João é um guarda-redes muito corajoso, ouve tudo aquilo que lhe dizem. Teve um momento difícil, porque fez dois jogos a titular, pelo quinto amarelo do Nico (Mantl) e porque ele esteve doente. Naquele momento, ainda senti que deveria ser o Nico a dar continuidade ao jogo. Foi o Nico que continuou e agora, não foi por termos conquistado a manutenção, mas por mérito do João, que conquistou o lugar. Sabemos que vai ser uma luta boa para nós, sabendo que temos três guarda-redes muito jovens, com muito potencial. Muito satisfeito com o desempenho do João”.
“Temos muita gente a continuar, nós também. Esta energia interna que temos criado é para continuar. A equipa hoje competiu muito, não se refugiou em desculpas, e vamos para o último jogo cheio de ganas para ganhar. Acho que é merecido porque é um prémio final para terminarmos com 38 pontos”.
Texto: Simão Duarte
Foto: FCA
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