O apagão de 28 de abril no concelho de Arouca foi vivido com alguma preocupação, mas rapidamente se colocaram em marcha planos de contingência, que visaram proteger os mais vulneráveis e assegurar o funcionamento dos serviços que necessitavam de maior atenção. O Discurso Directo contactou o Município e o Agrupamento de Escolas para perceber como foi efetuada a gestão de toda a situação.
Margarida Belém começou por nos referir que a evolução da situação foi sendo acompanhada “de modo muito estreito e atento” pela “Comissão Municipal de Proteção Civil”. A monitorização, que foi acompanhando o apagão, levou à “necessidade de suspender a reunião que estava a decorrer da Assembleia Municipal de Arouca por forma a ativar o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil”.
No que às preocupações concerne, a presidente do atual executivo camarário apontou que estas se centraram “nas IPSS, na manutenção do acesso aos cuidados de saúde, nomeadamente no Centro de Saúde de Arouca, na comunidade escolar e nos idosos em situação de maior debilidade e isolamento geográfico, havendo uma articulação dos serviços municipais de proteção civil com as IPSS, Agrupamentos de Escolas e Juntas de Freguesia por forma a garantir que estavam disponíveis os meios necessários para o funcionamento de serviços e cuidados essenciais”. O abastecimento de água também foi uma preocupação, “de modo a acautelar-se eventuais situações de rutura”.
Esta situação fez evidenciar “todo o trabalho de articulação que o Município e o serviço municipal de proteção civil têm feito com os demais agentes da proteção civil, de modo muito particular a GNR e os Bombeiros Voluntários de Arouca, sem esquecer ainda a articulação a nível supramunicipal, nomeadamente em sede da Área Metropolitana do Porto”. A realização de simulacros (como o simulacro de desencarceramento efetuado no Dia Municipal do Bombeiro) e este tipo de ocorrências servem também para aprender, sendo feita uma avaliação para perceber “como correu e onde podemos melhorar a nossa capacidade de resposta”.
Por último, Margarida Belém endereçou um “vivo e sentido obrigada!”, aos arouquenses, “pelo modo sereno e civilizado como agiram durante este período”, mas também “a todos os que estiveram na linha da frente, nomeadamente senhores presidentes de Junta, Bombeiros, GNR, dirigentes das IPSS e da saúde, diretores dos Agrupamentos, pelo profissionalismo e entrega que sempre demonstram nestes momentos críticos”.
Amélia Rodrigues, diretora do Agrupamento de Escolas de Arouca, confirmou-nos que, no dia do apagão, “em todas as escolas do Agrupamento, as aulas decorreram até ao final do dia. Os professores adaptaram os seus planos de aulas às condições existentes”. Também o serviço de refeições decorreu na normalidade, pois “à hora do apagão, a refeição estava confecionada”.
Apesar de “nenhuma escola do Agrupamento tem gerador”, a professora Amélia referiu que “as salas têm uma razoável luz natural”, pelo que “um dia sem energia dá para gerir, mais do que um dia não”.
Na altura do nosso contacto (29 de abril, o dia seguinte ao do apagão), tudo funcionou com normalidade, desde as aulas ao serviço de refeições na cantina, incluindo o transporte escolar. Tendo em conta que a reposição da eletricidade e a comunicação disso mesmo já ter sido feita pouco depois das 11 horas da noite, pode ter existido quem não tenha tido conhecimento disso, ou seja, não ficou a saber que existiriam as aulas com normalidade. De acordo com a diretora do AEA, “se houve alunos a faltar pela informação tardia, penso que terão sido muito poucos. Com a reposição da internet, as redes sociais voltaram a funcionar e a informação chegou à generalidade das famílias”. Quanto aos equipamentos, “estavam a funcionar para garantir que as atividades letivas decorressem com normalidade”.
Texto: Simão Duarte
Fotos: Município de Arouca e AEA
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