Na edição de abril da Revista Lobos, o defesa Jose Fontán foi o protagonista da entrevista “Dizem por Aí”, onde abordou a sua trajetória no futebol, desde os primeiros passos na formação do Celta de Vigo, até à chegada ao Futebol Clube de Arouca.
O jogador espanhol começou por abordar forma como ocorreu a sua entrada no futebol, pela porta da formação do Real Club Celta de Vigo, juntamente com o seu irmão gémeo, Javi Fontán. A estreia pela equipa principal deu-se a 23 de janeiro de 2020. “Estava muito contente por isso e com muita vontade pois, afinal, é aquilo que toda a criança deseja quando está a jogar desde o começo no seu clube de coração”, referiu o central.
Um ano depois, em 2021, chegou o momento da estreia pela seleção nacional espanhola de sub-21, uma notícia que recebeu “um pouco com surpresa”. “É certo que sabia que a convocatória podia chegar porque já tinha estado presente nas listas de um par de pré-convocatórias. Obviamente sabia que podia ser convocado, mas, até seres realmente, é sempre uma incógnita e não passa de um sonho”, concluiu.
A época de 2022/2023 levou-o para a sua primeira experiência fora de portas, com o empréstimo para o Go Ahead Eagles dos Países Baixos, um campeonato que o surpreendeu muito “tanto a nível de ambiente nos estádios como também a nível de jogo.” Nova época (2023/2024), novo empréstimo, desta vez em Espanha para o Fútbol Club Cartagena, onde Fontán revelou que aconteceu aquilo que ele mais queria: “sair para um sítio onde pudesse jogar todos os jogos e o Fútbol Club Cartagena”.
As boas exibições do defesa, principalmente na segunda metade dessa época, não passaram despercebidas ao FC Arouca. “Lembro-me que o primeiro contacto do clube surgiu quando estava de férias (…) e o meu agente ligou-me para me contar que havia uma situação muito boa para mim que podia acontecer. O campeonato português é cada vez mais atrativo e o FC Arouca é, provavelmente, o melhor exemplo disso.”, explicou, acrescentando que “os meus agentes já tinham um feedback muito bom da Primeira Liga e do FC Arouca, pois são os mesmos do Cristo González. Então, através deles, perguntei mais informações e só me deu boas indicações.”
Apesar da lesão que o afastou no início da presente época, o central é o segundo jogador com mais minutos, seguindo atrás do guarda-redes Nico Mantl. “Quero conseguir jogar e ajudar a equipa a estar o mais acima possível e acho que o início nos custou a todos, inclusive a mim. Ainda assim, acho que, com o avanço da temporada, já estamos um pouco mais na direção do que todos esperávamos que conseguíssemos estar desde o início”, afirmou o jogador.
Por fim, enunciou os jogadores que gostou de acompanhar, apontando nomes como os de Sérgio Ramos, Piqué e Puyol e deixou palavras de agradecimento aos adeptos arouquenses, pedindo que estes continuem “a apoiar como têm feito até aqui”.
A outra grande entrevista desta edição foi feita a Luís Teixeira, antigo jogador do FCA e o autor de “60 anos de Futebol em Arouca”, uma obra única, no sentido da sua qualidade e de existência (é o único livro escrito e publicado sobre a história do FCA).
Tendo-se estreado pela equipa principal em 2004/05, Luís começou por referir a mudança para o Estádio Municipal, em 2006, algo que classificou como uma mudança “gigantesca. A começar logo pelas instalações, a estrutura, a organização e até mesmo a própria mentalidade desportiva da instituição, que passou para um patamar superior que há muito vinha sendo ambicionado pela massa associativa. Tudo marcou uma nova era no clube e que, curiosamente, coincidiu também com a entrada marcante do atual presidente Carlos Pinho”.
Luís Teixeira, que no mundo do futebol teve a alcunha de Pardi, fez parte do plantel que alcançou a histórica primeira subida aos campeonatos profissionais, nomeadamente à Segunda Liga, na época 2009/10. “Nesse ano, a subida à Segunda Liga foi um objetivo colocado pela direção desde a 1ª jornada. Nós tínhamos, de facto, uma equipa muito experiente e recheada de bons jogadores oriundos dos campeonatos profissionais. A temporada foi longa, mas recordo-me que discutimos a subida numa poule final com o Moreirense e o União da Madeira (…). Alcançamos a promoção e fomos campeões nacionais da Segunda Divisão no último jogo em casa, no Estádio Municipal de Arouca, com o Moreirense, numa partida em que estivemos a perder 0-1 ao intervalo, mas vencemos por 2-1. Consciente de que o clube estava no momento mais alto de toda a sua história, e, sendo eu um jogador da terra, esse dia foi para mim, de facto, especial”, recordou, apontando de seguida para a memória da “invasão de campo e toda a festa posterior no balneário, no autocarro e com a massa associativa”.
Das figuras da época, Luís destacou, como jogadores, Pedro Santos (“o melhor jogador com quem joguei … médio experiente, com muita qualidade, de processos simples, bom posicionamento e uma grande visão de jogo”) e Jorge Leitão (“pelo carisma, a presença, o respeito e a sua forma de estar perante o grupo”) e, obviamente, o presidente Carlos Pinho: “É inevitável não elogiarmos o trabalho que tem vindo a ser feito pelo presidente Carlos Pinho e a restante direção, ao longo destes quase 20 anos. Não convém esquecer, por exemplo, que depois da euforia das primeiras temporadas na Primeira Liga e da consequente participação nas competições europeias, o clube acabou por cair duas vezes e, mesmo assim, teve a perseverança para voltar a estar entre os grandes e a colocar o nome da vila na Europa”.
Nota ainda para os restantes conteúdos, tais como:
Luís Teixeira, nos seus tempos de futebolista, ao serviço do FC Arouca
Texto: Sofia Brandão e Simão Duarte
Fotos: Revista Lobos/FCA
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