Num encontro em que o FC Arouca dispôs de inúmeras chances, algumas das quais bastante flagrantes (em particular, as duas grandes penalidades), o treinador Vasco Seabra, que foi expulso ao minuto 55, compareceu na sala de imprensa do Estádio Municipal de Arouca para dar a sua visão do encontro, explicar ao pormenor as diferenças táticas aplicadas e ainda o momento do expulsão.
Estas foram algumas das questões colocadas ao técnico dos Lobos de Arouca:
“É ingrato a gente chegar aqui e ter noção de que tivemos praticamente 60% da posse de bola, pressionamos quase sempre de forma muito agressiva a equipa do Famalicão, que é uma equipa boa, bem treinada, muito difícil de bater e de criar oportunidades. E nós criamos cinco, seis oportunidades muito claras. Eu acho que é o jogo em que temos a percentagem de golos esperados mais alta, inclusive. Acabamos por só fazer um golo no segundo penálti e temos muitas oportunidades de golo falhadas.
Na primeira parte, penso que foi um jogo praticamente de domínio absoluto nosso. Num erro não forçado, acabamos por conceder uma chance ao Famalicão. A nossa pressão estava muito forte, o Famalicão só estava a conseguir esticar, nós tínhamos indicadores de pressão ligeiramente diferentes daquilo que tínhamos para os outros jogos. Penso que conseguimos condicionar sempre o jogo.
O Famalicão não conseguir jogar e depois, na segunda parte, o Famalicão, a ganhar, tentou juntar um pouco mais, mais vezes até com o Gustavo Sá mais à frente para tentar fechar por dentro e impedir a nossa construção. Mesmo assim, nós fomos sempre à procura, estivemos sempre o domínio do jogo. Acabamos por empatar de forma tardia no jogo, e depois acabamos por sofrer mais um golo de canto, onde obviamente é responsabilidade nossa.
No cômputo geral, fizemos um jogo muito competente, muito capaz, onde criamos muitas oportunidades. Levarmos zero pontos do jogo é altamente penalizador. Tenho de ter orgulho dos meus jogadores, porque se dedicaram ao máximo. Estivemos 90 e tal minutos com uma paixão e uma entrega muito grande, contra uma equipa difícil. Foi penalizador os pontos não terem ficado do nosso lado.”
“Já tive oportunidade de pedir desculpa ao árbitro. Eu acho que não fiz nada para ser expulso, também acho que o Hugo (Oliveira) não fez isso tudo para ser expulso, sinceramente. Acho que foi uma coisa normal, de emoções, que fazem parte do jogo. Também percebo o lado do árbitro, levantou-se muita gente, criou-se burburinho e tem que também expulsar-se alguém.
Eu acho que o árbitro fez uma boa arbitragem, os árbitros assistentes e vídeo árbitro igual. Só acho que tirar os treinadores do jogo, por uma coisa acessória, acho que não era significativo. Mas é só um ponto de vista, nada contra o árbitro.”
“Nós pressionamos, no pontapé de baliza, com o nove e o extremo. Acabamos por deixar o nosso lateral-direito a meio termo, a poder dividir dois jogadores, mas a poder saltar muito alto, de forma a podermos anular a saída do Famalicão. Jogando de central para guarda-redes ou de guarda-redes para central, nós estávamos preparados para podermos saltar. Queríamos amassar, não queríamos permitir que o Famalicão saísse a construir para nos bater em pressão, queríamos ficar logo em cima.
Isso foi conseguido em quase todo o jogo, só não o fizemos num pontapé de baliza em que o Jason estava mais atrasado e não conseguiu colocar-se no sítio onde era habitual.
No jogo em si, a forma como condicionamos o médio defensivo do Famalicão também foi muito forte, a forma como saltávamos no timing para saltar no seis e não permitir que ele jogasse, que era um jogador de referência para poder jogar.”
Texto: Simão Duarte
Foto: Ana Margarida Alves
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