Depois de um encontro em que o FC Arouca esteve até bem perto do final em vantagem do marcador, apesar do domínio do Estoril e de ter criado pouco ofensivamente, Vasco Seabra, na conferência pós-jogo, reconheceu as dificuldades sentidas pelos Lobos de Arouca durante o encontro, dando mérito ao adversário e considerando o resultado justo. O treinador dos arouquenses clarificou ainda a ausência de Alex Pinto da ficha de jogo e elogiou a ética de trabalho de Puche.
Estas foram as perguntas colocadas a Vasco Seabra no final do encontro:
“Houve também mérito do Estoril, acho que foi um jogo muito difícil e, provavelmente, foi o jogo mais difícil que tivemos com bola. Defensivamente, uma ou outra situação é natural que sejamos desbloqueados, não há equipas que não sejam batidas em pressão, mas acho que fomos sempre conseguindo aguentar o Estoril. É verdade que o Estoril tem duas/três situações boas em que pode fazer golo, algumas das que conseguiu, por mérito individual.
Nós, essencialmente com bola, não estávamos a conseguir lidar com uma pressão tão forte e tão alta. Normalmente, somos fortes a conseguir desbloquear o adversário, hoje tentamos coisas diferentes e não estávamos a conseguir ultrapassar essa primeira fase (de construção). Havia depois muito espaço a seguir, como aconteceu no lance do golo, mas a verdade é que nem sempre conseguimos ultrapassar essa primeira fase e isso dificultou-nos muito para que conseguíssemos dividir o jogo com mais capacidade à frente.
A equipa trabalhou muito, tenho muito orgulho deles pela forma como nós nos entregamos ao jogo contra uma equipa difícil. O Xeka e o Jordan (Holsgrove) em mobilidade total, para a direita, para a esquerda, para fora do bloco. Às vezes, três mais os dois fora do bloco, difícil de controlar, porque depois vem Rafik (Guitane) e João Carvalho por dentro. Nós conseguimos lidar muito bem com isso, porque são jogadores difíceis quando se viram para a frente, porque têm qualidade para meter o último passe. Nós conseguimos fazer muito bem, a primeira fase não foi tão capaz quanto aquilo que a gente poderia ter feito.”
“A verdade é que, depois, somos desbloqueados numa situação de penálti, em que voltamos ao mesmo. Eu já disse na flash, não gosto de falar disto, não gosto de falar de árbitros, só que eu sei que na Champions este penálti não era marcado, porque o VAR não ia chamar. O VAR não é para ser chamado desta forma, é para ser chamado quando é uma situação clara, após o árbitro ter tomado uma decisão de que não deveria ou deveria ter sido.
Isso incomoda-me porque os jogadores trabalham muito e nós, sermos desbloqueados por uma situação destas, custa. Em termos de justiça, acho que o resultado é justo, o Estoril fez um bom jogo e fez por merecer um golo. Custa sempre perder dois pontos assim.”
“Sim, acho que teve a ver com isso. O Puche acabou por entrar para uma situação diferente do habitual, mas aquilo que aconteceu foi que nós estávamos com dificuldades em ultrapassar a primeira fase e por isso é que estávamos com pouca chegada. Nós normalmente dominamos o jogo e temos muito volume (ofensivo), nos últimos jogos temos tido sempre acima de 12/15 remates à baliza do adversário. Neste último (AFS), tivemos 19 remates, em Alvalade 19 remates. Hoje tivemos menos, também penso que advém daí, e num ou noutro momento, também por estarmos tão cansados defensivamente, porque nos obrigaram a isso.
Recordo-me de uma bola na segunda parte em que podemos matar o jogo, se o Trezza toca, o Henrique está isolado. Não conta como remate, mas é uma oportunidade clara em que podíamos eventualmente ter feito o 2-0 e fechado o jogo.”
“Foi uma situação informática, ele não pôde estar na ficha e foi penalizador para nós e para o jogador. O Puche entrou e esteve bem, há que seguir. Já tivemos muitas vezes o Alex no banco e curiosamente o Esgaio nunca sentiu nada e hoje sentiu, há coisas que acontecem quando têm de acontecer.”
“É um bocado. O Puche, ainda no outro dia falávamos sobre isso, por vezes até o penalizamos por causa disso. É um jogador que adapta-se e consegue fazer várias posições. Está sempre muito disponível, percebe o jogo, entrega-se muito, é um jogador que batalha todos os dias e obriga a quem está a jogar a andar no limite, porque ele trabalha assim. Isso dá-nos soluções para ele poder jogar, tanto a extremo-esquerdo aberto, como lateral direito. Nas Aves, acabou a nº 10. Tem uma variabilidade de posicionamentos que nos agradam, também por ter versatilidade no jogo dele.”
Recorde-se que a Liga só regressará após a pausa para seleções, altura em que o FCA vai deslocar-se a Braga. O encontro da 27ª jornada vai arrancar às 20h30 de sábado, dia 29 de março.
Texto: Simão Duarte
Foto: Ana Margarida Alves
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