Vasco Seabra: “Fica a frustração de não termos conseguido reentrar”

Após um encontro nem sempre bem disputado entre o FC Arouca e o FC Porto, no qual os portistas saíram vitoriosos (0-2), o treinador dos Lobos de Arouca, Vasco Seabra confessou que a principal frustração foi a da sua equipa não ter conseguido reentrar no jogo, admitindo também não estar a contar com a postura do adversário no 2º tempo.

Estas foram algumas das palavras do treinador arouquense:

  • Análise ao jogo e se considera que faltou fazer algo ou fazer melhor para ter um outro resultado?

“A principal frustração advém das duas partes muito distintas, em que, na primeira parte, o Porto quis-nos pressionar, sentiu muitas dificuldades e nós conseguimos realmente dividir o jogo. O Porto tem um lance que desbloqueia, que é o que é, depois tem a situação da bola do João (Mário), e nós temos três situações em que também podíamos ter feito, como o golo anulado, que é bem anulado, obviamente.

Penso que estávamos a conseguir desbloquear a pressão do Porto, a conseguir atrair a pressão e a chegar à profundidade, criar dificuldades e oportunidades. Penso que só em dois ou três momentos é que não fomos tão fortes na pressão, principalmente no corredor direito, que nos falhou o timing e depois o Porto a esticar. Tivemos dificuldade nesses momentos, mas no geral, penso que foi uma primeira parte nossa boa.

Na segunda parte, o Porto baixou muito e ficou difícil entrar. Se já é difícil jogar contra uma equipa em 5x4x1 em bloco médio-baixo, contra uma equipa grande mais difícil se torna. Nós não queríamos ficar-nos por apenas ter a bola, queríamos lançar mais gente, começamos a tentar projetar mais vezes o Weverson. Os médios, em vez de estarem lado a lado, a começarem a ficar mais um à frente do outro para colocarmos mais gente entrelinhas. Obviamente que isso coloca a equipa mais exposta a uma ou outra transição.

Fica a frustração de não termos conseguido reentrar no jogo, porque penso que, no jogo dividido, se o Porto tivesse de ir atrás do resultado, penso que nós teríamos tido mais capacidade para podermos fazer golo, porque o Porto iria libertar novamente esses espaços. Fica só a frustração de não termos conseguido reentrar.”

  • Entrada de Marcano no onze azul e branco surpreendeu-o e o que tentou fazer para contrariar?

“Expectável não era, tenho que admiti-lo. De qualquer das formas, quando vimos o onze, a única coisa que alterou foi nós sentirmos que o Marcano é um jogador que, obviamente, tem qualidade com bola. Queríamos retirar-lhe esse momento de qualidade com bola, reduzir o tempo ao central do meio para ter a bola. Apenas falamos com o Dylan e o Sylla, porque a pressão mudava ligeiramente, era pé esquerdo em vez de direito, se fosse o Nehuen ou o Tomás Pérez no meio.

Mudamos só um bocadinho a pressão para conseguirmos trancar mais vezes, mas penso que no geral conseguimos fazê-lo. Em termos de profundidade, queríamos explorar um pouco mais a atração do jogador para irmos mais para o corredor, porque era um jogador que sentíamos que poderia, eventualmente, ter mais dificuldade a chegar ao corredor. Tentamos fazê-lo na primeira parte, na segunda parte foi mais difícil, porque estavam mais estáveis por dentro.”

  • Esperava um Porto com uma postura tão conservadora após o 0-1 ou se acabou por acontecer pela quantidade de oportunidades do Arouca na 1ª parte?

“Eu acho que advém precisamente daí. O Porto fez o golo cedo e sentiu sempre que nunca teve o controlo do jogo na primeira parte. O jogo estar 0-1 e o Porto não sentir controlo, penso que demonstrou respeito por nós, por aquilo que estávamos a construir em termos coletivos.

Não esperava, na segunda parte, a abordagem que o Porto teve, tentamos ir aumentando o número de jogadores, mas a verdade é que tivemos dificuldade em tirar a linha (defensiva) da zona de conforto, acabamos por só fazê-lo na parte final, quando tivemos o golo anulado e, aí sim, conseguimos realmente forçar muito ataque às costas. Logo a seguir, na oportunidade que temos, em que o Puche cruza e ninguém aparece. Essas foram as situações em que já conseguimos mexer com a linha, que era isso que estávamos a procurar fazer.”

Texto: Simão Duarte

Foto: FCA

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Simão Duarte
Discurso Direto
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