O FC Arouca tornou pública ontem, dia 14 de janeiro, a mais recente edição da Revista Lobos, a revista oficial do clube. Com as habituais rubricas, o principal destaque da corrente edição vai para Pablo Gozálbez, médio espanhol de 23 anos que tem tido mais espaço na reta final da primeira volta. Ainda assim, conta apenas com 10 jogos, 8 deles na condição de suplente utilizado.
O jovem médio, contratado ao Valência e com ligação válida por três temporadas, fez uma retrospetiva dos primeiros passos da sua carreira, sempre ligada ao Valência, contou como surgiu a oportunidade de chegar a terras de Santa Mafalda. “No final da temporada passada, eu estava ainda de férias e o meu agente ligou-me a dizer que tinham recebido uma proposta do FC Arouca. E a verdade é que a mim pareceu-me um local incrível e muito atrativo. Por isso aconteceu tudo de forma muito rápida. Eu tinha vontade de vir para cá para Arouca e o clube também queria muito apostar em mim. Bastou ter uma reunião com o Joel Pinho e com outros elementos do clube para perceber que todos tínhamos esta vontade muito grande em concretizar esta transferência. Então foi fácil e rápido. Hoje vejo como foi uma decisão ponderada e acertada. Apesar do acordo rápido, foi também muito racional. Estaria a deixar para trás toda uma vida num clube e numa cidade onde cresci e onde me tornei pessoa e isso também pesava na decisão, obviamente.”, referiu.
A forte presença espanhola no plantel também foi um elemento que ajudou à decisão do médio. “Há aqui jogadores espanhóis como o Jason, com quem estive no Valência, e outros que já conhecia de terem estado em Espanha na temporada passada também. Informei-me um pouco do clube, disseram-me que ia ser um lugar muito bom para continuar a crescer, que era como uma família e, bom, até ao momento, estou muito feliz e creio que acertei na minha decisão. Todos nós olhamos para os exemplos espanhóis que passaram pelo clube e vemos o sucesso que tiveram. Obviamente que também sonhamos e trabalhamos para conseguirmos alcançar um pouco do que eles alcançaram”, declarou.
Pablo confessou também que os primeiros tempos não foram fáceis, contudo a adaptação tornou-se fácil com o apoio da família e também do clube e da equipa: “A verdade é que, inicialmente, não foi fácil. Também porque as coisas não estavam a sair. Era a primeira vez que saía de casa. E isso não era fácil. A verdade é que eu tinha o apoio do clube e da equipa que, para mim, é como uma família. Apoiamo-nos diariamente e estamos todos juntos em tudo. Com esse apoio, as coisas pouco a pouco vão saindo e torna-se tudo mais fácil. Eles ajudaram-me muito porque, para mim, como disse, era uma experiência completamente nova, algo que nunca tinha vivido. Isto de estar fora de casa e viver sozinho. E a verdade é que me tornaram muito fácil a adaptação. (…) Penso que o mais complicado foi todo o tema extradesportivo. Afinal, sempre que tinha um mau momento ou estava a passar por algo, tinha a minha família e os meus amigos ao lado. Fazia uma chamada e estávamos a cinco minutos de distância. Vivia em casa dos meus pais. Ou seja, era tudo muito fácil para mim, estava muito projetivo por eles. E aqui tens de aprender a viver por ti. Mas também sempre me vi preparado para esta eventualidade e creio que, apesar de tudo, tenho passado muito bem estes últimos seis meses em Portugal.”
Outra mudança que Pablo notou tem que ver com o nível tático do campeonato português e o espanhol. “Creio que as principais diferenças possam ser a nível tático. A La Liga tem todos os jogos mais fechados, mais táticos e que custa mais encontrar os espaços. Aqui, por vezes, o futebol é mais direto, com mais espaços para se aproveitar e mais duelos individuais de um contra um. E essa acho que pode ser a maior diferença entre os dois campeonatos, pois tudo o resto é muito parecido. São campeonatos com muita qualidade e, por vees, em Espanha não entendiam isso, embora agora estejam a dar outra atenção à medida que cada vez mais jogadores espanhóis se mudam para o campeonato português”, referiu.
Nota ainda para os restantes conteúdos, tais como:
Texto: Simão Duarte
Foto: Pedro Fontes
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