Defesa apresentada pelo clube não foi aceite pelo Conselho de Disciplina, pelo que o FCA pediu recurso

No último encontro do FC Arouca (vitória por 1-3 frente ao Boavista), um dos momentos mais falados do jogo foi o cartão amarelo mostrado a Jose Fontán ao minuto 73, após este ter marcado e celebrado um golo que veio a ser anulado. Contudo, os atletas arouquenses ficaram estupefactos com a mostragem do cartão e, até então, julgava-se que o amarelo se devia à celebração do central espanhol.

Pois bem, as Deliberações do Conselho de Disciplina (CD) da FPF (disponíveis publicamente no site da Liga Portugal) apontam que a razão foi outra, como se pôde perceber pelo pedido do FC Arouca, apresentado um dia após receberem a notificação dos relatórios oficiais do jogo. Acompanhadas de um meio de prova, o clube arouquense comunicou ao CD o seguinte: “O árbitro apresentou cartão amarelo ao minuto 73 ao jogador José Fontán por, alegadamente, ter rasteirado um jogador. Como se demonstrará, tal decisão tem na base um erro evidente de julgamento. Pelo que a presente defesa parece-nos ser simples e com clara apreciação. De facto, como facilmente se constata pelo visionamento das imagens (aqui em anexo) de toda a jogada que antecipa a marcação do golo por parte do jogador José Fontán, este não rasteira nenhum jogador nem, tão pouco, se aproxima de qualquer jogador da equipa adversária com tal intenção. Aliás, a amostragem do cartão amarelo suscitou, de imediato, estupefação pro parte de todos os seus colegas de equipa que também não entenderam aquela decisão. Pelo exposto, entendemos que há um erro evidente de julgamento do árbitro, devendo, em consequência, o jogador ser despenalizado quanto à amostragem do cartão amarelo.”.

O Conselho de Disciplina, em resposta, entendeu “que não se vislumbra indiciado qualquer abalo à credibilidade probatória reforçada de que gozam aqueles relatórios oficiais, uma vez que o meio de prova remetido pelo clube arguido não permite, de forma objetiva e inequívoca, afastar ou refutar a totalidade dos elementos e circunstâncias que possam ter fundamentado a decisão tomada pela equipa de arbitragem”.

Na manhã deste sábado, o FC Arouca informou os seus adeptos, sócios e simpatizantes, através de uma publicação nas suas redes sociais acompanhada por um vídeo do momento em questão, que “o jogador apresentou de imediato defesa que não foi acolhida. Na sequência, apresentou recurso que ainda não foi decidido. Ora, como se pode constatar, é inequívoco que, em momento algum, o jogador rasteirou um adversário ao minuto 73. Esperamos que se faça a devida justiça!”

Quer isto dizer que, caso o recurso seja negado pelo Conselho de Disciplina com foi a defesa, o amarelo a Jose Fontán irá manter-se, o qual se traduz no quinto para efeitos disciplinares, pelo que o central canhoto irá falhar o duelo frente ao Vitória de Guimarães. Vasco Seabra terá então de escolher um outro colega de centro de defesa para acompanhar o habitual titular Chico Lamba. Matías Rocha e Boris Popovic apresentam-se como as opções mais viáveis, até porque Galovic, o único central que faltou mencionar, mantém-se lesionado há já algum tempo.

Texto: Simão Duarte

Foto: Instagram Jose Fontán