“Um dos meus objetivos é que os doentes oncológicos tenham apoios durante os tratamentos e depois dos mesmos”

Entrevista a José Paulo Oliveira Presidente da ADOA

 

Com final do seu mandato agendado para o próximo ano, José Paulo Oliveira esteve à conversa com o DD revelando como corre a sua experiência como Presidente da Associação dos Doentes Oncológicos de Arouca. Durante a entrevista, além de desvendar a realidade arouquense no que toca à doença oncológica, debruçou-se nos fatores que mais despoletam a doença, nas melhorias a levar a cabo no SNS e nas atividades que a ADOA ainda vai realizar até ao final do ano.

 

DD:Até ao momento como descreve este mandato como Presidente, que iniciou em abril do ano passado?

JPO-Tem sido um mandato dentro das nossas previsões, sempre com o objetivo de melhorar a cada dia que passa e servir mais e melhor os doentes oncológicos.

 

DD:Os objetivos que tinha traçado quando o mandato começou foram cumpridos? Quais especificamente?

JPO-Creio que sim. O meu objetivo é que no final do meu mandato a associação tenha ao seu dispor melhores condições.

 

DD:Além da problemática do cancro atuam na prevenção de mais alguma doença (…)? De que forma?

JPO-Para além do nosso principal desígnio que é a prevenção do cancro, a associação também tem como propósito divulgar hábitos e fatores que podem ser causadores do cancro, e até mesmo alertar para outras doenças que lhe são aliadas, como é exemplo as doenças do foro psicológico e psiquiátrico.  Para isso temos o acompanhamento psicológico dos doentes, medidas de apoio aos mesmos, e a realização de diversas palestras.

 

DD:Que tipo de atividades desenvolvem durante o ano? Com que finalidade?

JPO- Ao longo do ano contamos com diversas atividades, como é exemplo de caminhadas e convívios com intuito de realçar o quanto é importante, a confraternização e a partilha por parte dos doentes, familiares e amigos. Como já referido anteriormente a associação tem como principais atividades o gabinete semanal de psicologia e a organização de palestras e conferências.

 

DD:Com essas atividades desejam sensibilizar apenas uma franja da comunidade ou todas as faixas etárias, e classes sociais? Como atuam para abranger todas elas?

JPO- Os problemas de saúde são extensivos a toda a população, como é o caso das doenças oncológicas. Por isso mesmo a associação não está limitada a qualquer grupo populacional, muito pelo contrário, estamos abertos à população em geral.

 

 DD:No que toca especialmente ao cancro como caracterizam a realidade arouquense relativamente ao desenvolvimento desta patologia? Aumentou ou diminuiu nos últimos anos?

JPO- Infelizmente em Arouca temos uma taxa elevada de pessoas com cancro face ao número de habitantes. Mas esta situação não é única, e estende-se a nível nacional.

DD:Esta conclusão no vosso entender deve-se a que fatores/contextos ou estilos de vida?

JPO- É verdade que em muitos casos são hereditários, mas acredito que os estilos de vida sedentários e os hábitos alimentares da sociedade atual são sem dúvida fatores de risco.

 

DD:Quando termina o seu mandato? Quais os principais objetivos que ainda quer concretizar antes de “passar a pasta”?

JPO-O meu mandato termina no próximo ano. Até lá um dos meus objetivos é que os doentes oncológicos tenham prioridades e apoios durante os tratamentos e depois dos mesmos. Uma vez que os tratamentos deixam marcas para o resto das suas vidas.

 

DD:O SNS está a passar por uma séria crise, que se traduz na falta de resposta para o número de pessoas que a ele recorre. Como perspetivam o futuro da saúde no sentido em que muitas pessoas não poderão ter acesso aos cuidados básicos, e não ter capacidades financeiras para adquirir um seguro de saúde?

JPO- Aqueles que mais vezes recorrem ao SNS são os que mais sentem os problemas que nele existem, como é o caso dos doentes oncológicos. Por outro lado, destaco o que há de bom, como é o facto de todos termos direito e de forma gratuita ao SNS.

O que não aceito atualmente no SNS é que um doente que precise de recorrer às urgências, muitas das vezes em pânico e sem serenidade, tem que anteriormente ligar para a Saúde 24 para ser atendido. Não é com estes procedimentos que vamos desentupir as urgências, se é era esse o objetivo da medida.

*ENTREVISTA COMPLETA NA NOSSA EDIÇÃO IMPRESSA JÁ NAS BANCAS;

 

José Paulo Oliveira no 9.º Aniversário da Associação que Preside;

sobre o autor
Ana Isabel Castro
Discurso Direto
Partilhe este artigo
Comentários
Relacionados
Newsletter

Fique Sempre Informado!

Subscreva a nossa newsletter e receba notificações de novas publicações.

O envio da nossa newsletter é semanal.
Garantimos que nunca enviaremos publicidade ou spam para o seu e-mail.
Pode desinscrever-se a qualquer momento através do link de desinscrição na parte inferior de cada e-mail.

Veja também