Presidente da Associação de Estudantes da ESA deu uma entrevista ao DD na comemoração do Dia Nacional do Estudante
Comemorando-se todos os anos no dia 24 de março, este dia foi promulgado pela Assembleia da República Portuguesa, em 1987. A data, além de ser um dia de comemoração, é símbolo de luta e de homenagem, já que é celebrada para relembrar o movimento estudantil nacional, e as dificuldades e obstáculos que os estudantes portugueses enfrentaram nas décadas de 60, aquando da crise académica vivida em Portugal. Por sua vez, o Dia Internacional do Estudante é celebrado a 17 de novembro. Rodrigo Andrade, Presidente da Associação de Estudantes da ESA, concedeu uma entrevista ao DD onde falou um pouco sobre o seu percurso académico, objetivos enquanto dirigente e quais os principais obstáculos que a seu ver predominam na escola atual.
DD- Rodrigo gostas de ser estudante e de aprender?
RA- Sim, aliás acho que a nossa vida se baseia em aprender, e é na escola que tudo começa. Gosto de ser estudante devido ao ambiente que pessoalmente tenho com professores e colegas, e acho que isso também influência muito na opinião de cada um. É também uma experiência que vai deixar saudades.
DD-Qual a tua relação com a escola e com os estudos desde mais pequeno? Sempre gostaste de frequentar a escola? Quais as disciplinas que mais gostavas e gostas?
RA-Enquanto mais pequeno raramente ligava aos estudos em si, ligava mais ao ambiente e a uma espécie de atmosfera criada dentro da sala e fora dela. Sempre gostei de frequentar a escola, porque é lá que conhecemos maior parte dos nossos colegas, é lá também que desenvolvemos mais os nossos conhecimentos psicológicos e sociais. Acho que como qualquer rapaz novo, a minha disciplina preferida era, com certeza, educação física. Agora um pouco mais velho ganho mais interesse em história, principal e essencialmente portuguesa.
DD-Achas que os alunos hoje em dia estão motivados? Consideras que a forma como os professores expõem a matéria é apelativa e chama à atenção/cativa?
RA- Não, acho que estas recentes gerações não estão muito motivadas, não afirmo que seja diretamente por causa da escola, apesar de ter um impacto significativo em cada aluno. Acho que cada professor tem a sua forma de explicar, que para cada aluno vai ter um efeito diferente. Acho que cada professor é apelativo à sua maneira, se a turma também for flexível ao nível de comportamentos e atitudes.
DD- A teu ver quais os maiores obstáculos que existem na Escola atual que dificultam a aprendizagem e estudo dos alunos?
RA- Na minha opinião enquanto estudante, acho que a matéria que nos é dada e apresentada nos dias de hoje torna um pouco mais fatigante e antiquada. Acho também que podíamos optar por, (em certos casos), aulas mais práticas em vez de teóricas. Para finalizar acho que o único obstáculo que cada aluno pode ter é a vontade, se tivermos vontade vamos onde quisermos na vida.
DD-A escola de hoje está “programada” para todos? Ou seja, se alunos com gostos “diferentes” e tempos de aprendizagem, e também com as suas diferenças pessoais, são acompanhados da mesma maneira e ao seu ritmo?
RA-A escola de hoje está preparada para todos, e vemos isso se analisarmos os nossos auxiliares de estudo. Cada professor consegue adaptar múltiplas formas de explicar a um aluno várias matérias, e acredito que poucos são os casos onde um aluno fica limitado e não progride.
DD-Achas que os Estudantes sabem hoje quais os seus direitos e deveres?
RA-Direitos e deveres é algo que não está explícito, nem nunca irá estar, nem dentro nem fora do ensino. Acho que todos sabemos os nossos deveres e direitos mas pouco os usamos.
DD-Quando é que decidiste candidatar-te a Presidente da Associação de Estudantes?
RA-Decidi candidatar quando tive muita gente a sugerir o mesmo, até que um dia me mentalizei e entrei de pés e cabeça naquilo que foi a Lista V.
DD-Recebeste o apoio dos teus pais e colegas?
RA-Recebi o apoio de muitas pessoas, principalmente de pessoas que não esperava, o que foi bom, porque se não tivermos um pouco de ajuda e motivação, criar uma lista para ser candidata à presidência da AEA torna-se quase impossível.
DD-Já tinhas uma noção, a partir do apoio que te deram, que irias vencer, ou foi uma surpresa a vitória?
RA- Esta é uma pergunta que eu mais recebo, e a resposta é sempre a mesma. Desde as campanhas que víamos que os alunos estavam do nosso lado e a apoiar-nos, até que chegou o dia das votações, e nesse dia eu perdi toda a esperança, e achei até que fossemos perder. Quando vi que ganhamos e que fizemos um número nunca visto antes de diferença de 343 votos foi uma surpresa, e aí sim pensei para mim, “todo o nosso esforço foi reconhecido”, e emocionou-me bastante com este reconhecimento da parte de todos face ao nosso trabalho.
DD-Quantos anos têm os mandatos? Este é o teu primeiro ano como Presidente?
RA-Um mandato na AEA tem o período de 1 ano, e este é o meu primeiro e último.
DD-Até ao momento que medidas e melhoramentos já colocaste em prática?
RA- Já aplicamos algumas, mas as melhores estão a ser organizadas ainda.
DD-Quais os principais aspetos que têm de ser melhorados na Escola Secundária de Arouca?
RA- No meu ponto de vista, não é só na ESA mas em praticamente todas as escolas, o horário matinal torna-se um pouco desmotivante para os alunos.
DD- Os estudantes vão ao teu encontro para exporem problemas no sentido de os ajudares?
RA- Sim, felizmente algo que eu e o resto dos membros temos de bom com os alunos é o a vontade e o facto de eles se sentirem confortáveis em falar connosco.
DD-Quais são os teus principais objetivos para o futuro?
RA-Desde início que o meu objetivo sempre foi tornar a escola num ambiente onde os alunos se sentissem bem e acordassem felizes porque vão para a escola.
Texto: Ana Isabel Castro
Fotos: Rodrigo Andrade
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