DECO assume que Arouca tem das águas das mais caras do país

Os municípios com concessões de água continuam a ter os tarifários mais caros em Portugal. Santo Tirso, Trofa e Vila do Conde estão no topo da lista dos mais onerosos para os consumidores, calcula a Deco Proteste (DECO – Defesa do Consumidor) num estudo a que o JN teve acesso e que foi publicado na passada terça-feira naquele diário. Num ano, um trofense paga mais 439 euros de conta de água do que um morador de Foz Côa, o concelho onde o serviço triplo (água, saneamento e resíduos sólidos) é mais barato. Acresce que, em alguns concelhos, a mudança de escalão pode fazer duplicar o valor a pagar no final do mês, o que penaliza as famílias maiores.

Os dez concelhos onde a fatura da água é mais alta estão todos sujeitos a um contrato de concessão. Arouca surge em oitavo lugar dos tarifários de águas mais caros do país.

“Temos pedido aos municípios que expliquem o que fundamenta estas disparidades, isto é, porque é que, em vez de ser otimizada a gestão da água, estamos a atirar com mais custos para os consumidores?”, questiona Bruno Santos, da Deco Proteste, citado pelo referido jornal.

Uma das explicações poderá ser a previsão de receitas nos contratos celebrados entre autarquias e privados, que não chega a ser alcançada.

“Havia contratos que não correspondiam, por exemplo, à evolução demográfica do concelho e isso acabou por ser pago por quem vivia nesses municípios”, aponta.

Quem abre a torneira nos dez municípios mais caros do país paga, em média por ano, mais de 400 euros na fatura total da água (ver infográfico).

Um valor bem diferente do que quem vive em Vila Nova de Foz Côa, o concelho onde a conta total anual é a mais baixa: 88,20 euros pelos três serviços (abastecimento, resíduos e saneamento). Na lista dos dez concelhos do continente onde a água é mais barata, a fatura não ultrapassa os 126,12 euros por ano.

Na lista dos dez concelhos onde o serviço é mais caro, apenas Alenquer não pertence à Região Norte. “É importante que cada município fundamente os preços e confira transparência ao serviço, até pelas diferenças que existem entre concelhos que são vizinhos”.

O estudo da Deco Proteste aponta, ainda, para uma necessidade imperiosa de poupança, já que a mudança de escalão em alguns concelhos quase duplica o valor a pagar pelas famílias.

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Ana Isabel Castro
Discurso Direto
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