Câmara de Arouca avalia adesão à Águas do Norte

Terminado o primeiro quinquénio do contrato de adesão à parceria “Sistema de Águas da Região do Noroeste” (Águas do Norte), que concessiona os serviços de abastecimento de água e saneamento a esta entidade, a Câmara Municipal de Arouca decidiu avançar com um processo de avaliação para validar se os pressupostos e objetivos que suportaram a decisão de adesão estão a ser cumpridos. Para o efeito, foram contratados serviços especializados de consultoria que irão produzir um relatório de avaliação e recomendações que habilitem a Câmara a tomar as ações que melhor defendam os interesses do Município.

O acesso a água potável e uma rede de águas residuais são fundamentais para a qualidade de vida das populações pelo que esta tem sido uma prioridade do Município. Preocupados com o aumento do tarifário e da escassez de investimento na expansão das redes de água e de saneamento, que têm legitimamente motivado a insatisfação dos arouquenses, o Município tem estado a encetar esforços junto quer da entidade gestora da parceria, quer junto do Ministério do Ambiente no sentido de ser reforçado o investimento, bem como revisto o tarifário”, informou a Presidente da Câmara, Margarida Belém.

Até ao momento, não conseguimos alcançar ainda os resultados desejados, pelo que iremos proceder à avaliação dos serviços de abastecimento de água e saneamento para que possamos rever a nossa participação na parceria, não estando colocada de parte a possibilidade de nos desvincularmos da mesma, se for esta a opção que melhor sirva os interesses dos arouquenses.”, acrescentou a autarca.

Arouquenses lançam “Petição/reclamação pelo serviço e preço da água em Arouca”

Já mais de mil arouquenses assinaram a “Petição/reclamação pelo serviço e preço da água em Arouca”, criada por um grupo de arouquenses que “reclama dos procedimentos e práticas abusivas que a empresa Águas do Norte tem vindo a exercer junto dos seus clientes, no que concerne à forma de faturação e aos preços (escandalosos!) praticados, e que, neste momento, tendo presente os aumentos de valores por metro cúbico de 2019 para 2020, se cifram em cerca de 7% no 1.º escalão, de 27% no 2.º escalão e de 35% no 3.º escalão, excedendo desta forma tudo aquilo que poderia ser considerado como razoável”.

O grupo refere-se ainda ao saneamento básico, afirmando que “não se percebe que paguemos um valor indexado ao consumo de água de 90%, quando como sabemos, em Arouca a maioria das habitações são vivendas, com espaços verdes para pequenas culturas, jardins e grandes espaços ao ar livre, sendo que essas águas são consumidas e pagas mas derivam para a as águas fluviais e não para o saneamento básico, pelo que implica um duplo pagamento”.

Assim, propomo-nos a tomar medidas públicas que possam chamar a atenção dos responsáveis pelas práticas já aludidas e exigir que:

– Todos os responsáveis autárquicos, eleitos para os mais diversos órgãos concelhios, nomeadamente para o Executivo Municipal e para a Assembleia Municipal, assumam este problema como de interesse coletivo e iniciem de imediato, dentro das suas obrigações de representatividade, negociações com a entidade “Águas do Norte”, de forma a que se reponha justiça no fornecimento de um bem considerado de primeira necessidade, indispensável para a sua sobrevivência.

– De igual forma, que todos os partidos políticos, com ou sem representatividade autárquica, possam ser, nesta premente questão, os mandatários de uma população que se sente indignada por uma exploração abusiva, desumana e que nada tem a ver com o serviço de interesse público que deveria nortear aquela entidade. Com práticas destas, só podem incentivar e justificar o serviço praticado por entidades privadas”.

Na eventualidade de não haver recetividade a esta nossa petição, reservamo-nos no direito de fazer valer esta nossa posição junto das mais altas instâncias do poder no nosso país e proceder à sua divulgação pública, através de todos os meios de comunicação social, escrita e falada, até que o assunto tenha a atenção e sensibilidade devidas”, afirmam, a concluir, os signatários da petição.

sobre o autor
Ana Isabel Castro
Discurso Direto
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