Eleições Autárquicas Arouca 2017: Entrevista a Fernando Mendes

A dois dias das eleições autárquicas, o Discurso Directo publica as respostas dos candidatos à Câmara Municipal de Arouca, a um conjunto de questões comuns colocadas pelo nosso jornal. As razões da candidatura, a visão sobre o município e as principais ações do programa eleitoral são algumas das questões respondidas por Margarida Belém (PS), Fernando Mendes (PSD/CDS-PP), Francisco Gonçalves (CDU), José Costa Gomes (PPM) e Victor Brandão (Nós Cidadãos). Fique com  a entrevista a Fernando Mendes (PSD/CDS-PP).

Discurso Directo (D.D.): Quais as razões objetivas que o levam a candidatar-se à Presidência da Câmara Municipal?

Fernando Mendes (F.M.): Apresento-me a esta eleição com o único propósito de servir Arouca e os arouquenses. Amo a minha terra e tenho uma vontade enorme de trabalhar ao serviço deste laborioso povo, de dar o meu contributo – em genuí­no espírito de missão – por todos e para que todos possam ter uma vida melhor, mais justa e equilibrada.

Arouca é um município fantástico, com pessoas trabalhadoras, hospitaleiras e que não viram as costas às adversidades. E estes atributos tão particulares dos arouquenses motivaram-me, deram-me alento, a concretizar um projecto autárquico integrador que ambiciona resolver os problemas da população com soluções eficazes e eficientes.

D.D.: Que visão crí­tica tem sobre a realidade social, económica e política do município?

F.M.: Enquanto houver uma família a viver em condições desumanas, choca-me a inércia de quem pode e deve resolver estas tristes situações. Em Arouca há, infelizmente, ainda muitas famílias pobres, sem meios para educarem os seus filhos, sem um quarto de banho funcional, sem água potável. E não é só nas cercanias da serra.

O que importa construirmos uma ponte pedonal transparente sobre o Paiva por cerca de 1,7 milhões de euros, ou passearmos pelos passadiços que custaram 1,8 milhões de euros, quando a maioria dos arouquenses não beneficia de serviço de saneamento básico e água ao domicílio.

Estamos, de facto, preocupados e – face a esta visão crítica que temos sobre a nossa realidade – é necessário rapidamente inverter o quadro e iniciarmos um novo ciclo de desenvolvimento.

D.D.: Do Programa Eleitoral que propõe quais as ações que destaca?

F.M.: A primeira coisa que pretendemos executar, apenas com os recursos internos – e que a minha equipa multifacetada sabe também fazer -, é um Plano de Desenvolvimento Estratégico para Arouca -2017/2027, sendo este o documento que estará na base de governação da próxima década, a apresentar em Abril de 2018.

Muito resumidamente, com o nosso programa queremos resolver o problema da água, fazendo-a chegar limpa e potável a casa das pessoas e a um preço justo; alargar de uma vez por todas a rede de saneamento básico, uma necessidade urgente da população que será certamente uma realidade; criar uma rede de acessibilidades digna, requalificando as já existentes e alargando de forma equilibrada a todas as freguesias; gizar um plano de ordenamento do território florestal, de prevenção dos incêndios e de apoio aos bombeiros; criar condições para maior fixação de jovens com perspectivas de vida e para atrair mais investimento, desenvolvimento industrial e económico.

Além disso, o turismo, contrariamente ao que tem sido dito, será uma prioridade e a oferta será alargada.

D.D.: Que ambição transporta consigo para estas eleições?

F.M.: Esta candidatura nasce de uma vontade enorme que temos de servir este fantástico concelho, de dar o nosso melhor todos os dias por todos e para que todos possam ter uma vida melhor, mais justa e equilibrada. Sem ostracizar quem quer que seja.

D.D.: Consigo que «tipo» de presidência de Câmara teremos?

F.M.: A minha presidência será assente e alinhada numa estratégia de proximidade, actuante, focada nas pessoas, atenta aos seus reais problemas e preocupações, sem “show-offs”, tão característicos do atual executivo de maioria PS.

Pretendemos desenvolver um modelo de governação participativo e colaborativo, tendo como pedra basilar o desenvolvimento sustentável, assente em quatro pilares (governança e eficiência colectiva, desenvolvimento económico, coesão social e protecção e valorização do ambiente).

Nos primeiros 100 dias de mandato vamos cumprir 30 medidas já anunciadas, cuja dimensão atravessa os diferentes pelouros municipais. Não podemos perder tempo e, por isso, estamos preparados para pôr mãos à obra.

D.D.: O que é para si e para a força política que suporta a sua candidatura um bom resultado?

F.M.: Com a crescente onda de apoio em torno da candidatura da Coligação ‘Somos Arouca’, acreditamos seriamente que o nosso projecto é visto com bons olhos pelos arouquenses. Por isso, um bom resultado para nós só pode ser a vitória na noite do próximo dia 1 de Outubro.

D.D.: Que conceção tem sobre as competências que podem e devem ter as juntas de freguesia?

F.M.: Para a Coligação ‘Somos Arouca’, as juntas de freguesia são interlocutores e parceiros fundamentais no desenvolvimento e criação de sinergias no território. São os seus autarcas e as suas equipas que estão mais próximo das populações e dos seus problemas e anseios, a quem devemos respeitar.

Foi, precisamente, com este intuito que uma das nossas medidas para o mandato será iniciar de imediato um ciclo de visitas a todas as freguesias do concelho, tendo em vista a definição de obras e investimentos prioritários para incluir no orçamento para 2018 e GOP 2019-2022.

Por outro lado, vamos estabelecer um relacionamento profícuo com todas as juntas de freguesia, definindo rigorosos contratos-programa e delegação de competências/responsabilidades, bem como o seu contributo para o orçamento participativo que vamos implementar.

D.D.: Quais os principais constrangimentos que hoje se colocam ao concelho?

F.M.: São de vária ordem os constrangimentos que se colocam ao concelho de Arouca. Há problemas referenciados com décadas à espera de soluções. As pessoas começam a perder a esperança e, como é óbvio, exigem respostas céleres e eficazes.

Um exemplo claro é a questão das acessibilidades, designadamente a ambicionada conclusão da Via Estruturante, que permitirá ligar Arouca aos principais eixos do Litoral. Perdemos 12 anos na concretização de um projecto estruturante para o município.

Outro factor critico tem a ver com a satisfação das necessidades básicas das populações, sobretudo com o alargamento da rede da água e saneamento, infelizmente longe de chegar a todos os arouquenses.

D.D.: …e os grandes desafios?

F.M.: Passado o tempo e a fase da implementação de equipamentos – alguns deles nem sempre pensados de forma sustentável, ou seja, sem comprometer os recursos das próximas gerações – é chegado o momento de uma aposta clara no desenvolvimento do território, pensando também nos residentes e na sua qualidade de vida. Será um desafio à capacidade da autarquia, da sua equipa e dos vários actores de desenvolvimento, trabalharem alinhados e articulados, tendo sempre por base a eficiência colectiva e a optimização de recursos.

sobre o autor
Ana Isabel Castro
Discurso Direto
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