Criança brasileira perde dois dedos após agressão em escola de Cinfães

O menino de 9 anos que perdeu parte de dois dedos da mão esquerda, na sequência de uma agressão, na casa de banho do recreio, por colegas, na manhã de segunda-feira, 10 de novembro, na Escola Básica de Fonte Coberta, em Cinfães, já se encontra em casa em recuperação. A mãe da criança diz que o filho já vinha a ser alvo de episódios de violência e bullying dentro do estabelecimento de ensino, segundo avançou o PÚBLICO Brasil.

De acordo com o relato de Nívia Estevam, mãe do menino, citado pelo PÚBLICO Brasil, a situação aconteceu cerca de uma hora e meia depois de a avó ter deixado a criança na escola. A encarregada de educação recebeu uma chamada a informar que o filho tinha sofrido um “acidente” e a perguntar se a avó poderia deslocar-se ao estabelecimento, mas decidiu ir ela própria perceber o que se passara. Ao chegar, encontrou o filho com uma das mãos enfaixada e foi informada de que a ambulância estava a caminho.

A mãe só foi informada que o filho tinha perdido dois dedos durante o trajeto para o Hospital de São João, no Porto. Segundo o seu testemunho, um dos elementos da tripulação da ambulância explicou-lhe que dois dedos do menino tinham sido decepados e pediu-lhe que segurasse as partes que tinham sido recolhidas na escola. Neste momento, Nívia ficou em choque pois na escola não a teriam informado em detalhe da gravidade da situação. A criança foi submetida a uma cirurgia com cerca de três horas, mas, ainda de acordo com a mãe, não foi possível recompor totalmente os dedos, que ficaram mais curtos do que o normal. O aluno passou a noite internado e teve alta no dia seguinte, encontrando-se agora em casa, em recuperação.

Nívia Estevam afirma que, dias antes, já tinha alertado a escola para agressões anteriores. No dia 5 de novembro, o filho terá chegado a casa com marcas no pescoço, dizendo que colegas lhe puxaram o cabelo e lhe deram pontapés. A mãe diz ter comunicado o episódio ao estabelecimento de ensino, mas garante que os relatos foram desvalorizados, com a justificação de que “crianças mentem” e que se trataria de “brincadeiras de crianças”.

No dia em que ocorreu a mutilação dos dedos, a situação terá sido inicialmente apresentada, dentro da escola, como uma brincadeira que correu mal. O menino conta que, quando foi à casa de banho, foi perseguido por colegas e que a mão ficou entalada na porta, que outros alunos mantinham fechada, provocando o esmagamento e a amputação das pontas dos dedos. Conseguiu libertar-se arrastando-se por baixo da porta, já a sangrar, até ser encontrado por uma funcionária.

Contactado pelo Discurso Directo, o Agrupamento de Escolas de Souselo não prestou declarações, alegando que nenhum membro da direção tinha disponibilidade. Já ao PÚBLICO Brasil, o diretor do Agrupamento, Carlos Silveira, que tutela a Escola Básica de Fonte Coberta, confirmou que teve conhecimento da ocorrência e garantiu que o caso “está em processo de averiguação”, tendo sido aberto um inquérito interno “em cumprimento da legislação em vigor”. Também a Escola Básica de Fonte Coberta não quis prestar declarações, remetendo quaisquer esclarecimentos para o Agrupamento. O posto da GNR de Souselo, também não prestou declarações sobre o sucedido.

Fonte: PÚBLICO Brasil

Foto: Município de Cinfães

Pedro Gonçalves

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Discurso Direto
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