São 48 as presidentes de câmara e Margarida Belém faz parte deste número que duplicou

Margarida Belém, presidente da Câmara Municipal de Arouca, foi capa do jornal “Público” no primeiro dia deste mês, a propósito de uma reportagem acerca das presidentes de câmara. O número de mulheres a presidirem um executivo camarário ainda não é muito grande, mas duplicou nas autárquicas deste ano: são agora 48, o dobro das 29 mulheres eleitas nas eleições anteriores (2021).

Das quatro entrevistadas pelo Público, apenas Margarida Belém irá cumprir o terceiro mandato à frente dos destinos da Câmara arouquense. Formou-se em Turismo, confessando que iniciou esse percurso académico numa altura em que “nem todos tinham essa possibilidade (…) Felizmente os meus pais tiveram, para permitir a mim e aos meus irmãos, continuarmos a estudar”.

Entrou na política a convite de José Artur Neves, o alvarenguense que foi presidente da Câmara entre 2005 e 2017 (tendo antes estado a presidir a Junta de Freguesia de Alvarenga, entre 1993 e 2001). Isto numa altura em que Margarida Belém se encontrava nos quadros superiores da Região de Turismo da Rota da Luz em Arouca. Em 2009, ficou em 4º lugar, tendo sido eleita vereadora, cargo que manteve até 2017, conciliado com a vice-presidência a partir de 2013. À época, assumiu os pelouros do Turismo, Desporto, Educação, Cultura e Ação Social, situação que ironizou na entrevista ao Público. “Fiquei na altura com aqueles pelouros que habitualmente se dão às mulheres”, começou por apontar, referindo de seguida o “grande impacto nos territórios, sobretudo como este, muito envelhecido e disperso”.

Em 2017, candidatou-se à Câmara Municipal pelo PS e venceu, tendo tido, como relatado pelo “Público”, uma prova de fogo no primeiro dia, os incêndios de Outubro desse ano. Margarida Belém considerou esse momento como “um dos mais difíceis deste percurso”. Em 2022, foi acusada pelo Ministério Público de um “crime de prevaricação de titular de cargo político e de um crime de falsificação de documento agravado”, o qual remontava a 2017, enquanto ainda era vice-presidente. Em 2024, foi condenada a um ano e três meses de prisão, com pena suspensa, algo que não a abalou: “As pessoas perceberam muito bem o que estava em causa. Sabem que a presidente é uma cumpridora. O que eu fiz foi zelar pelo interesse público”.

Quanto ao tema principal da reportagem, Margarida Belém confessou o seu desejo de que “um dia isso seja um processo natural. É um caminho que eu e as 47 mulheres eleitas temos de ajudar a fazer”.

Texto: Simão Duarte

Fotos: Município de Arouca

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Simão Duarte
Discurso Direto
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