O Chega apresentou no passado sábado, dia 16 de agosto, a candidatura de José Costa Gomes à presidência da Câmara Municipal de Arouca. A sessão, que decorreu no Largo da Capela de Nossa Senhora da Conceição, Abelheira – Escariz, contou, entre outros, com a presença de Armando Grave, deputado à Assembleia da República pelo partido, sendo eleito pelo círculo de Aveiro.
O candidato começou por anunciar formalmente a candidatura: “É de coração cheio e com um profundo sentido de responsabilidade que hoje me apresento como candidato à presidência da Câmara Municipal de Arouca”. No que respeita à Assembleia Municipal, o cabeça de lista será Luís Pereira.
De seguida, dirigiu palavras de reconhecimento às associações culturais e desportivas, aos agricultores, aos empresários e “aos jovens e menos jovens”, sublinhando que todos são parte essencial no desenvolvimento da comunidade. Fez questão de destacar a sua equipa, composta por elementos do Chega e por independentes que “partilham o mesmo sonho: ver Arouca prosperar”, assegurando tratar-se de uma candidatura “completa, determinada e preparada para governar”.
Na sua intervenção, José Costa Gomes frisou a sua identidade e ligação ao território, lembrando que nasceu, cresceu e vive em Arouca. Para o candidato, ser de Arouca significa “amar as nossas serras e vales, respeitar o trabalho árduo de quem vive da terra e sentir orgulho no nosso património natural e cultural e querer que os vindouros tenham aqui um futuro seguro e promissor”. Contudo, afirmou também ter plena consciência de que continuam a existir fragilidades que exigem uma resposta. Assim, criticou a falta de oportunidades que leva muitos jovens a sair do concelho, as dificuldades sentidas pelos agricultores que “se sentem esquecidos”, e os problemas de acesso a serviços de saúde que “não chegam a todos”, bem como a desertificação de diversas aldeias.
O candidato defendeu uma visão “simples, mas ambiciosa” para o futuro de Arouca, centrada na valorização das riquezas naturais, na criação de oportunidades para todos, na defesa da identidade e no cuidado com as pessoas. José Costa Gomes revelou ser necessário que Arouca deixe de “ficar à espera que outros decidam por nós”, passando a assumir a construção do seu próprio destino. Numa crítica direta, acusou o poder executivo de apostar numa “política de autopromoção”, enquanto a oposição permaneceu “muda e calada”. “Esperei que nos últimos anos algo de diferente viesse a acontecer, mas nada se passou. Foi mais do mesmo! Há pessoas que se acham estrelas, mas não passam de lâmpadas fundidas”, rematou.
“Arouca merece menos feira de vaidades, mas mais feiras de verdades”
No seu discurso, o candidato apresentou algumas das propostas que integram o programa desta candidatura. Defendeu, no setor agrícola, a criação de programas municipais de apoio direto aos produtores, incentivos para a modernização de equipamentos e práticas sustentáveis, bem como a promoção de feiras e mercados que aproximem o produtor e o consumidor, com a criação de uma marca de certificação “Produzido em Arouca”.
Na área da saúde, salientou a necessidade de reforçar o número de médicos e enfermeiros, aumentar o horário de serviço da Unidade de Saúde Familiar de Arouca, implementar unidades móveis para chegar às freguesias mais afastadas e criar programas de prevenção e rastreio. Referiu ainda medidas como a entrega de medicação à população com dificuldades de deslocação.
A juventude foi outro dos pontos alvo de atenção, com propostas como a criação de programas de estágios e de primeiro emprego em parceria com empresas locais, bolsas de estudo para jovens carenciados e espaços de lazer e convívio com atividades culturais e desportivas regulares. No desporto, indicou a modernização e ampliação das infraestruturas, o apoio financeiro aos clubes e associações e a criação de eventos que mobilizem toda a comunidade.
Já nas áreas da cultura e turismo, sublinhou a importância de valorizar o património histórico, apostar num turismo sustentável e criar eventos que tragam visitantes ao longo de todo o ano, destacando, por fim, a necessidade de um auditório municipal.
Na vertente ambiental, José Costa Gomes prometeu proteger as serras e cursos de água, alargar o saneamento a todas as freguesias, incentivar energias limpas e investir em reflorestação com espécies autóctones, defendendo a aposta na prevenção de incêndios e o aproveitamento das áreas ardidas para atividades como a pastorícia. No campo da fixação de jovens e empreendedorismo, anunciou incentivos fiscais e apoio técnico para quem queira investir no concelho, espaços para a incubação de empresas e startups, além da disponibilização de terrenos a custo simbólico para que os jovens possam construir a sua habitação e assim se fixarem no território. Quanto à rede viária, prometeu lutar por novas acessibilidades viárias e apostar na manutenção da rede já existente.
A questão da segurança não foi esquecida, referindo que “mais vale prevenir que remediar e já se sente alguma insegurança”. Foi anunciada a proposta de criação de um corpo de polícia municipal que teria como missão fiscalizar rios, serras e aldeias, além de atuar no combate a problemas como o “estacionamento selvagem”.
Em jeito de conclusão, José Costa Gomes declarou que “mais importante do que as medidas concretas é a forma de como queremos gerir: com proximidade, transparência e escuta ativa”. Nesse sentido, garantiu que a Câmara não ficará “fechada em gabinetes”, mas presente nas ruas, conhecendo cada aldeia, dialogando com a população e resolvendo os problemas de forma célere. O candidato finalizou o discurso reconhecendo que não promete milagres, mas sim “trabalho sério, dedicação total e uma escuta permanente”.
Fotos: Sofia Brandão
O envio da nossa newsletter é semanal.
Garantimos que nunca enviaremos publicidade ou spam para o seu e-mail.
Pode desinscrever-se a qualquer momento através do link de desinscrição na parte inferior de cada e-mail.