Aos 88 anos de idade, o Papa Francisco despediu-se do Mundo na manhã desta segunda-feira. Ontem, domingo, dia de Páscoa, teve a sua última aparição pública, na Basílica de São Pedro. Mantinha-se bastante debilitado, tendo escrito aquela que viria a ser a sua última homilia, mas que não pode ser ele próprio a recitá-la.

Recentemente, esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. Daí em diante, apareceu publicamente sempre que o corpo o permitia, mas as debilidades, principalmente a nível respiratório, eram ainda muito evidentes.

Na sua última homilia, apelou, como era seu hábito, ao fim das guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, mostrou-se preocupado com o aumento antissemitismo no Mundo e lembrou que todas as vidas são preciosas.

Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro papa do continente americano, o primeiro pontífice do hemisfério sul, o primeiro chefe da Igreja Católica não europeu desde há mais de 1.200 anos e também o primeiro jesuíta a assumir as funções no Vaticano. Sumo Pontífice desde março de 2013, Francisco iniciou uma nova era no Vaticano, marcada pela simplicidade, a humildade e um percurso de proximidade ao mundo. Rejeitou muitos símbolos tradicionais do papado, como o uso de apartamentos luxuosos, e quebrou vários protocolos para se poder aproximar dos mais necessitados.

Pediu maior clareza à Igreja, tendo sido a principal voz que abertamente abordou e criticou os abusos sexuais na Igreja, como fez, por exemplo, aquando da sua última visita a Portugal, nas Jornadas Mundiais da Juventude. Ficou também conhecido pelo diálogo com o intuito de abrir horizontes, tendo-se encontrado não só com líderes de outras religiões, mas também defendeu a integração de pessoas divorciadas, pessoas LGBTQI+ e pessoas em situação de marginalização. Condenou todas as guerras que existiram no Mundo e defendeu sempre o acolhimento de migrantes e refugiados. Pediu uma economia mais justa, criticando o capitalismo desenfreado e as desigualdades sociais.

Fonte: RTP