As palavras do treinador do Mansores após o dérbi com o Mosteirô

No final do Mansores 1-1 Mosteirô, partida em que o Discurso Direto marcou presença, falamos com ambos os treinadores, André Teixeira da UDM e António Mendes (também conhecido no mundo do futebol como Toninho) da equipa de São Miguel do Mato.

Estas foram as palavras que o treinador do Mansores nos disse:

André Teixeira, treinador da UD Mansores

  • Começava por lhe pedir uma análise a este jogo, à performance do Mansores, que esteve em vantagem no resultado durante grande parte do encontro, mas acabou por sofrer o empate na reta final. Qual é a sua análise?

“A minha análise é que fizemos uma excelente primeira parte, penso que pecou por escasso o 1-0 com que fomos para o intervalo. Acho que merecíamos e devíamos ter feito o segundo golo para tranquilizar a equipa.

Isto hoje era um jogo especial, um dérbi de Arouca e sabíamos que tínhamos de entrar fortes e entrarmos com um bom ritmo. A primeira parte foi toda nossa, na segunda parte, a saber que estávamos a ganhar, ficamos a defender a vantagem mínima que tínhamos e começamos a deixar o Mosteirô ter mais bola, mas tínhamos o jogo todo controlado.

Numa das bolas paradas, sofremos o empate já muito perto dos minutos finais, mas tínhamos tido oportunidades para fazer o segundo golo para matar. Não o conseguimos, temos de continuar a trabalhar para melhorar os resultados”.

  • Sente que faltou um pouco de clareza no ataque? Especialmente na segunda parte, onde a equipa conseguiu partir várias vezes em transição, mas sem conseguir concretizar.

“Sim, não foi só este jogo. Tem-nos faltado a decisão, está a ser o que nos está a dar mais problemas. Temos trabalhado bastante isto, porque chegamos com alguma facilidade ao último terço do terreno adversário, conseguimos dominar o adversário, mas na definição de empurrar a bola para o golo, parece que “andamos zangados” com a baliza adversária.

Também muito por alguma intranquilidade, porque a tabela classificativa não é a melhor e nós andamos sempre a viver intranquilos. À medida que vão passando os minutos, vamo-nos querendo agarrar àquilo que temos e não estamos a pensar em aumentar a vantagem. Num lance fortuito como o de hoje, pode dar o empate. Fomos penalizados por isso.”

  • Antes de chegar ao Mansores, esteve uma época sem treinar. O que o levou a aceitar o convite do Mansores e a estar uma época sem treinar?

“Foi por motivos pessoais e não obtive nenhuma proposta que achasse que tinha de abdicar das minhas coisas pessoais. Tinha uma filha e um filho a estudar na universidade em que estavam a precisar de mais apoio, mais presença, e o futebol ocupa-nos muito tempo.

Achei que era uma altura que não estava satisfeito com o que se estava a desenrolar no futebol distrital. As coisas não estavam a ser claras e precisas como gosto de trabalhar, não havia nenhum projeto onde pudesse trabalhar com princípio, meio e fim. Optei por estar de fora.

Entretanto, apareceu este projeto do Mansores. Era um clube em que já tinha estado, bastante organizado dentro do amador, ou seja, a direção é muito organizada, tenta e procura-nos dar tudo o que tem, sempre a apoiar-nos. E tem uma particularidade: é um clube familiar, e era isso mesmo que eu estava à procura.”

  • Em termos táticos (estrutura e jogar), qual foi a ideia de jogo que procurou implementar no Mansores?

“Eu sou apologista de um 4x3x3 com dinâmica. A dinâmica de jogo passa muito pela mobilidade do número 6 (médio defensivo) para a frente, onde os lugares são mais rotativos e onde apostamos mais na procura e conquista de espaços do que propriamente com uma formação rígida.

Gostamos de ter o comando de jogo, ter a bola, jogar em posse e futebol apoiado. Nem sempre é possível, mas gostamos de fazer a ligação entre setores, defesa, meio campo e ataque.

Depois, perceber como joga o adversário e saber se temos de jogar por fora ou por dentro. Com situações simples, tentar simplificar o mais possível.”

  • Faltam seis jogos, a manutenção não está garantida, mas está próxima. Pergunto-lhe se é esse o objetivo até ao final da época?

“A manutenção não está garantida, mas nós estamos muito confiantes que vamos consegui-la o mais rápido possível, devido ao que temos feito até aqui a nível de trabalho.

As coisas, de vez em quando, vão-nos ser favoráveis, nem sempre podemos ter azar. Temos sido penalizados quando erramos e não temos sido bafejados pela sorte quando fazemos bem as coisas. Este (jogo com o Mosteirô) foi mais um, já não é o primeiro jogo em que estivemos a ganhar grande parte do tempo. Recordo-me contra o Cesarense, em que estivemos a ganhar 2-1 até perto do fim, e num cruzamento, a bola por milagre entrou-nos na gaveta e empatou o jogo 2-2. Depois também fomos jogar a um dos primeiros classificados, a São Roque, onde tivemos 95 minutos muito por cima do jogo e, aos 94, sofremos um golo de bola parada. Qualquer coisa que a gente se distraia, um milímetro, uma vez que não se ponha o pé, uma abordagem má, uma má decisão, tem-nos custado pontos.

Nós estamos confiantes, devido àquilo que temos transitado para aqui até agora, em que quem venha ver o Mansores não fica dececionado, sabe que a equipa tenta jogar um bom futebol e ganhar os jogos. Não têm sido tantos quanto nós queríamos, mas está a ser muito positivo.

A mensagem que quero deixar aos adeptos é que continuem a estar connosco, porque nós vamos fazer ainda um resto de campeonato muito bom.”

Texto: Simão Duarte

Foto: UDM

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Simão Duarte
Discurso Direto
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