Vasco Seabra: “Se não competirmos a 100%, aquilo que a gente não planta, não colhe”

No final de uma partida em que o FC Arouca deu uma bela resposta carregada de personalidade, o total oposto do primeiro tempo, Vasco Seabra, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Arouca salientou que esse 1º tempo paupérrimo deverá servir de alerta para o futuro.

Estas foram algumas das perguntas colocadas ao treinador do FC Arouca:

  • Zero remates no 1º tempo. O que se passou?

“Foi uma situação surpreendente para todos nós, até pela sequência do que vínhamos a produzir já de há muito jogos para cá. Tivemos uma entrada muito pouco proativa, com uma dimensão diferente daquilo que temos capacidade para fazer e daquilo que temos vindo a fazer. Ficamos tristes com isso, corrigimos na segunda parte.

A equipa melhorou de forma total da 1ª para a 2ª parte e aquilo que produzimos na 2ª parte, com 6 oportunidades claras para fazer golo, demonstra aquilo que poderíamos ter feito durante todo o jogo e a capacidade que poderíamos ter tido para finalizar o jogo com 3 pontos do nosso lado. Fazemos mea culpa por aquilo que não fizemos na 1ª parte, fazer desse o nosso sinal de aviso para percebermos que, se não formos altamente proativos, combativos e com a atitude no limite, não conseguimos demonstrar a qualidade que temos individual e coletiva.

Por outro lado, valorizar a 2ª parte e a forma como a equipa respondeu, mantendo-se invicta nestes últimos 8 jogos. É mais um ponto conquistado. Tristes, porque ainda assim poderíamos e deveríamos ter levado os 3 pontos, mas serve-nos de penalização por aquilo que não fizemos na 1ª parte. Faz-nos sofrer para que possamos arrepiar caminho para a frente.”

  • O que mudou ao intervalo, com as substituições e a palestra?

“Mudamos naturalmente as características (dos jogadores) e, ao mudarmos as características, procuramos também outras coisas no jogo. Procurámos também um pouco mais a profundidade, estávamos só a pedir no pé e precisávamos de esticar um pouco mais a equipa do Farense.

A nossa conversa ao intervalo teve a ver com aquilo que nós somos, aquilo que somos enquanto equipa somos. Nós, enquanto equipa, se há coisa que fazemos todos os dias, é competir internamente, sermos muito exigente uns com os outros. Não há um treino onde não façamos uma competição fortíssima e onde não cobremos uns dos outros de forma muito eficaz. Não podemos chegar ao jogo e não fazer aquilo que somos no dia a dia.

Aquilo que foi mais visível foi fazê-los sentir aquilo que eles realmente são, aquilo que enquanto equipa somos e aquilo que nós valemos. A mudança da atitude leva-nos para aquilo que nós sabemos fazer, que é a capacidade com bola, capacidade de reagir à perda. Podemos sofrer, sofremos um golo na 2ª parte na mesma, mas conseguimos criar muito. Poderíamos e deveríamos ter levado os 3 pontos, mas valorizar realmente essa mudança de atitude e a equipa sentir que tem capacidade de o fazer.

Mais uma vez, com esse sinal de alerta que tem de estar sempre presente em nós, porque sabemos que, se não competirmos a 100%, aquilo que a gente não planta, não colhe, então temos de plantar muito para podermos colher muito.”

  • Reação da equipa após o segundo jogo consecutivo em que empata 2-2 e dispõe de chances flagrantes no final para poder vencer?

“A equipa acaba por se sentir orgulhosa, por conseguir criar essas oportunidades. Penso que foi o jogo onde nós tivemos mais oportunidades claras, acho que foram 6, em termos da estatísticas global, mas isso, ao mesmo tempo, representa a nossa frustração de não o termos feito durante a consistência do jogo todo.

Nós somos uma equipa que andamos a falar que esta Liga é muito dura, muito competitiva. Temos de lutar muito para conseguirmos pontos e vitórias. Estarmos numa sequência de 8 jogos invictos e a pontuar é muito bom e a equipa merece esse crédito e valorização, mas ao mesmo tempo, esse dano de frustração, nestes últimos três jogos, de termos sofrido ou não ter marcado no minuto final, é sinal que temos ainda um bocadinho mais por plantar para depois colher à frente.

Temos realmente de estarmos sempre no nosso limite, no nosso 100%. É um sinal de frustração positivo, porque é sinal que produzimos e temos capacidade para fazer as coisas. Temos que ir à luta, hoje sofrer, porque ainda que seja um empate e mais um ponto, queremos conquistar mais, fazer mais, e voltarmos terça feira (aos treinos) com uma energia muito grande.”

Segue-se agora o duelo frente ao FC Porto, pelas 18h00 do próximo sábado, dia 1 de março.

Texto: Simão Duarte

Foto: Ana Margarida Alves

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Simão Duarte
Discurso Direto
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