Por: Artur Miler
O Instituto Nacional de Estatística divulgou a 23 de novembro de 2022 os resultados definitivos do XVI Recenseamento Geral da População e do VI Recenseamento Geral da Habitação, abreviadamente designados por Censos 2021, realizados no primeiro semestre de 2021. É uma ferramenta importantíssima, que nos permite realizar um conjunto de reflexões sobre a nossa comunidade e perspetivar o futuro tendo por base os dados disponíveis, bem como, as naturais comparações face aos anteriores, sendo que este grande estudo ocorre de 10 em 10 anos.
O Partido Socialista é poder em Arouca desde 1993! Com este último grande estudo, são já 3 os Censos aos quais poderemos recorrer para verificar e comparar os resultados sociodemográficos das políticas implementadas pelos executivos do PS no nosso município. Como também já referi, destes quase 30 anos de poder socialista camarário, o mesmo partido governou o nosso país em 20 dos últimos 27 anos.
Os dados conhecidos através destes últimos Censos no que ao maior património do nosso município diz respeito, as pessoas, são verdadeiramente assustadores. Para o ano de 2021, a população residente no concelho de Arouca era de 21.154 pessoas, verificando-se uma perda populacional superior a 5% (-1205 habitantes) face a 2011, maior que os 2,8% da Área Metropolitana do Porto (AMP). Precisamente no contexto da AMP, constata-se que a perda de população é notória na maior parte dos concelhos, mas a verdade é que esta diminuição é notória nos escalões mais jovens (21,7% na faixa etária 0-14 anos; 9,2% na faixa etária 15-64 anos) no que ao nosso município diz respeito. Já as nossas estatísticas do rendimento ao nível local são igualmente desoladoras, estando o município abaixo da média do país em diversos indicadores.
Já através do PORDATA poderíamos verificar que, no que concerne à população mais jovem, em 2001 tínhamos 1.924 residentes entre os 25 e os 29 anos, e em 2019 tínhamos menos 40% da população residente nessa faixa etária; entre os 30 e os 34 anos, havia menos 35% em 2019 do que em 2001 e o índice de dependência de jovens era de 27,9% em 2001 e, em 2019, era de 19,5%! Isso reflete-se na assustadora pirâmide demográfica com que nos confrontamos aos dias de hoje.
Com o novo ano, somos confrontados com a aprovação de um novo Orçamento desenvolvido pelo atual executivo que, mais uma vez, parece insistir na mesma receita, o mesmo paradigma de atuação que tem sido seguido ao longo dos anos e que nos tem conduzido a uma mais que evidente sangria da nossa população, como se comprova no Censos 2021! Perspetiva-se, em função das projeções que nos são fornecidas, que o ano de 2023 será extremamente difícil em virtude da inflação dos preços que temos vindo a enfrentar. Sabemos igualmente que é em contexto de maiores dificuldades que mais se espera rasgo por parte dos nossos protagonistas políticos, que acautelem o futuro e que consigam partilhar junto da população uma visão transformadora do nosso concelho que projete Arouca para lá dos mesmos prémios e que inverta esta tendência negativa que nos assombra nos rankings mais importantes do desenvolvimento.
A todos os leitores do Discurso Directo, os meus votos sinceros de um Bom Ano Novo. Um 2023 com saúde, com a paz desejada e com a prosperidade necessária!
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